sexta-feira, 29 de abril de 2011

Oito dias sem crimes violentos


Na reunião da Comissão de Segurança da Câmara de Passos, realizada na noite de quinta-feira (29/04), uma frase foi dita em tom de comemoração: oito dias sem crimes violentos na cidade. Para uma cidade de 110 mil habitantes, mapeada, com todo seu território conhecido pelas forças de segurança locais parece um absurdo, mas não é.  E merece mesmo a discreta comemoração.  Talvez seja fruto do que o promotor Dr Paulo Frank mencionou como sendo resultado da mobilização da sociedade. “Estamos conversando mais entre nós”, disse, refletindo que isto tem “forçado” a todos uma mobilização maior, mais trabalho. “Eu comsidero que trabalho muito, mas depois da formação da comissão tenho trabalhado muito mais”, afirmou, completando que tem percebido a mesma coisa em todos os  que, de uma forma  ou outra, são responsáveis pela segurança no município.

Pouco antes da reunião começar, o Taquinho (José Eustáquio do Nascimento) recebeu um telefonema de Renato Andrade, que estava acompanhado do deputado estadual Cássio Soares, informando que mais 15 vagas para recolhimento de menor emvolvido em delitos estavam a disposição das autoridades. O celular saiu direto das mãos de Taquinho para as do Capitão Coimbras, comandante da 77ª Cia de Polícia Militar, que ouviu o mesmo relato.

Antes quatro vagas já tinham sido consegidas. A informação é de que um menor foi encaminhado para prenche-la. Então ainda existem 18 em aberto aguardando a orientação das autoridades.

Outra decisão tomada na reunião diz respeito o apoio à criação da Casa de Triagem, para investigar quem precisa de apoio da área socialda cidade, como alimentação, encaminhamento para ttratamento contra alcool e drogas e, também, o apoio mais que necessário ao Conselho Tutelar, com seu  devido aparelhamento, incluindo a cessão de um veículo, o que será buscado junto ao governo do Estado.

Hoje, (29/04) a população foi às ruas pedindo paz. É tudo o que todos querem.

Mas se, por um lado, a comunidade reage e de forma organizada tenta colaborar, o poder público municipal parece ainda agir fora do tempo e com políticas arcaicas.

Olha só o caso do programa Vida Melhor, que reune nas dependencias da Praça de Esporte Barú de Pádua, mais de 150 pessoas da chamada idade melhor (terceira idade). Isso aconteceu quando Ataide era prefeito e Dentinho o diretor de esportes.

Na atual gestão, implantaram um novo programa, que é executado nos PSFs, mas não acabaram com o anterior, estão deixando morrer à mingua, ou matando mesmo. Tanto é que sobraram 50 pessoas, que teimam em buscar suporte para a saúde lá na Praça de Esporte, e tem até história de material que desaparece, o que inclui o coordenador do programa, professor Ricardo que, pelo que se sabe, está em outras atividades, com melhor remuneração, mas pública, assim mesmo.

Este  tipo de política,  que parece ter a intenção de aniqular adversários, devia ter sido enterrada há muito tempo. O que vale hoje não é a revolta dos velhinhos contra o Dentinho, possível até, mas o voto que os situacionistas estão deixando de ganhar. E ainda tiram dos velhinhos o lazer que antes tinham.

Tem outro equívoco,  a meu ver, que a atual administração comete. Está estampado nos cartazes e carnês de IPTU. Insinua que pagando o IPTU o cidadão estará livre das filas na hora de buscar remédio.

Quem até agora tem que buscar remédio na farmpacia pública e precisa enfrentar a fila para pegar a senha para depois pegar a fila do remédio, deve estar indignado com isso.

O cidadão paga impostos para ter um bom serviço e não com a intenção de um bom serviço. 

Ah, o tal cartaz tem outras pérolas do mesmo nível, mas esta do IPTU basta para ilustrar.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Espaço da Crítica e o anonimato

Tenho apreço pela critica. Ela, em qualquer diapasão, fortalece, as vezes aborrece, mas é útil para todos nós.  Sejamos qualquer que coisa que sejamos na vida.  Agora mesmo, por dever de ofício, pela decisão de seguir o meu espírito de jornalista, adquirido na lida após mais de 35 anos militando na área, sofri algumas criticas pelo texto “Tiro no pé”.

Interessante é que o texto, antes de entrar na repercussão maior na parte que se refere a vereadora Tia Cenira, tratou da questão da segurança pública. Só depois foi ao fato que gerou descontentamento. 

Tenho deixado passar alguns comentários feitos aos textos que produzo, sem assinatura, como anônimos. Não serão mais publicados assim. Terão que ter assinaturas para sairem na rede.

Esta é a primeira decisão.

A segunda vou expressá-la a seguir.

Faço críticas dentro de um contexto político. Tenho, como disse, 35 anos de atuação no jornalismo.  Gritei na ditadura, me expressei levando cacetadas dos militares. Levei murro na cara do tropa de choque que aconpanhava Collor de Mello.  Me assustei com a pressão  sobre a liderança que exerci enquanto estudante. 

Assumo, sem medo, as ações que faço. Não bajulo por bajular, nem elogio para agradar. Enfrento lutas que são de outros, porque elas têm um pouco daquilo que sonho ver ocorrer nesta terra que habito. 

Não faço crítcas a pessoa, a vida particular de ninguém, mas não abro mão de faze-las aos que exercem mandatos, têm a delegação de fazer e, em muitos casos, contextualizo essas no campo da percepção de massa e também no campo de atuação dos personagens que são responsáveis por tratar da vida de milhares de pessoas. No caso de Passos, 110 mil.

Nessa ótica, teci comentários sobre a atuação de Tia Cenira como presidente do legislativo passense, sempre ressalvando que a considero um exemplo de luta como mulher, educadora e vereadora.

A intenção era fazer um reparo de somenos importância, apenas com o intuito de propor uma correção de rumo, se assim a desejasse faze-la.  Evidente, isso compete a ela.

Agora vejo, pelos comentários publicados  abaixo do texto Tiro no pé, que isto não foi assimilado.  Não entendo que tenha feito algo que pudesse causar tanto desassossego, mas é bom a gente ler as coisas como lição. Comentários positivos ou negativos devem servir de base para que percebamos se estamos no rumo certo ou não.

Minha comvicção de jornalista sinaliza que cumpri um papel. O melhor deles, o de fazer as coisas com isenção e aberto às críticas, boas e ruins.

Eu as aceito, analiso e as utilizo para tentar melhorar o que faço. Por isso vou continuar exercerndo o melhor que um jornalista tem a sua disposição: fazer a critica, expo-la ao público e saber, com toda certeza ,que ela não muda o mundo,  mas pode ajudar na discussão.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tiro no pé

É necessário registrar. A violência em Passos continua numa escalada crescente.  A natureza de furtos, roubos, alguns com mão armada, feitura de reféns, assassinatos, sejam por motivos pessoais, cobrança do tráfico, disputa entre traficantes, coloca em risco o cidadão comum. Agora mesmo, pelo que foi divulgado pela imprensa local, um foi morto por engano, sem qualquer passagem pela polícia, carregando a marmita em que levava a bóia fria para a sua refeição no local onde trabalhava. No outro, um velho conhecido da polícia recebeu seis tiros de um revólver, possivelmente de calibre 38, no meio da rua, no bairro Nossa Senhora das Graças. As balas ficaram cravadas no corpo do desafeto dos atiradores, uma delas poderia ser perdida e achar o corpo de um pai de família.  Assusta. Assusta ainda mais o que parece ser inércia das polícias.  Preocupa também o que começa a ser ventilado por alguns cidadãos, esses mesmos que amanhã poderão ser vítimas inocentes da violência entre bandidos, porque começam a considerar que a “guerra”  entre eles está promovendo uma “limpeza”. Torpe jeito de pensar, torpeza que apodrece o tecido social e que coloca em risco todo mundo.

É preciso aprofundar o questionamento e as polícias – civil e militar – devem mais presteza à comunidade e, fundamentalmente, ações de inteligência e de impacto para previnir, evitar e acudir a população, nesse momento, perplexa com que acontece à sua volta.

Confiemos, é o que nos resta fazer e cobremos, um direito nosso, e façamos a justa mobilização em apoio ao fim dessa violência. Não precisamos de “limpeza” que deixa manchas de sangue esparramadas pelos chão das ruas, por onde queremos caminhar em paz.

Mas o cenário macro, que atinge a cidade, nem é compensado por causa da mediocridade da nossa política, toda semana exposta na câmara municipal aqui de Passos. 

Tudo que nossos atuantes políticos, hoje de posse de mandatos delegados pelo povo, através do voto, colocam a mão, tende a ficar um pouco pior do era antes.

Agora mesmo, pela inabilidade da forma de conduzir o processo da discussão junto aos vereadores, uma idéia espetacular e um benefício que pode gerar amanhã uma Universidade Federal na cidade, que é a criação  do IFESUL, Instituto Federal de Ensino do Sul de Minas, quase vai para o ralo.

A administração municipal no mínimo deve ter autorizado a movimentação de estudantes, professores e funcionários do IFESUL que acabou, na semana passada, resultando em vaia ao vereador Dentinho, que se opôs ao remanejamento de verbas no orçamento da área de saúde, que serveriam para colocar dotação orçamentária ao instituto, que não tem e, por isso, a prefeitura não tem como cumprir a sua contrapartida. 

As vaias a Dentinho, viraram apoio popular a ele (e também a Zetinho, Jefinho, João Resende e Djota) e tímidos apulpos à vereadora e presidente da Casa Tia Cenira, que, ao suspender a sessão ontem, exatamente para ouvir todas as partes envolvidas, pode perceber como navega e em que onda está a opinião pública.

Na verdade a administração deu um tiro no pé. O projeto de remanejamento seria, como será, aprovado sem o barulho da mobilzação política.  E é bom lembrar a situação que quem administra faz e tira proveito das obras prontas e levanta expectativa para obras futuras, a partir da credibilidade alcançada pelo que foi feito. E, convenhamos, no que diz respeito a saúde a atual administração tem que fazer mutito para mudar o quadro de desgaste em que está envolvida na área.

Por outro lado, a vereadora Cenira de Fátima Gomes Macedo, a Tia Cenira, presidente da Câmara Municipal, tem em suas mãos a responsabilidade de não deixar que o embate pelo voto (legítimo, mas que não deve ser antecipado, no plenário onde se trata dos interesses do cidadão) seja antecipado e o espaço onde se deve discutir o que interessa a todos, transformado em palanque eleitoral. 

Ela anda, por isso mesmo, no fio da navalha e qualquer senão pode permitir que aconteça um debate indesejável – pouco útil, no minímo - agora.  Em dois momentos, o primeiro na sessão anterior, quando disse que o voto de minerva dela seria a favor do IFESUL, assim que Dentinho acabou de falar e outro na sessão de ontem (18/04), quando criticou uma faixa com nomes de alguns vereadores, ela se mostrou mais favorável a antecipação do debate eleitoral.

Pelo respeito que sua eleição para presidir o legislativo passense merece, pelo seu valor como vereadora e educadora, este alerta público precisa ser feito, porque ainda é tempo dela demonstrar que o exercício da presidência da Câmara tem que ser como a atuação de um  magistrado, isento (não imparcial) e marcado pelo respeito a diversidade de opinião, que deve mesmo ser amplo, mas, por isso mesmo, a liturgia do cargo da presidenncia do legislativo passense precisa ser respeitada, sendo que a quem ocupa o cargo de presidente, quando desejar opinar sobre temas específicos deveria  se inscrever no Grande Expediente e se dirigir a tribuna, dando o melhor exemplo de que é uma pessoa igual entre os iguais, mesmo que o regimento não reze nada sobre esse comportamento.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Boca torta

Antes de ir ao tema que desejo comentar hoje, é necessário registrar alguns movimentos feitos pela sociedade civil no sentido de trabalhar para que a criminalidade diminua em Passos. A formação da Comissão de Comunitária de Segurança, resultado prático da Audiência Pública que tratou do assunto na Câmara Municipal é um avanço. A constituição de uma diretoria Exexcutiva formada por Edmilson Amparado, presidente, José Eustáquio do Nascimento, vice e Auro Maia, secretário, foi outro. A Carta de Passos, que elenca várias ações de proteção à sociedade e já entregue ao Coronel Dimas, em Poços de Caldas, pela vereadora Tia Cenira, também demonstra que a sociedade está atenta. O subsecretário de Políticas Urbanas,  Rentao Andrade, acionado por Taquinho, já trabalhou a consecução de duas vagas para menores infratores em Casa especializada para este fim fora de Passos. O deputado estadual Cássio Soares faz gestão para equipar e aumentar o efetivo das polícias. Cada um faz a sua parte. As polícias também devem estar fazendo as suas. Mas a sensação de ausência delas nas ruas ainda impera,embora a 77ª Cia esteja se mudando para onde era Justiça de Trabalho, bem no coração da cidade, onde, aliás, já estava. Tudo bem. Pode ser um bom local, mas não seria ótimo que para lá mudasse também o PSIU? O  órgão  presta bons serviços a toda a sociedade, como a emissão de atestados,  carteira de identidade, etc. e sua localização no centro seria excelente para todos os bairros.  Será que não para conciliar?

Bom, no meio de toda essa diversidade de ação, a política em Passos anda meio quente. Principalmente pelo lado do PTB e do PR. Antigos  parceiros, os dois partidos não andam se bicando desde quando Tia Cenira exonerou Alceu Santana (presidente do PTB) do cargo de diretor administrattivo da Câmara e colocou no seu lugar Dalca Pereira, filha do ex-candidato a deputado estadual Tuta, do PR. Causou rebuliço, o PTB rompeu com Cenira, que nada mais fez que ajustar o comando da casa ao seu jeito de administrar.

O ato, porém, teve consequencia. O PTB procurou Taquinho, que é bem próximo do PR.  A análise primeira é de que o PTB deseja, na afã de mostrar proximidade com um dos nomes mais citados como prefeitáveis (outros são Ataide, Hernani, Auro Maia, Nelson Maia, Telmo Santiago, Demis Delfraro, Renato Andrade, para ficar nesses), o partido tinha a segunda intenão de melar uma composição Taquinho –Cenira (prefeito e vice) e assim beneficiar a candidatura de Ataíde.Presente de Grego, pode se dizer.

Se é verdade que a  movimentação política é como nuvem, este é o cenário do momento, com céu nublado com nuvens negras pelo lado da oposição.  Já pelo lado da situação cresce a hipótese de que Hernani e Auro venham compor uma chapa, com Hernani tentando a reeleição. O que dá esperança ao staff situcionista são as obras vindas pela intervenção da turma do PT, Auro à frente. Quanto a Taquinho, ele deve olhar o cenario e  tapar os ouvidos para o canto das sereias.

Aliás, até agora quem melhor mexeu doce no rumo à sucessão e onde ele deve mesmo ser mexido nesse momento parece ser Taquinho, que tem um desempenho considerado muito positivo como administrador da Crediacip. Seguido a ele, vem  Hernani e o experiente PMDB. Algo que Ataíde não vem fazendo, crendo piamente que a ampla vantagem que parece ter junto a  opinião pública lhe é suficiente para garantir o apoio que o levará à prefeitura de Passos novamente. Pode estar enganado.

Interessante é o que nos leva ao título desse artigo.  A cidade de Passos passou mais de 16 anos sem ter representante na Assembléia Legislativa. Então a comunidade orfã, quando era necessário brigar por uma causa, se mobilizava e ia a gabinetes, ALMG, porta do Palácio da Liberdade,  anfiteatro da UEMG,  Secretaria de Meio Ambiente e fazia valer sua quase sumida voz. Nada de concreto conseguiu nesse tempo, mas a sensação da  luta já era suficiente.

Agora que a cidade e a região tem uma representação na Assembléia Legislativa, as lideranças que ficaram na planície querem se articular sem a presença de quem a população escolheu para representa-la na ALMG.

É uma via de mão dupla. Os líderes articulam aqui. Vão a BH. Lá descobrem que precisam do aval do majoritario(Leia-se Cássio Soares). Não trazem o resultado esperado e não conquistam o voto do eleitor que precisam  para continuar o trabalho comunitário que se propuseram fazer.  De lá, Cássio tenta articular ações que possam ser concretizada aqui, mas sem a ajuda de líderes locais perde a ligação com o eleitor e, por consequência não conquista o voto que pode mante-lo na condição de representante de nosso município e região.

Do lado de cá, o uso do cachimbo (a falta de representaçao política) fez a boca torta. Do lado de lá, talvez a pouca experiência faça com que haja um distanciamento entre as partes e isso pode acabar prejudicando a cidade.  

É preciso ter foco. E ele tem que estar centrado no eleitor. Este não se preocupa com estas firulas. Tem mais o que fazer. Correr atrás do emprego, levar o filho na escola, cuidar da saúde da família. Levantar mais cedo que o sol para ir ao trabalho. Para ele só interessa as ações que resultem em melhora na qualidade de sua vida e das pessoas próximas dele.

Quem ajustar melhor a este foco, deixa na poeira os que brigam pela vaiddade da foto no jornal e exposição na mídia. Agora, se forem inteligentes se juntam, e o brilho poderá ser de todos.