Uma discussão tem tomado conta das rodas públicas e outras nem tanto na cidade de Passos MG: a prefeitura está certa em ampliar a área azul (estacionamento rotativo e pago) na cidade? Ao lado disso, surgem outras indagações, como se o preço que se paga é alto ou não, se os recursos arrecadados são bem aplicados, se acodem mesmo o menor que necessita de ajuda e por aí vão se colocando obstáculos para que estas áreas sejam implementadas.
A mais rasteira delas: a implantação de novas áreas prejudica o comércio, notadamente na região da avenida da Moda. Ora, se o comércio de Passos, ainda mais o confeccionista, tido como um dos pontos fortes da economia local, precisar abrir mão de uma cobrança que normatiza o trânsito, permite a fluência do tráfego e uma quantidade maior de veículos estacionando na região, é o caso desse setor refletir seriamente no rumo que tem pela frente.
Por outro lado, está o debate em torno da destinação do recurso arrecadado. Na cidade o que se consegue com a cobrança fica para a SAMP-Sociedade de Apoio ao Menor de Passos, que gerencia e aplica no apoio ao menor. É uma entidade que já formou muitos jovens, que, antes do Estatuto do Adolescente, podiam trabalhar, prestar pequenos serviços às empresas e contar com reforço escolar.
No advento do Estatuto, e mais recentemente, as autoridades proibiram que isto fosse feito. O que restou à SAMP foi mudar a estratégia e colocar jovens para fazer a cobrança, enquanto cuida de montar um a infra-estrutura para cuidar dos menores, como preconiza o seu estatuto social.
Não se sabe se por má fé ou falta de conhecimento, ou apenas pelo desejo da crítica superficial, a intenção de derrubar a iniciativa tem sido explícita. Uma pena ver pessoas, atacando algo que civiliza o trânsito e ainda pode ajudar a formar cidadãos que amanhã poderão contribuir para a existência de uma sociedade mais justa e humana, no lugar de contribuir para transformar moradias em fortalezas do medo de marginais, criados no seio da sociedade que um dia puderam ajudar e não o fizeram.