O prefeito José Hernani sofreu uma derrota acachapante na votação dos vetos que propôs as 21 emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias que, como o próprio nome diz, antecipa a Lei do Orçamento. São emendas que podem ir parar nas cucuias, já que o executivo pode simplesmente ignorar tudo o que foi proposto agora, inclusive nas audiências públicas.
O que é preciso ressaltar aqui é que a rejeição aos vetos foi uma lição que o legislativo deu no executivo, pela forma inábil, para ser ameno, como foi redigido o texto. De resto sobrou para o prefeito para não ir assinando as coisas em que antes seja feita uma apreciação política.
Realmente o texto causa espécie ao colocar os vereadores como mero s apreciadores das propostas do executivo e, ao destacar, que se eles quisessem deveriam participar das audiência públicas previstas na legislação para tratar da elaboração da LDO. Importante: quando o prefeito vetou as emendas as audiências públicas sequer tinham sido realizadas.
A votação, que jogou por terra a manobra do inoperante líder do prefeito na Câmara, o Tuco, por tentar causar divisão na oposição ao pedir destaque na votação da emenda 04, com a intenção de manter o veto em pelo menos uma emenda.
Fica a lição a ser assimilada.
Por falar em lição, era nossa intenção não voltar ao tema. Mas a crise na saúde e na área social do governo Hernani tem se agravado. O prefeito e seus assessores não aprenderam nada até agora.
No Vida Melhor, que atende as pessoas na terceira idade, o desmonte é visível. Implantado na Praça de Esportes Baru de Pádua, com suporte de transporte para os interessados a partir dos PSFs, o programa já teve o ônibus que servia para isto cortado e a falta de condições para a prática esportiva no local é de fácil constatação. A começar pela piscina interditada e pela pista de Cooper danificada.
Para piorar, a Prefeitura, como constatou o vereador Dentinho, está promovendo nos PSFs atividades físicas com pessoas com 60 anos ou mais, sob a supervisão de uma assistente social. Uma irresponsabilidade com a saúde dos idosos e uma medida politiqueira que só pode ter sido feito para atender a demanda de algum “cliente”.
Mas a assistência social, como denunciou da tribuna Tia Cenira, é uma área que parece viver mais do marketing do que de ações específicas. O exemplo maior é o fato de até dos dias de hoje não ter adquirido as cestas básicas para atender famílias em situação de risco. Enquanto isso são gastos alguns milhares de reais para a levar moradores de ruas à Brasília, sem que se perceba qualquer conseqüência prática desta ação, já que os moradores de ruas parecem ter aumentados em número na nossa cidade.
Não era para falar mais do assunto, mas quem freqüenta as filas de atendimento na Secretaria d e Saúde, nos ambulatórios, PSFs, Policlínica São Lucas e Pronto Socorro constatam todos os dias: a saúde continua sem gerenciamento e, pela falta desse “pequeno” detalhe, vive o caos permanente.
A alegação para tal ocorrência é real. Faltam recursos. Mas é nesta hora que a presença do secretário se faz mais necessária. Aí os que o procuram – e isto Serve apenas como ilustração – nunca o encontram. Quem o quer ver pela manhã, dizem que ele estará presente à tarde e quem quer vê-lo à tarde, a informação é que o encontram de manhã.
No fim nem em uma nem outra hora.
Já dissemos que não temos nada contra o médico Cleiton Piotto, que todos sabemos competente na sua área de atuação, mas como secretário de saúde é uma lástima. Enquanto a vaidade estiver acima dos interesses da comunidade, o sofrimento vai continuar nesta área. A população merece tratamento melhor.