terça-feira, 29 de setembro de 2009

Não era bem isto

A reunião da Câmara de segunda-feira em Passos foi marcada por um desabafo sem igual feito por Jefinho. Até terça à noite, quando esse repórter ainda não tinha encontrado com Marcos Salutti, a razão total estava com Jefinho.

A situação muda um pouco depois que Marcos Salutti confidenciou que a palavra “nervosinho” não era dirigida a Jefinho e que ele até tentara explicar em aparte, mas não teve sucesso porque Jeferson Faria não lhe dera a oportunidade.

Salutti disse que Tuco era o alvo. Amuado em canto, cara fechada, isto não agradou ao líder do PMDB que resolveu dar um puxão de orelha no vereador Antonio José de Freitas.

Bom, se é verdade isso e se não houver nenhuma contestação por parte do Tuco, é o caso de Jefinho reconsiderar sua fala e não se fechar ao diálogo. Se não for assim, mas apenas uma combinação entre membros de um mesmo partido para serenar o animo, depois é caso para Jefinho dar o desabafo feito como pronto e acabado, com todos os benefícios que a audácia de retrucar no ato algo que teria sido lhe imputado lhe rendeu e pensar no parlamento.

Afinal, se é verdade que os vereadores têm que debater a exaustão o que lhes chega às mãos, há casos que merecem uma análise mais rápida e um parecer mais urgente.

O certo é que não se pode deixar que um posicionamento pessoal prevaleça sobre o interesse de toda comunidade.

Mas dá para crer que, pelo nível demonstrado até agora pelos atuais vereadores, o bom senso há de prevalecer

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Não vem de graça

Embora por aqui estejam querendo fazer aparecer o contrário a possibilidade de Passos vir a ser sede de uma unidade da Universidade do Estado de Minas Gerais, está ficando cada vez mais remota.

O site http://www.correiodoslagos.com.br/ publicou matéria mostrando que os deputados da Comissão de Ciências e Tecnologia se reuniram para discutir formas de vincular as fundações optantes à UEMG. Não encontraram.

Nem podia ser diferente. “Desde o dia 30 de abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a vinculação das 33 fundações educacionais mineiras criadas por lei ao Ministério da Educação (MEC) e não mais ao Conselho Estadual de Educação (CEE). O STF declarou inconstitucionais os artigos 81 e 82 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Estadual, que determinaram a integração dessas fundações ao sistema estadual de educação, sob a supervisão pedagógica do CEE. Elas foram criadas com patrimônio do Estado e/ou dos municípios, mas cobram mensalidade dos estudantes, ainda que não possam ter lucro, por determinação legal”. É o que destaca o texto da reportagem vinda da ALMG, Belo Horizonte.

Tudo mundo já sabia disso. Aqui em Passos, o presidente da FESP, teima em dizer ao contrário e reafirma que a transferência de recursos do Estado para a instituição (via pró-Uemg, por exemplo) é uma prova de que o vínculo existe.

É uma mentira que os estudantes aceitam ou porque pensam na possibilidade da bolsa ou porque querem crer no sonho da universidade pública.

Esse engodo precisa ter fim e seria bom que se começasse isto com uma mobilização dos próprios estudantes.
Os universitários não podem se bastar apenas na sala aula. É importante que estimulem o debate, questionem a direção da FESP e, nesse momento pré-eleitoral, coloquem na agenda dos candidatos a deputados, senador e governo de Minas a necessidade de uma universidade pública em Minas.

Nesse contexto, é legítimo que a região do sudoeste de Minas se candidate e se credencie a ter uma unidade desta universidade aqui.

Essa luta tem que ser por fora do atual dirigente máximo da FESP, Fábio Kallas. Todos sabem da grande ligação deste dirigente com o deputado federal Nárcio Rodrigues. De Frutal, este deputado cortou caminho, graças a proximidade que tem o governador Aécio Neves, e conseguiu a implantação da UEMG naquele município.

Aqui esta ligação, no que diz respeito à absorção da FESP pela UEMG pouco adiantou. A FESP é uma instituição particular, que, ao que parece, não sobreviveria sem a ajuda das verbas públicas e tudo indica que é ai que vai ficar se não houver mobilização contundente da sociedade acadêmica e demais.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A queda de braço

É verdade que a demonstração de irritação dos vereadores(Passos) de situação para com a administração não foi lá nenhum grito de guerra. Mas deve ser suficiente para que recebam os afagos necessários e, na próxima sessão, estejam engajados de novo na defesa da administração.

Alguns dizem que a política é a arte de engolir sapo. É o que deve estar sentindo a oposição com o acordo feito na sala da presidência e que já garantiu a aprovação do REFIS, a lei que vai isentar de multas e juros e devedores da prefeitura, apertada com a queda da arrecadação.

A intenção era limitar o benefício a um teto mínimo. Mas a Constituição não permite privilégio. Daí restava a opção de rejeitá-lo. Na reunião fechada, os argumentos foram fortes, embora ninguém da imprensa tenha sido informado qual – ou quais – argumento convenceu a oposição a mudar de opinião.

A Secretaria de Saúde anuncia uma nova forma de agendamento. É uma medida que toca no cerne da questão da saúde: fim da fila e concessão de exames na quantidade certa. A idéia é boa. Resta ver sua aplicação e se vai ter gerente capaz de implementá-la.

Quem deve estar rindo à toa é a vereadora Tia Cenira. Na última sessão ela abordou o assunto exatamente nos termos propostos pela Prefeitura.

E a Câmara dos deputados aprovou a PEC que aumenta o número de vereadores no Brasil. Pela lei,que será promulgada pelo presidente Michel Temmer, Passos sai de 11 e vai para 17.

É uma aberração em todos os sentidos. Não muda a representação e ninguém votou nas últimas eleições para isso. Depois, quando a população despreza os políticos ainda tem gente se queixando.

Essa mudança ainda vai ser muito discutida e o STF já há sinalização de que ela será barrada. Seria bom que a proposta do senador Cristovão Buarque de acabar com os subsídios para as cidades com menos de 200 mil eleitores também tivesse sido aprovada.

Será que se isto tivesse ocorrido ainda teria tanta gente defendendo melhor “representação popular” no legislativo municipal do País?

Essa queda de braço tem milhões de perdedores e poucos vencedores se, ao final, prevalecer.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Uma no cravo, outra na ferradura

O ex-prefeito Ataíde Vilela resolveu falar. Fiel ao seu estilo falou o que devia e foi além, falou também o que não devia. Neste aspecto não ficou muito diferente do prefeito José Hernani que, de posse da auditoria feita no SAAE, sob encomenda da atual administração do órgão, foi até a promotoria e entregou o documento ao promotor Paulo Márcio. Ficou bem na foto. Mas o desdobramento é que pode ser feio.

Vamos a Hernani em primeiro lugar.

Auditorias não podem ser consideradas peças de condenação. Elas servem para avaliar determinada situação ou para esclarecer um ponto nebuloso. A partir daí seu uso pode ser administrativo e até para produzir provas jurídicas. Muito dificilmente o uso delas para efeito político pode surtir algum efeito de pronto como parece que pretendeu a atual administração, que foi o de colocar Ataíde no limbo.

Do jeito que a coisa anda, o que pareceu certo num primeiro momento, pode acabar como peça de campanha e, pior para os mentores da estratégia no bojo da administração, favorecendo Ataíde Vilela.

Agora vamos à reação do Ataíde.

Sem esperar um esclarecimento técnico o ex-prefeito resolveu falar. E jogou para a platéia. Falou com o respaldo das colocações técnicas de Bira, mas deu conselhos à administração atual, que poderão ser usados contra ele, como o de dizer para a administração procurar os aliados do governo e trazer para cá recursos do PAC.

Não se ateve na sua fala em avaliar o espaço de tempo. O prefeito José Hernani está no seu primeiro ano de governo e tem um longo caminho pela frente. No lugar de ficar no rebate a auditoria do SAAE, que era o que convinha fazer, passou para o palanque e deitou falação.

Um deu no cravo, caso de Hernani e pode ter cravado o casco, embora não dê para imaginar qual a profundidade. O outro deu na ferradura, resta saber se o ressoar do martelo dure o tempo necessário para ter efeito nos pleitos que se seguem.

No fim, entre meias verdades, ninguém cuidou do essencial. A administração precisa pensar no governo, em realizar ações administrativas, sem olhar no retrovisor e a oposição não pode imaginar que só apontando falhas pode garantir o pódio por antecipação.

No meio disso pode surgir alguém mais sereno e levar de roldão o que alguns pensam estar garantindo agora.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dois momentos

De ontem para hoje pode se acompanhar dois momentos diferentes da política passense. Ontem na Câmara Municipal a oposição aproveitou a idéia do vereador Tuco – que na legislatura passada capitaneou o SOS –Estradas Rurais – e lançou o SOS saúde de Passos.

De fato a saúde em Passos pede socorro. O nó está na gestão e na implantação de formas de atendimento que eliminem a fila de espera, naquilo que isto for possível, mas mudar a gestão nesta área não é algo apenas conceitual, mas requer a presença constante, em todos os momentos, do secretário de saúde dentro do sistema.

Não vemos isto e, por esta razão, vamos continuar exercendo o direito de crítica e pedindo respeito à comunidade que, ao fim, paga o salário dessa gente.

A intenção da oposição em se diferenciar faz sentido. Afinal apostar no caos é apostar na piora da qualidade de vida da população, o que seria uma lástima. Além disso, nos dias atuais não há mais espaço para criticar tão somente.

Hoje os cidadãos querem também que sejam apontadas soluções para os problemas. E a oposição demonstrou esta vontade.

O outro momento se deu quando, o prefeito José Hernani, acompanhado de seu staff foi até ao Promotor Paulo Márcio entregar o relatório da auditoria feita no SAAE naquilo que se refere a construção da Estação de Tratamento de Esgoto e obras complementares, que fazem parte do conjunto.

A estratégia de fazer uso político do resultado tem riscos iminente, mas o tom técnico disfarçou bem a situação, embora a foto enviada a imprensa não consiga esconder o propósito: bater no prefeito anterior Ataíde Vilela.

Bem medidas as coisas, quem agora deve vir a público é a Camargo Correa e a SANAG, além da antiga gestão do SAAE. Talvez dêem pouca importância algo que só interessa à província e esta pode ser a grande contribuição que as empresas construtoras, projetistas e fiscalizadoras estejam dando a Hernani no episódio.

Ao deixar passar batido, ocorre o que se costuma dizer: quem cala consente. Por outro lado, se Ataíde pensa que o silêncio dele seja o melhor caminho para “abafar o caso”, talvez esteja contribuindo para consolidar a imagem de que a saraivada de denúncia contra ele tem algum fundamento.

No fim oposição e situação, uma numa dia e a outra no dia seguinte, moveram com alguma cutela as peças que só terão o jogo encerrado nas eleições de 2012.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A FESP como universidade pública

O Senador e Ministro das Comunicações, Hélio Costa, não se fez de vexado e, ao ser abordado sobre a implantação de uma universidade pública em Minas, tendo como pano de fundo a estadualização da FESP, porque foi assim que fiz a pergunta, respondeu que Minas precisa ter sua universidade pública e foi mais além, afirmando que o conceito é faze-la descentralizada, alicerçada em diversas regiões do Estado, como é o que se propõe ser a UEMG e que, desde quando este debate começou aluiu pouco do papel, contando com duas unidades implantadas, uma em BH e outra em Frutal.

A de Belo Horizonte, como não poderia deixar de ser, funciona como mola propulsora das outras. Pelo que até agora se viu, uma mola de pouco impulso.

A de Frutal, surgiu como possibilidade de ser um campi avançado depois que o deputado federal Nárcio Rodrigues assumiu o poder e se aproximou de Aécio Neves. Virou estadual muito depois que a FESP esteve quase lá e Eduardo Azeredo se intimidou ao não assinar o decreto de absorção.

O Senador Hélio Costa, pré candidato do PMDB ao governo de Minas, retoma o debate. Minas não pode ficar sem sua universidade. São Paulo tem duas, Rio de Janeiro tem a sua. Rio Grande Sul, Santa Catarina e Paraná idem. Só Minas ainda não.

Pode ser discurso de candidato. Mas é assim que as coisas acontecem. Lembram-se da ponte Passos – Glória? Quando Aécio disse que iria construí-la poucos acreditaram. Esta quase pronta.

É verdade que Aécio Neves também disse que iria integrar a FESP à UEMG. Ainda não o fez e tem tempo para tal, mas é correto que seja exercida pressão política sobre qualquer político, de qualquer partido, afinal a universidade não é um sonho individual, é sonho da coletividade que, por um lado, vai permitir portas abertas para muitos estudantes, que hoje não têm como arcar com os custos das mensalidades, por outro, coloca a disposição da comunidade regional uma alavanca para o seu desenvolvimento cultural, econômico e social.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Agressão ao meio ambiente

Ontem, quando mencionamos os possíveis candidatos, um nome nos escapou para a disputa do cargo de deputado federal: Wagner Caldeira, que dirige o PHS e já se colocou em reportagem no site www.correiodoslagos.com.br como um provável candidato.

Wagner está num partido que está sendo fortalecido. Um dos nomes que está de mala e cuia para o partido é Vitório Medioli, dono da SADA e do jornal o Tempo (BH). É um profissional do ramo e, por isso, com certeza tratará seus pares neste contexto. Assim Caldeira deixa de ser uma expectativa para ser uma possibilidade concreta de candidatura.

O deputado Antonio Carlos Arantes deu o grito. A construção de um hidrelétrica no Rio São João entre Jacuí e Passos pode ser mais prejudicial e benéfico. A começar pelo uso do lago que será criado com a inundação, já que a obra é particular, o mesmo também poderá ser.

Outro problema virá com a fixação de migrantes que vêm trabalhar na obra. Ao fim dela, acabam ficando na região e ai tem-se um problema social.

A partir da posição do deputado é importante uma mobilização de autoridades e ambientalistas, para uma discussão mais aprofundada, na própria Assembléia Legislativa, envolvendo o CBH do Médio Rio Grande e os conselhos pertinentes.

Antes que seja tarde. Assim é importante que algum vereador de Passos, Fortaleza, Jacuí ou Itaú faça esta reivindicação junto ao deputado Antonio Carlos para que ele solicite a audiência pública, que pode inclusive trazer a Assembléia Legislativa à região.
O que não pode é fazer o silêncio da omissão.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Dá para fazer agora

Embora pareça prudente, a idéia do Secretário de Planejamento, Antonio José Francisco, de esperar pelas resoluções do COTRAN para elaborar a lei que regulamenta o mototaxi no município, pode ser deixada de lado.

O serviço existe em Passos há mais de dez anos e o nó para sua melhor eficiência está na falta de lei que permita uma fiscalização. E isto não pode ser protelado, ainda mais agora que existe uma lei federal que torna legal a profissão.

O COTRAN, como órgão normativo do trânsito no País, estará sempre criando resoluções e se a decisão de esperá-las prevalecer, a nova lei municipal vai demorar muito mais do que o debate no legislativo pode fazer com que ocorra.

Morno, quase frio, o debate em torno de candidaturas na cidade. Não será por aí que se fará o resgate da representação política em Passos.

Dr José Orlando está sendo cobrado para sair do PSDB. Há companheiros dele usando isso como escora para deixa-lo a ver navios. Do que jeito que ele está tratando a sua possibilidade de virar deputado estadual, nem com mudança de partido isso acontece.

Alexandre Maia, batendo na sua tecla única, Samu, o retorno, perde tempo e espaço. Uma candidatura precisa ir além. Por certo as expectativas regionais são bem maiores do que isso.

O que acontece tem uma razão simples: os nossos candidatos têm projeto de poder e não de governo. Por isso agem amadoristicamente, sem visão de futuro e sem vinculação a grupos.

Quem faz isto muito bem é o deputado Antonio Carlos, no plano estadual e Melles no federal. Ambos se agarram a bandeiras regionais e lutam pelo vigor econômico deste lado de Minas.

Cássio Soares, neófito, apela para o novidadismo. Pode colar. Mas a ele também falta projeto de governo. Quer ser deputado e ponto. Ao contrário de Maia e Tuta, pode chegar lá, porque está montado no cavalo mais brioso que passa por estas paragens, tratado a feno fino das estalagens do governo estadual.

Um nome que ouvi outro dia ser colocado no cenário foi o de Alexandre Dentista. Nem dá para comentar já que a maior “obra” dele até agora foi aceitar ocupar uma vaga em um cargo que, quando foi discutido e votado na Câmara, se posicionou veementemente contra.

No cenário para federal, Renato Andrade só tem a ganhar. Fábio Kallas vai ter que dar muitas explicações sobre como tira a FESP de A para o “A..baixo da média” como, com sarcástico humor, registrou a Gazeta de Passos. Ao Ataíde, encolhido na estratégia do silêncio, cabe ter percepção que jogador que não atua, acaba esquecido pela torcida, mesmo que ela o considere bom de bola.
Pelo andar da carruagem, alguns podem até chegarem ao destino, mas com certeza não será aquele que a cidade tem expectativa em torno, que é de ver Passos com representação política pelo menos na Assembleia Legislativa de Minas.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A correção necessária

Reportagem estampada no Correio dos Lagos On Line (www.correiodoslagos.com.br) mostra que a FESP, ao passar da órbita do Conselho Estadual de Educação para o Conselho Nacional de Educação, órgão responsável pela avaliação das universidades brasileiras, as públicas federais e as particulares, excluindo-se aí as estaduais, teve diminuída seus conceitos de avaliação. De A, que significa excelência, passou para pontuação que atinge, em alguns casos, cerca de 260 pontos em 500 possíveis.

Não é o caso dos adversários de Fábio Kallas na direção da FESP, entre os quais me incluo, comemorarem. Isto apenas confirma o que amplamente se comentou, se denunciou e se documentou, indo o caso parar numa CPI da Câmara Municipal de Passos e numa ação por improbidade administrativa em tramitação na justiça federal.

Naquela época, quando o Correio dos Lagos que tinha uma circulação semanal impressa, registrou e criticou os fatos, de cima de sua empáfia, Fábio Kallas provocou a justiça propondo diversas ações contra a direção do jornal.

Aos poucos as coisas vão tomando o rumo certo. Agora mesmo a justiça julgou improcedente uma dessas ações exatamente porque viu no que foi noticiado apenas o cumprimento do papel social do periódico no exercício da liberdade de expressão.

Fábio Kallas queria colar na direção do então semanário a pecha de mentirosos. O tiro saiu pela culatra e agora quem deve satisfação à sociedade, aos alunos e a comunidade acadêmica é exatamente Fábio que pode, mas é preciso colocar isso em dúvida, muito bem ser pressionado pelo Conselho Curador.

Uma coisa é certa, a FESP não pode mais usar os conceitos As em suas peças publicitárias e muito menos afirmar que ainda é uma unidade optante para ser parte da UEMG. O uso da grife é um abuso à inteligência das pessoas.

O que ocorre hoje é que a FESP se mantém, em grande parte, graças aos recursos que vem do Estado de Minas, através do Programa de Bolsas de Estudo que Aécio Neves não quis encerrar tendo em vista a sua necessidade política de não criar ruídos que possam, ao mínimo, incomodá-lo na sua pretensão de ser um candidato viável à presidência da República.

O professor Fábio Kallar, seja por decisões da justiça, seja pela realidade apontada na avaliação do MEC ,começa a ser obrigado a conviver com que de fato tem feito da FESP: quase um apêndice de sua vontade, agora desnuda como uma vontade nada produtiva à instituição. Mas isto passa...o tempo dos ditadores passa....por mais que se julguem eternos.

Mais cedo ou mais tarde a correção necessária na direção da FESP será feita e aí voltaremos a ter a nossa querida instituição de ensino no rumo de seu destino histórico: ser uma universidade pública na construção de uma sociedade regional forte.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É preciso falar

Oito meses depois que a atual administração assumiu o comando da cidade, a situação piorou muito. A sensação de abandono, a queda no ritmo de produção e a desaceleração da construção de obras públicas amortecem a economia local. O CAGED tem mostrado que a cidade mantém seu nível de emprego, mas deve a sua própria condição de desenvolvimento econômico, nada a ver com a ação do poder público municipal.

É verdade que a arrecadação caiu e drasticamente, mas isto não pode ser desculpa para a inoperância em outro s setores essenciais à vida da comunidade, como saúde, educação e assistência social.

Na educação ainda é nebulosa a aquisição dos livros do sistema Positivo e há quem esteja investigando como se deu a dispensa de licitação que resultou na escolha desse sistema para as escolas municipais.

De nossa parte, têm chegado até nós várias indicações que dão conta de que o material didático oferecido destoa da realidade dos alunos da rede pública municipal, concentrada na periferia em sua maior parte.

A educação, como ensinava Paulo Freire, precisa ter papel integrador com a realidade de cada um. E há versões modernas do vovô viu a uva, que levam estudantes se distanciar do seu dia-a-dia. A diferença que no lugar da alienação, o contato com a realidade sem a proposta modificadora que a educação pode provocar cria cidadãos revoltados, confusos, no lugar de pessoas indignadas dispostas a contribuir para mudar o quadro social.

Governos precisam ter este zelo e não podem se deixar levar pelo canto da sereia. Nem sempre o que é moderno, que usa tecnologia avançada, é o certo e o melhor para a realidade onde estamos inseridos.

Enfim, não era para falar, mas é preciso.

O velho Pronto Socorro continua vivendo seus trágicos dias. No final de semana, por exemplo, a falta de médicos voltou a se repetir e os funcionários andaram ameaçando parar em razão do anúncio do corte de horas extras .

Enquanto isso, as obras de reparos no prédio do novo PS, anda caminhando lenta. A licitação para a aquisição do material hospitalar, vencida pela Midas há cerca de dois meses, ainda não teria sido adquirida.

O secretáro de saúde, o médico Cleiton Piotto, por sua vez continua praticando a sua rotina.
Aparece na secretaria uma vez por dia, numa carga horária que não excede duasm começa às 11:00h, quase sempre, também, quase sempre, termina às 13:00h. Este senhor leva dos cofres públicos cerca de R$4.200/mês para trabalhar em cargo de confiança que, antes de ser do prefeito, deveria ser da população, para quem dedica tão pouco tempo. E ele ainda acredita que isto não interfere na produtividade de sua secretaria.

Santa vaidade!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Não dá para não comentar

O prefeito José Hernani sofreu uma derrota acachapante na votação dos vetos que propôs as 21 emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias que, como o próprio nome diz, antecipa a Lei do Orçamento. São emendas que podem ir parar nas cucuias, já que o executivo pode simplesmente ignorar tudo o que foi proposto agora, inclusive nas audiências públicas.

O que é preciso ressaltar aqui é que a rejeição aos vetos foi uma lição que o legislativo deu no executivo, pela forma inábil, para ser ameno, como foi redigido o texto. De resto sobrou para o prefeito para não ir assinando as coisas em que antes seja feita uma apreciação política.

Realmente o texto causa espécie ao colocar os vereadores como mero s apreciadores das propostas do executivo e, ao destacar, que se eles quisessem deveriam participar das audiência públicas previstas na legislação para tratar da elaboração da LDO. Importante: quando o prefeito vetou as emendas as audiências públicas sequer tinham sido realizadas.

A votação, que jogou por terra a manobra do inoperante líder do prefeito na Câmara, o Tuco, por tentar causar divisão na oposição ao pedir destaque na votação da emenda 04, com a intenção de manter o veto em pelo menos uma emenda.

Fica a lição a ser assimilada.

Por falar em lição, era nossa intenção não voltar ao tema. Mas a crise na saúde e na área social do governo Hernani tem se agravado. O prefeito e seus assessores não aprenderam nada até agora.

No Vida Melhor, que atende as pessoas na terceira idade, o desmonte é visível. Implantado na Praça de Esportes Baru de Pádua, com suporte de transporte para os interessados a partir dos PSFs, o programa já teve o ônibus que servia para isto cortado e a falta de condições para a prática esportiva no local é de fácil constatação. A começar pela piscina interditada e pela pista de Cooper danificada.

Para piorar, a Prefeitura, como constatou o vereador Dentinho, está promovendo nos PSFs atividades físicas com pessoas com 60 anos ou mais, sob a supervisão de uma assistente social. Uma irresponsabilidade com a saúde dos idosos e uma medida politiqueira que só pode ter sido feito para atender a demanda de algum “cliente”.

Mas a assistência social, como denunciou da tribuna Tia Cenira, é uma área que parece viver mais do marketing do que de ações específicas. O exemplo maior é o fato de até dos dias de hoje não ter adquirido as cestas básicas para atender famílias em situação de risco. Enquanto isso são gastos alguns milhares de reais para a levar moradores de ruas à Brasília, sem que se perceba qualquer conseqüência prática desta ação, já que os moradores de ruas parecem ter aumentados em número na nossa cidade.

Não era para falar mais do assunto, mas quem freqüenta as filas de atendimento na Secretaria d e Saúde, nos ambulatórios, PSFs, Policlínica São Lucas e Pronto Socorro constatam todos os dias: a saúde continua sem gerenciamento e, pela falta desse “pequeno” detalhe, vive o caos permanente.

A alegação para tal ocorrência é real. Faltam recursos. Mas é nesta hora que a presença do secretário se faz mais necessária. Aí os que o procuram – e isto Serve apenas como ilustração – nunca o encontram. Quem o quer ver pela manhã, dizem que ele estará presente à tarde e quem quer vê-lo à tarde, a informação é que o encontram de manhã.

No fim nem em uma nem outra hora.

Já dissemos que não temos nada contra o médico Cleiton Piotto, que todos sabemos competente na sua área de atuação, mas como secretário de saúde é uma lástima. Enquanto a vaidade estiver acima dos interesses da comunidade, o sofrimento vai continuar nesta área. A população merece tratamento melhor.