Um acontecimento discreto marcou a mudança de mãos da AMAPASSOS, antes da eleição de Hernani como prefeito de Passos, uma forte aliada do grupo e uma arma contra a gestão de Ataíde, se bem que o certo é dizer que a AMAPASSOS fazia oposição e isto ajudou bastante ao então candidato do PMDB José Hernani da Silveira. O agradecimento acabou vindo e o seu presidente José Geraldo da Silveira, junto com outros, agora é Sercretário de Indústria e Comércio.
No decorrer, Nelza Ifigência tornou-se a principal dirigente da instituição, que se atribui a vigilância da sociedade civil sobre a ação dos políticos, mas não conseguiu dar a mesma visibilidade que conseguira quando Ataíde era prefeito.
Agora, Carlos Chagas, que há quem diga será o novo dirigente do DEM de Passos, a também advogada como ele, Isabel Pereira e Nelza são os novos dirigentes. A sede da entidade será onde se localiza o escritório de Carlos Chagas. Vamos acompanhar os próximos passos.
Em outro cenário, a movimentação acontece dentro do PSDB. A ascensão de Fábio Kallar pôs a barba de molho de tucanos, digamos, de bico mais velho. Mas a acomodação, como é natural acontecer, parece apontar para estraségias de longo prazo e visa o interesse do deputado federal Nárcio Rodrigues.
Ele tem dito intramuros que não deseja mais disputar uma vaga na Câmara Federal, quer alçar vôos maiores, talvez o senado, talvez o gioverno do Estado e para isso tem que ampliar o leque de alianças. Fábio Kallas seria escalado para ser candidato a deputado federal. Isto preservaria a ligação criada com Ataíde Vilela, o homem que tem votos hoje no PSDB de Passos e, narizes torcidos à parte, manteria a todos sob a presidência de Dentinho, que anda articulando muito bem sua liderança dentro do partido, com trânsito nas duas principais correntes.
Dessa briga intestina passa-se para outra. O DEM aposta em Carlos Melles, que quer fazer de Renato Andrade deputado (federal?) e criar laços com lideranças de Passos, algo que até hoje não conseguiu fazer com consistência e peso que o seu nome tem na região. Melles também tem os mesmos objetivos de Nárcio.
Nesse sentido enquanto Nárcio já fez seu nome local pôr os pés dentro do governo (Fábio Kallas), Carlos Mellles está com a incumbência de fazer Renato Andrade ocupar um posto importante no escalão de confiança do governador Antonio Anastasia. Há quem aposte que até 15 de fevereiro a nomeação sai, mas há quem diga que essa nomeação será mandada para as calendas.
Como se vê a disputa é muda e surda, mas o barulho que faz pode repercutir primeiro em 2012 e depois em 2014.
Em 2012, se o cenário apontado para Fábio ocorrer lucra Ataíde e depois Taquinho no campo da oposição. Taquinho lucraria mais ainda se Renato viesse ser assessor do governo junto a Melles. Ainda tem, para ser medido, a forma de agir de Cássio Soares, que toma posse no dia 1º de fevereiro como deputado estadual.
Percebe-se que todos estão tratando a política com estratégias profissionais. E este é o momento para isso. Tudo isso, porém, está bem longe da opinião pública que não percebe com clareza as manobras que tem por objetivo seduzi-la. Mas o jogo está sendo jogado.