O legislativo passense entra em recesso. Reuniões, agora, só em 03 de agosto. Mas não é só aqui, No Brasil todas vão para o “merecido” descanso de meio de ano. Um privilégio que outros trabalhadores não têm.
O Congresso Nacional também. E junto vai um senado quase a nocaute. É a política no Brasil, onde a condição cultural do povo faz com que um político, quando se aboleta no poder, esquecer origens, compromissos, propostas e transformar um mandato num balcão de negócios.
O sentido usado aqui é amplo. Nem sempre balcão de negócios quer dizer troca de favores, negociatas, corrupção. Ocorre também em razão das pequenas traições, aos tropeços nos princípios, pela defesa do eleitoreiro no lugar de políticas que signifiquem avanços verdadeiros na qualidade de vida, no status político e na democratização das instituições e no fortalecimento da cidadania.
O senado não serve de base. Aquilo está caindo de podre. Se alguém quiser dar algum exemplo partindo daquela casa, deve defender a reforma (atenção: pôr ao chão primeiro) total da casa, desde o modus operandi até escancarar com completo denodo tudo o que ali existe.
Mas serve de base o último episódio da Câmara Municipal de Passos, quando ao apagar das luzes deste primeiro semestre, em que o saldo de atuação dos vereadores pode ser considerado positivo, aprovou o projeto que cria cargos de vice-diretor nas escolas municipais.
Deixando de lado a necessidade deste cargo, muita pequena, já que as escolas viveram até hoje sem ele e nem por isso perderam eficiência, a edilidade deixou passar batida uma grande oportunidade de debater a estrutura operacional das escolas passenses e de fazer avançar a participação da comunidade na vida institucional das mesmas.
Temas como vida administrativa longe da ingerência política, com as escolas mesmos escolhendo direção e vice e, ganhando com isso a própria comunidade que estaria se aparelhando para discutir e definir prioridades e políticas educacionais.
Ao fim, tudo se resumiu a canetada do poder executivo e a complacência do legislativo dizendo amém.
Ah, antes que digam que estamos apenas jogando pedras: o resultado poderia até se desembocar na aprovação do projeto proposto, mas se o debate tivesse acontecido, com certeza, o projeto original poderia ter sido muito melhorado. Assim, na hora de entrar em recesso, os vereadores perderam a oportunidade de praticar o melhor exercício do parlamento: o debate em torno de temas que interessa a comunidade.