Ocupado com a tabulação da pesquisa que a Empop fez sob encomenda da Rádio Globo Passos, não pude dar a atenção devida a este espaço. Aqui é um momento de reflexão que compartilho com alguns leitores, que fazem comentários sobre os assuntos abordados, ou mesmo comentam, a critério deles, até anonimamente, assuntos que consideram importantes. Tenho, via de regra, aceito os comentários, mas ultimamente tenho recusado muitos deles. A razão é simples: passam para a ofensa, atacam com palavrões, levantam o dedo acusador contra pessoas que ocupam funções públicas sem apresentar provas. Assim ficam levianos e não merecem a consideração do debate, que pode ser feito de forma veemente, mas que neste espaço se dará de forma a ser aturada por todos.
Isto posto não poderia deixar de comentar a reunião da Câmara da última segunda-feira. O vereador Jefinho fez uma das mais competente participação da tribuna. Abordou a denúncia que se tornou pública contra um funcionário que, segundo a chefia da área, teria sido pego forjando relatório da zoonose, responsável pelo combate à dengue.
Para Jefinho a pressa punitiva não foi a mesma dedicada aos médicos que não foram encontrados em seus locais de trabalho, quando o Ministério Público deu uma incerta nos PSF’s. Além do funcionário não ter tido o direito, como é de praxe, de ampla defesa.
Mas Jefinho soube identificar com clareza quem de fato deveria ser chamado à responsabilidade, no caso o secretário de saúde, Cleiton Pioto. A estranheza de Jefinho não é diferente de muitos que viam o promotor Paulo Márcio caçando bruxas ao menor alarido ( e esta é a função dele mesmo) e hoje encontrando bruxas na ponta, sem se preocupar se o secretário pratica ou não política pública na área da saúde. Para nós, simples mortais, os números da dengue em Passos dizem muita dessa competência e responsabilidade e o prefeito José Hernani, como disse o vereador, está sendo levado de roldão pela turbulenta incompetência gerencial da área de saúde, chefiada por Cleiton Piotto.
Aliás, Edmilson Amparado teve que usar da tribuna de novo para tentar embaralhar uma denúncia de que a prefeitura teria perdido R$3 milhões, que seriam tomadas por empréstimo, para aquisição de máquinas para a manutenção de estradas rurais. Ele foi até o Banco do Brasil e conseguiu documentação que abre a possibilidade desse empréstimo ser feito até dezembro de 2010.
Quem enviou ofício dizendo que o empréstimo não tinha mais como ser feito foi o secretário de Pecuária Agricultura e Abastecimento, Izonel Lopes. E os vereadores tiveram, à época, de correr para votar a lei que autorizava a prefeitura fazer o empréstimo. Entre a razão para o Edmilson ou para Izonel, alguns vereadores de oposição estão dizendo que será preciso nova votação autorizativa. Vamos aguardar. Mas a foto com o gerente do BB já foi feita. Se for assim, menos mal.
Saiu a mais nova pesquisa Rádio Globo/Empop. O quadro teve oscilações. No caso de deputado federal, Renato Andrade oscilou para menos, mas na estimulada entrou dois nomes que ficaram de fora na primeira, Domingos Sávio e Alexandre Pereira.
Já para estadual Alexandre Maia oscilou para cima. Saiu de 33% e foi para 38,7%. Tuta oscilou um ponto acima e agora está com 27%. Reminho também. Ele tinha 1,8% e agora está com 6%. Já Cássio Soares e Antonio Carlos Arantes oscilaram para menos. O primeiro saiu de 8 para 6,5% e o segundo de 10 para 3%. A maioria das oscilações de deu dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 5%.
Mas a pesquisa tem dados interessantes. O eleitorado ainda não está interessado nas eleições e, ao contrário do que muitos imaginam, Passos é um território livre. Tanto é que 38% estão dispostos a votar em candidato de fora. Apenas 32% afirmam que só votariam se o candidato fosse daqui.
É este o perigo. Quem tiver medo de fazer alianças pode não conseguir os votos necessários para se eleger na região. Por outro lado se resolver sair abraçado por aí com um candidato d fora, sem uma boa explicação, dentro de Passos, vai carregar uma forte rejeição.
Os candidatos locais – seja em que esfera for – estão na encruzilhada e sabem que têm que trilhar o rumo do fortalecimento de suas candidaturas. Como dizer isto ao eleitor sem ferir o bairrismo? Existem 38% que querem ouvir a explicação. Quem se habilita?