quarta-feira, 28 de abril de 2010

O coro da contradição e as eleições de 2010

Ocupado com a tabulação da pesquisa que a Empop fez sob encomenda da Rádio Globo Passos, não pude dar a atenção devida a este espaço. Aqui é um momento de reflexão que compartilho com alguns leitores, que fazem comentários sobre os assuntos abordados, ou mesmo comentam, a critério deles, até anonimamente, assuntos que consideram importantes. Tenho, via de regra, aceito os comentários, mas ultimamente tenho recusado muitos deles. A razão é simples: passam para a ofensa, atacam com palavrões, levantam o dedo acusador contra pessoas que ocupam funções públicas sem apresentar provas. Assim ficam levianos e não merecem a consideração do debate, que pode ser feito de forma veemente, mas que neste espaço se dará de forma a ser aturada por todos.

Isto posto não poderia deixar de comentar a reunião da Câmara da última segunda-feira. O vereador Jefinho fez uma das mais competente participação da tribuna. Abordou a denúncia que se tornou pública contra um funcionário que, segundo a chefia da área, teria sido pego forjando relatório da zoonose, responsável pelo combate à dengue.

Para Jefinho a pressa punitiva não foi a mesma dedicada aos médicos que não foram encontrados em seus locais de trabalho, quando o Ministério Público deu uma incerta nos PSF’s. Além do funcionário não ter tido o direito, como é de praxe, de ampla defesa.

Mas Jefinho soube identificar com clareza quem de fato deveria ser chamado à responsabilidade, no caso o secretário de saúde, Cleiton Pioto. A estranheza de Jefinho não é diferente de muitos que viam o promotor Paulo Márcio caçando bruxas ao menor alarido ( e esta é a função dele mesmo) e hoje encontrando bruxas na ponta, sem se preocupar se o secretário pratica ou não política pública na área da saúde. Para nós, simples mortais, os números da dengue em Passos dizem muita dessa competência e responsabilidade e o prefeito José Hernani, como disse o vereador, está sendo levado de roldão pela turbulenta incompetência gerencial da área de saúde, chefiada por Cleiton Piotto.

Aliás, Edmilson Amparado teve que usar da tribuna de novo para tentar embaralhar uma denúncia de que a prefeitura teria perdido R$3 milhões, que seriam tomadas por empréstimo, para aquisição de máquinas para a manutenção de estradas rurais. Ele foi até o Banco do Brasil e conseguiu documentação que abre a possibilidade desse empréstimo ser feito até dezembro de 2010.

Quem enviou ofício dizendo que o empréstimo não tinha mais como ser feito foi o secretário de Pecuária Agricultura e Abastecimento, Izonel Lopes. E os vereadores tiveram, à época, de correr para votar a lei que autorizava a prefeitura fazer o empréstimo. Entre a razão para o Edmilson ou para Izonel, alguns vereadores de oposição estão dizendo que será preciso nova votação autorizativa. Vamos aguardar. Mas a foto com o gerente do BB já foi feita. Se for assim, menos mal.

Saiu a mais nova pesquisa Rádio Globo/Empop. O quadro teve oscilações. No caso de deputado federal, Renato Andrade oscilou para menos, mas na estimulada entrou dois nomes que ficaram de fora na primeira, Domingos Sávio e Alexandre Pereira.

Já para estadual Alexandre Maia oscilou para cima. Saiu de 33% e foi para 38,7%. Tuta oscilou um ponto acima e agora está com 27%. Reminho também. Ele tinha 1,8% e agora está com 6%. Já Cássio Soares e Antonio Carlos Arantes oscilaram para menos. O primeiro saiu de 8 para 6,5% e o segundo de 10 para 3%. A maioria das oscilações de deu dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 5%.

Mas a pesquisa tem dados interessantes. O eleitorado ainda não está interessado nas eleições e, ao contrário do que muitos imaginam, Passos é um território livre. Tanto é que 38% estão dispostos a votar em candidato de fora. Apenas 32% afirmam que só votariam se o candidato fosse daqui.

É este o perigo. Quem tiver medo de fazer alianças pode não conseguir os votos necessários para se eleger na região. Por outro lado se resolver sair abraçado por aí com um candidato d fora, sem uma boa explicação, dentro de Passos, vai carregar uma forte rejeição.

Os candidatos locais – seja em que esfera for – estão na encruzilhada e sabem que têm que trilhar o rumo do fortalecimento de suas candidaturas. Como dizer isto ao eleitor sem ferir o bairrismo? Existem 38% que querem ouvir a explicação. Quem se habilita?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

De Estrela e ruídos

Antes tarde do que nunca. É assim que começo este texto, porque considero importante tratar de um assunto que pode ter repercussões políticas nas eleições municipais de 2012. Tata-se da votação das contas do exercício de 1996, quando também era prefeito o atual, José Hernani. Mesmo que muitos digam que Hernani possa não concorrer o raciocínio por hipótese não prevalece na política.
Esta história se arrasta por 14 anos. E pelo que acompanhei do resultado da votação pode dar pano para manga por outra quantidade de anos.

O vereador Edmilson Amparado e Luis Carlos Souto Junior, o Dentinho, se movimentaram, cada um para fazer prevalecer sua tese.

Edmilson, que atua como líder do prefeito, embora não o seja, garante, baseando-se no artigo 190, §3º (Aprovado o projeto, a Mesa da Câmara o promulgará e encaminhará cópia da Resolução ao Tribunal de Contas do Estado e ao Prefeito Municipal). Para ele, o que os pares votaram foi o parecer da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, que era pela aprovação das contas com ressalvas, de autoria do relator Jeferson Faria e assinado por todos os outros membros CFFO (Dentinho e Marquinho Salutti).


E era disso que o Tribunal de Contas teria que ser informado e também José Hernani. A oposição não pensa assim e diz que a situação não teve musculatura para rejeitar o parecer do TCE, que é pela rejeição. Nesse caso são necessários 2/3 dos votos dos vereadores, ou seja oito votos.


O resultado, como já amplamente divulgado, foi de 07 pela aprovação das contas (ou seria rejeição do parecer do TCE), 03 contra a aprovação (ou três favoráveis ao parecer do Tribunal de Contas) e uma abstenção (voto em Branco).


Para a oposição o que deve prevalecer é o que diz o artigo 57, §3º (Somente por decisão de dois terços (2/3) dos membros da Câmara Municipal deixará de prevalecer o parecer emitido pelo Tribunal de Contas do Estado ou órgão estadual incumbido dessa missão).

O imbróglio esta criado e a discussão sobre as contas de Hernani de 1996 voltará ser tratada nas barras dos tribunais. E nem adianta dizer que o que se votou foi o parecer do TCE e, portanto , as contas foram rejeitadas. E também de nada valerá dizer que elas estão arquivadas, porque nada impede que sejam desarquivadas.

Mas parece que o exercício do poder faz com que algumas pessoas percam a noção da humildade e do trato civilizado entre as partes, sem falar que alguns esquecem mesmo é do passado desde que tenham a chance de colocar no peito uma insígnia de pouco valor, como parece ter acontecido com Alexandre Dentista que de defensor da ética e da igualdade racial passou a ocupar um cargo de confiança, onde embolsa todos os meses, como pagamento pelos “serviços prestados à população”, algo em torno de R$3.600,00. Até hoje não se tem notícia de uma ação efetiva sua. Pelo menos nada chegou a nós.

Pois bem, é um indicado dele, o advogado Telmo Aristides, que ocupa a função de Procurador do Município, que anda, como denunciou Jefinho da Tribuna da Câmara, tripudiando os vereadores com respostas agressivas, irônicas e tentando dizer que os vereadores conhecem pouco do metier jurídico. É um erro dele, que respinga em Hernani. Mas há coisas que só consegue enxergar atrás dos montes vê e para isso é preciso, não óculos, mas habilidade e quem vem da escola de Alexandre Dentista de certo dificilmente a terá.

A estrela do título é da Botafogo. Uma estrela que brilhou nos céus do Rio de Janeiro e que iluminou de alegrias pelo menos dois botafoguenses aqui na ardeia: eu e José Carlos Kallas, um desses irmãos que a vida nos oferta assim de graça e que dinheiro do mundo paga o valor de uma amizade assim. Mas de certo o brilho da estrela solitária brilha intensa de uma galera que tem no mais bonito símbolo do futebol brasileiro, a estrela, que nunca apaga em coração botafoguense.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

É justo

Os professores, mais que os servidores, de todo o Estado de Minas Gerais estão em pé de guerra com o governo do Estadual. Brigam por melhores salários e condições de aulas, além da realização do concurso público.

Faz tempo. Bastante tempo que os servidores da educação pelejam para melhorar seus vencimentos. Só quem conhece a rotina da vida de quem vive de “dar” aulas para o Estado pode entender o quanto é justo a luta que eles travam nesse momento.

Momento, aliás, ideal, porque é pré eleitoral e, como todos sabem, não há hora melhor para que uma luta desse nível seja travada. Ainda mais em Minas Gerais, quando temos Aécio Neves articulando sua candidatura ao senado de olho na sucessão pós 2014. Porque se alguém tem dúvida é para lá que o ex-governador está olhando.

Antonio Anastasia cumpre o papel de substituto de luxo. Ele é Aécio no governo e vai ter como prêmio seu nome colocado numa sucessão que, se ganhar, será muito além do que imaginava que pudesse ir.

Aécio não conta com isso, mas não faria mal nenhum se Anastasia vencesse. O ruído dos professores ecoa nas salas e recintos onde pisa Neves. Por isso, se pensassem estrategicamente manteria o movimento até quando houvesse melhora na proposta salarial, porque o resto é firula.

Os professores merecem uma remuneração melhor e um tratamento correto.

É justo que assim o seja.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Contas rejeitadas

A Câmara Municipal de Passos realizou uma sessão, senão atípica, pelo menos centrada em um foco diferente do usual. Normalmente os vereadores aproveitam o grande expediente para debater temas e fazer pronunciamentos políticos mais pesados sobre os assuntos em discussão no legislativo. Raramente acontece de votações chamarem a atenção mais do que este debate reservado a cada um deles.

Na reunião de segunda-feira, 12/04, aconteceu o movimento fora da rotina.

Num primeiro momento, os vereadores foram convocados para analisar o parecer do Tribunal de Contas do Estado sobre as contas do ano de 2006, do ex-prefeito Ataíde Vilela. Chamados nominalmente ao voto secreto, os vereadores acabaram aprovando por 11 votos a zero o parecer pela aprovação das contas.

Já no momento seguinte foi apreciada a conta do atual prefeito José Hernani, só que referente a outra gestão, mais propriamente a do ano de 1996. A intenção da situação era vê-la aprovada.

Como o pedido era para que os vereadores se posicionassem contra o parecer do TCE, que apontava a rejeição, a aprovação precisava ser por quorom qualificado, isto é 2/3 dos votos teriam que ser favoráveis, ou seja, oito votos.

Para defender o ponto de vista pela aprovação, o advogado Paulo Felipe usou da palavra. Minimizou as falhas apontadas, todas sanáveis, menos uma, a que constatava que a prefeitura teria superado o índice permitido para o gasto com folha de pagamento, na época 60% da receita.

Mesmo assim apontou que isto só aconteceu porque o prefeito teve que reintegrar 128 funcionários contratados que haviam sido demitidos, por causa de uma ação movida pelo SEMPRE.

Adiante, disse que o próprio TCE havia arquivado as contas em atendimento a recomendação do Ministério Público. Apontou que não haveria maiores conseqüências para Hernani caso a Câmara rejeitasse as contas.

Na mesma linha fluiu Edmilson Amparado, reforçando o argumento com o parecer do relator Jeferson Faria, pela aprovação.

Fora desta contexto oficial, os bastidores para a aprovação foram bastante movimentados. Reuniões aconteceram até a última hora. Meia oposição estava nela. Meia ficou de fora sem tempo para reclamar.

A expectativa era pela aprovação. A situação precisava de 3 votos da oposição. Dava-se como favas contadas. Ninguém duvidava do voto favorável de Jefinho, afinal ele apenas iria confirmar seu parecer. Para os que conhecem o sistema, Zetinho era outro voto certo. Faltava um, que balançava entre Claudio Fêlix e Chaparral.

A confiança da assessora de Hernani era grande. Talvez tivessem afrouxado o cerco um pouco antes da hora. Alguns sinais contribuíram para o surgimento na última hora de uma abstenção – voto em branco.

O advogado Paulo Felipe sinalizou com conseqüências pequenas para Hernani. Pode estar até certo, mas talvez tenha que provar a tese no tribunal de justiça. A assessoria confiou e não vigiou até o último momento.

Faltou o entendimento da alma humana. Era preciso sensibilidade para perceber que os votos de oposição foram cooptados e, nesse caso, quem vota se sente fora do lugar. Teriam que receber acolhimento e acompanhamento até a hora do cadafalso, que é mesmo que assim que se sente quem vai votar contra seus princípios, suas bases, seu grupo.

E olha que não há mesmo grande pecado nas contas de Hernani. Nada ímprobo. O mais grave foi ele não saber resolver a ultrapassagem do limite na folha de pagamento. Mas faltou capacidade de convencimento para mostrar aos vereadores que essa pendência macula a trajetória de um personagem político, José Hernani, que ilustra sua carreira exatamente pela ´probidade, honestidade.

E o resultado de sete votos a três, com um em branco, joga para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária para onde mandar o resultado da votação, se para as cucuias ou para instâncias da justiça. Em sete dias saberemos.

Para finalizar a Câmara transferiu para Marcos Baldini o FRIGOM. Assim mesmo sem licitação, como já ocorrera outras vezes com os açougueiros e com a Coperpassos. Pelo que se percebe FRIGOM para os gestores municipais de qualquer época é mesmo uma batata quente que tem ser descartada logo para não queimar a mão.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Dada a largada

A disputa pela presidência começou para valer, embora ainda não seja oficial, no dia 10 de abril. Em São Paulo, em uma festa barulhenta, Serra assumiu de vez que é candidato e ainda armou o cerco em torno de Aécio para que este assuma a condição de vice.

O ex-governador de Minas acenou com o de sempre. É candidato a senador. Mas deixou escapar que não é livre a pressões. Pode ser um jogo de cena, que serve tanto para dizer que pode aceitar ser vice de Serra, como também para dizer que apóia mas na condição de candidato a senador.

Aliás, ser candidato a senador é o melhor para o futuro político de Aécio Neves, mas a sedução é uma arte também muito fortemente exercida na política.

Por outro lado, Dilma e seu padrinho político Lula fazem o ajuste de sintonia fina. Aproveitam a saída de José Alencar de cena e montam o palanque em Minas. Patrus ou Pimentel será, um deles, candidato ao senado e Hélio Costa candidata-se ao governo de Minas.

Mas se Aécio virar vice de Serra, Hélio Costa vira vice de Dilma e um petista entre Patrus e Pimentel viram candidato ao governo e outro a senador.

Enquanto isso Marina Silva e Ciro Gomes fazem suas articulações. Marina tem a disposição reformista e defende ações de desenvolvimento com respeito ao meio ambiente. Já Ciro se articula como uma alternativa dentro do campo lulista.

Nenhum dos dois podem ser considerados carta fora do baralho, porque têm densidade eleitoral e são bons na construção do discurso, Marina mais que Ciro Gomes.

O concreto é que a largada foi dada e daquie para frente o olho do eleitor e a capacidade de fazer o convencimento vai definir o rumo que o Brasil vai tomar em outubro.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Bom senso, greve e direito de resposta

O PSDB de Passos está nas mãos do grupo de Ataíde Vilela. Isto já é sabido. Mas há alteração de comando. O que estava previsto para ficar com Ataíde à frente, acaba de voltar às mãos de Dentinho. Justa a mudança. Afinal Ataíde iria ficar parecendo o dono da bola. Manja aquele que leva as camisas, escala o time porque segura a bola debaixo do braço? Então, senão tem ninguém para cercar Ataíde é o próprio.

E pelo que conseguimos apurar quem deu o chega para lá nas pretensões de concentração de poder foi o deputado federal Nárcio Rodrigues. O argumento usado foi exatamente este: o ex-prefeito já tem uma função pública no DER (alguns acham que se trata de um bom emprego), vai coordenar a campanha de Anastasia, do Nárcio e do Aécio, ser presidente do PSDB seria um pouco demais.

A Comissão Provisória do partido ficou assim: Presidente, Dentinho, vice, Rodrigo Maia, Secretário, Ezio Joelle, ainda tem o Breno e mais dois da turma do Fabio Kallas. Dentinho tem dois votos. Então a maioria fica com a turma do Ataíde.

Hoje é assim que se fala. Antigamente, quando havia pruridos ideológicos, ou era a esquerda, centro ou direita que dominava. Como nos dias atuais as utopias estão enterradas, fica assim mesmo: uma hora é uma turma que domina outra hora é a outra.

Mas é preciso fazer a ressalva, o PSDB tem à frente um jovem promissor, dinâmico e com grande sensibilidade para as causas sociais. Dentinho tem se mostrado deste modo, atuante, sempre trabalhando com o foco na solidariedade, como é exemplo o Jogo das Estrelas que promove todos os anos

Sua atuação na Câmara de vereadores é aguerrida, sem tola, como era, por exemplo, a ação de Alexandre Dentista, que a título de fazer o oposição montava o que mais parecia um circo do que uma ação política.

Sabe cobrar sem apelar e é fiel ao grupo políitico dentro do legislativo. É tido como um braço direito do ex-prefeito Ataíde Vilela e a prova maior ele deu no episódio em que Ataíde se “consagrou” como presidente do PSDB, num episódio recente. Engoliu em seco e aceitou, embora quem tenha acompanhado o desenrolar dos fatos sabe que ele teve papel preponderante para que a ala do ex-prefeito sobrepujasse a do Fábio Kallas. Enfim, Dentinho presidente dos tucanos passenses foi a reparação de uma injustiça já cometida.

Por falar em injustiça, os professores da rede pública estadual estão tentando reparar a que é feita com eles a décadas. Ganham mal, ensinam bem e não têm o reconhecimento das autoridades governamentais.

E a hora é essa mesma. Afinal Aécio Neves, alguém duvida que ele ainda manda? – não quer saber de ruído que possa lhe garantir uma cadeira no senado brasileiro.

Ah, antes de encerrar, o vereador Jefinho ligou a este jornalista contestando o texto “Frigom”, que antecede este novo post. Ele disse que criticou a fala de Cério Tiso na sessão em que ele – Cério – teceu críticas a Marcos Baldini, candidato a ser titular do FRIGOM. Disse que ia mandar um cd com áudio para comprovar o que falara, solicitando direito de resposta.

Não precisa de tanto, ao Jefinho basta a palavra, já acatada por nós, pelo respeito à sua atuação na Câmara, sempre em favor do cidadão. Mas se quiser acrescentar algo o espaço está aberto desde já.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Frigom

A reunião da Câmara Municipal na noite de segunda-feira, 05/04, foi de uma nota só. Os vereadores discutiram e alguns deles tinham a intenção de votar o projeto de lei do executivo que passa para a empresa Frigmar, de Marcos Baldini, o Frigorífico Municipal. Na reunião estavam presentes o empresário, o presidente do SINRURAL, Leonardo Medeiros, e pecuaristas como Claudio Simão, o supermercadista Jerônimo Machado entre outros.

O jogo começou a ser jogado nos bastidores. Reunião fechada na sala da presidência. Ânimos exaltados, com alguns vereadores trabalhando pela votação do projeto na reunião que iria acontecer a seguir.

Mas entre o desejo de uns e a disposição de outra (Tia Cenira), havia um obstáculo instransponível. Era necessário ouvir o lado dos empresários, já que antes outro grupo tinha passado por lá e questionaram a transferência do Frigom para quem hoje o administra. A atitude da vereadora garantiu isso.

Cério Tiso bateu com classe, mas bateu na idéia, na outra reunião. No ar ficou a impressão que Marcos Baldini não era tão “imaculado” como os documentos que ele encaminhou para a Câmara queria fazer ver. Era preciso sim que ele comparecesse à casa de leis da cidade e se expusesse publicamente, como fez.

Como bem lembrou a vereadora Tia Cenira não houve nenhuma voz que se posicionasse contra a fala de Cério Tiso, na ocasião. Nem mesmo Jefinho, que na reunião de ontem(05/04) mostrou se indignado com a fala do líder ruralista. Tão pouco Tuco, a quem a se atribui a liderança do prefeito, mas que deixou o plenário, não se sabe com medo dos dedos acusadores às suas costas, bem diferente do que fez na reunião de ontem. Nem Marquinho Salutti, na ocasião, deu o testemunho de ter vendido 1000 cabeças de gado ao empresário e ter recebido tudo certinho (Marquinho, como é feito esta transação do ponto de vista legal? Dá para mostrar para gente?).

Mas na reunião da segunda, foi a vez de Marcos Baldini mostrar a sua força. Levou gente de peso. Não precisava nem tanto. Na próxima segunda o Frigom será dele, se por 5, 10, 20, 25 ou 50 anos ainda não dá para saber, mas quem gosta de apostar pode jogar no 25. Pode dar na cabeça, e ainda pode repetir para mais 25 à frente.

É certo que o Frigom é um abacaxi para o poder público, ainda mais quando envolve questões ambientais.

Ninguém discute que as cirurgias eletivas, como lembrou Edmilson, merecem mais atenção do que gasto com abate de bois e suínos pelo poder público municipal. Mas é uma briga tola esta. A obrigação do poder público é servir a população e se por acaso for preciso o município assumir o Frigom, terá que faze-lo com o zelo necessário. Afinal, no fim e ao cabo, carne saudável na mesa do povo também é um problema de saúde pública.

Por outro lado, a prefeitura não está errada em querer passar para iniciativa particular uma atividade econômica para a qual não está preparada e que pode, pela fiscalização eficiente, exigir um abate criterioso. Não precisa ser dona do Frigom para isso.

Nem dá para dizer, como destacou Jefinho, que o caminho escolhido seja torto, e é, porque os vereadores aprovaram outras doações para outras empresas e o próprio Frigom já passou por outras mãos (açougueiros e Coperpassos), sem licitação, torto assim mesmo.

Mas de tudo se aprende uma lição: o debate é salutar, o projeto foi melhorado, exigências foram feitas, como a criação de pelo mais 50 empregos, o que elevaria as vagas lá para mais de cem. Isto tudo vai estar na lei. Quem garante que ela será cumprida é outra lei, a lei de mercado.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A eleição anda e na saúde faltam médicos

Pode parecer que não, mas a eleição anda. Os cenários vão sendo montados e a perspicácia de quem faz o jogo, também faz a diferença. Os resultados dessa movimentação vai aparecer logo logo.

O feriadão amorteceu a oportunidade de se falar no assunto, mas nós recebemos telefonemas de gente que teve que ir ao Pronto Socorro e não encontrou médicos suficientes para atendimento.

Isto o próprio secretário de saúde já afirmara a nós: faltam médicos. Mas não deu a informação de como quebrar esta inércia, apenas “leu” o roteiro que estabelece esta rotina. Ele disse que os médicos chegam aqui, começam a trabalhar e quando surge a oportunidade de irem para um centro maior vão embora.

Nada os seguram: nem a estabilidade de um emprego público. Há saídas. Uma ele vislumbra: estar sempre de portas abertas para trazer mais médicos para a cidade, o que vai esbarrar no corporativismo da turma de branco daqui. A outra, remunerar melhor os médicos, que entra a seara da capacidade de pagamento da prrefeitura.

Entre uma coisa e outra, está a luta pela implantação aqui de uma unidade de uma universidade federal, com o curso de medicina, ou retomar o trabalho pela transformação da FESP em um escola pública.

É desta visão que carece o secretario. Ele pode até ser um gestor da burocracia da área da saúde, mas é necessário que avance dentro da concepção de políticas públicas, principalmente daquelas que aproximam o aparato institucional da área da população.

Por outro lado, vamos bater na tecla de novo: a população deseja ver o prefeito Hernani atuando na área, como gestor e médico. Só isto dará à comunidade a segurança de que algo está sendo feito para reverter o atual quadro de desconfiança gerai que parece reinar na cidade.

Evidente, Hernani só poderá fazer isso em cima de medidas concretas anunciadas com antecedência a todos os eleitores. Senão, sem que perceba, o jogo eleitoral vai sendo vencido pela oposição e quando quiser levantar os olhos, poderá ser tarde demais

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Entre Anastasia e Hélio Costa, há Dilma e Serra

A pesquisa Empop, realizada entre 20 e 25 de fevereiro, além do cenário para deputado estadual e deputado federal, que agradou alguns e desagradou a outros, que deveriam, alegres e tristes, antes ler os dados com atenção e afinco, uns para melhorar o desempenho, outros para encontrarem rumos, trouxe também dados sobre as eleições gerais.

Estes dados também precisam ser avaliados. Eles podem e vão influir no pleito regional, na escolha de deputados da região, tanto para estadual como federal.

Ao contrário do que imaginam alguns candidatos, a decisão do eleitorado não será pela polarização entre eles. O eleitor não vai prestar atenção nisso. Portanto poupem as gargantas e os dedos aflitos na tentativa de desqualificar o adversário, nesse caso, suposto, porque o foco vai estar na capacidade de cada um mostrar com quem está a nível de eleição majoritária, tanto para o governo de Minas como para o governo federal.

Em Minas, em todos os cenários em que aparece, Hélio Costa lidera. Naquela época, em Passos, Hélio Costa, e naquela época não era uma data tão distante já que fevereiro está ali pouco atrás, aparecia com 55% na intenção de votos, enquanto Anastasia ficava entre 9% a 11% e os petistas Fernando Pimentel e Patrus Ananias apareciam com 9% e 6% respectivamente. Naquela a hora a pesquisa EMPOP batia com as feitas em Minas. Hoje, os dados mostram um crescimento de Anastasia e uma queda de Hélio Costa.

O que interessa é o que cada candidato pode fazer com isso. Os ligados a Hélio Costa podem colar o nome deles ao do candidato do PMDB ao governo de Minas. Nesse caso Alexandre Maia, se souber fazer, leva vantagem.

No caso de Anastasia, Tuta e Cássio Soares não disputam uma proximidade com ele, mas com Aécio Neves, o que pode ser bastante útil tanto para como para outro. Aí é preciso pontuar que Cássio Soares até agora apareceu melhor na foto. Soube aproveitar o presente, resta a Tuta mostrar que saberá usar o futuro.

Os dados da pesquisa não são suficientes para dizer o futuro, mas o quadro em que está inserido cada candidatura contribui, e muito, para isso. Alexandre constrói sua pré-candidatura ampliando o leque de alianças, ouve-se muito que ele está próximo de Saraiva Felipe e Odair Cunha, para trabalhar esta região. Afora isso, também se ventila sua expansão para outras regiões de Minas na garupa de Wellington Salgado. Isto pode lhe dar a presença em pelo menos 70 cidades, na condição de candidato a deputado estadual.

Pelo lado de Tuta, conseguimos apurar que a aliança dele com Domingos Sávio abre o leque de sua presença em pelo menos 20 cidades e no caso de Cássio Soares, uns apostam na sua presenças em todo o Estado de Minas, em razão de sua atuação na secretaria de defesa social, mas suas ações mostram que o foco dele será na região da AMEG e AMOG, algo em torno de 40 cidades.

O caso mais complicado é o de Tuta, que vê sua base em Passos rachada em torno de Domingos Sávio e Nárcio Rodrigues. E, no caso, não é um simples racha, mas trata-se do melhor eleitor que ele tem, que é Ataíde Vilela, que não está impedido de pedir voto para Tuta, mas não irá faze-lo para Sávio e isto pode prejudicar o apoio que Domingos poderia lhe dar em outras regiões.

No caso da candidatura para deputado federal, o quadro tem uma novidade, que é o do ambientalista Alexandre Pereira, que não foi citado espontaneamente na pesquisa EMPOP. Ele e Wagner Caldeira, têm um trabalho importante para fazer, que é da popularização do nome, que no caso de Renato Andrade, já está feito. Ao Renato cabe consolidar seu nome na região.

Para finalizar, dois nomes ainda podem ajudar as candidatras locais. Dilma e Serra. É a forma de cada um dos pré-candiadatos agir que ajudará Passos e região construírem candidaturas fortes e o resgate da presença de líderes políticos tanto em Minas como em Brasília.