Pelo andar da carruagem, Passos e região vão continuar tendo que se contentarem com a representação política vindo de São Sebastião do Paraíso. A falta de acordo entre as lideranças políticas já faz vislumbrar um cenário de grandes dificuldades para a eleição de um deputado estadual. No cenário para a federal o quadro é um pouco diferente, mas também tem suas dificuldades.
Vamos começar por analisar o quadro para a disputa para deputado estadual. Quem hoje, no momento atual, reúne melhores condições para disputar é Alexandre Maia. Isto não se ancora em dados de pesquisas que, se existirem , são mantidas em sigilo, mas nas perspectivas de alavancagem eleitoral.
Ele conta com a possibilidade concreta de ter como cabeça de chapa Hélio Costa. O senador Hélio Costa só deixa de ser candidato se a chapa que concorre a eleição do PMDB de Minas vencedora foi a do PMDB da Base. Pelo menos é o que tem dito na campanha que faz para o deputado federal Antonio Andrade.
Melhor para Alexandre que Hélio Costa seja o candidato do PMDB, se isto acontecer ele vai sair na frente.
Já Cassio Soares, que está fazendo uma boa articulação a nível de cúpula, depende muito de duas coisas: 1) que esta articulação resulte em apoio concreto e 2) que o governo do Estado resolva apostar de verdade na sua candidatura.
Se não conseguir transformar a distribuição de benefícios, principalmente na área de segurança, que tem feito de forma sistemática, em intenção de votos, o apoio pode ser tímido e sua candidatura naufraga e ajuda naufragar as outras.
No caso de Dr José Orlando, o Tuta, a estratégia de sair do PSBD para ir para o PR pode ter sido um tiro no pé.
Na busca de menos votos para completar a soma que lhe dá coeficiente eleitoral, Tutta desguarneceu o PSDB que está indo a Passos largo para o colo de adversários dentro da própria sigla. E com uma desvantagem que será a de que daqui pouco ver que precisará de pelo menos 50 mil votos para ser eleito, o que talvez seja o mesmo de Alexandre Maia e um pouco menos para Cássio Soares.
Se fosse um só, Passos poderia entrar com 40 mil votos. Os outros 10 mil seriam conquistados na região. Divididos em três, saem perdendo de cara e para que um deles ganhe, tem que conquistar pelo menos 25 mil votos.
Uma missão difícil.
No cenário para federal, Renato Andrade e Wagner Caldeira precisam se entender. Dois candidatos é muito em qualquer hipótese, mas que a cidade e a região precisa de alguém dando a cara a tapa para este fim este preciso.
De qualquer forma, tanto Renato Andrade como Wagner Caldeira estão certos em ir para o pleito. Se pudessem se entender seria melhor para a região e este entendimento tem que ser buscado.
Agora mesmo a decisão de Renato Andrade de se candidar lhe deu ânimo novo, como demonstra pela mobilização em torno da questão do pedágio da MG-050 e da gratuidade para os que tem mais de 60 anos no transporte coletivo.
Wagner parece que prefere o caminho da ação discreta, mas temos notícia que esta atrás de pessoas ligadas ao seu partido, fazendo contato por toda Minas Gerais.
De repente, embora a quantidade de votos para se eleger um deputado federal não fique em menos de 65 mil, podemos ter um federal eleito, ainda mais se Melles deixar o flanco aberto, para postular a vice-governadoria, ou o senado.
São elucubrações, mas servem ao debate de como será possível Passos e região recuperarem a representação política, que é um dever de toda sociedade, não apenas de candidatos, senão vamos ter que continuar delegando a São Sebastião do Paraíso nossa representação política, que tem sido frustrante para esta região, notadamente para Passos.