segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A luta pelos votos

Pelo andar da carruagem, Passos e região vão continuar tendo que se contentarem com a representação política vindo de São Sebastião do Paraíso. A falta de acordo entre as lideranças políticas já faz vislumbrar um cenário de grandes dificuldades para a eleição de um deputado estadual. No cenário para a federal o quadro é um pouco diferente, mas também tem suas dificuldades.

Vamos começar por analisar o quadro para a disputa para deputado estadual. Quem hoje, no momento atual, reúne melhores condições para disputar é Alexandre Maia. Isto não se ancora em dados de pesquisas que, se existirem , são mantidas em sigilo, mas nas perspectivas de alavancagem eleitoral.

Ele conta com a possibilidade concreta de ter como cabeça de chapa Hélio Costa. O senador Hélio Costa só deixa de ser candidato se a chapa que concorre a eleição do PMDB de Minas vencedora foi a do PMDB da Base. Pelo menos é o que tem dito na campanha que faz para o deputado federal Antonio Andrade.

Melhor para Alexandre que Hélio Costa seja o candidato do PMDB, se isto acontecer ele vai sair na frente.
Já Cassio Soares, que está fazendo uma boa articulação a nível de cúpula, depende muito de duas coisas: 1) que esta articulação resulte em apoio concreto e 2) que o governo do Estado resolva apostar de verdade na sua candidatura.

Se não conseguir transformar a distribuição de benefícios, principalmente na área de segurança, que tem feito de forma sistemática, em intenção de votos, o apoio pode ser tímido e sua candidatura naufraga e ajuda naufragar as outras.

No caso de Dr José Orlando, o Tuta, a estratégia de sair do PSBD para ir para o PR pode ter sido um tiro no pé.

Na busca de menos votos para completar a soma que lhe dá coeficiente eleitoral, Tutta desguarneceu o PSDB que está indo a Passos largo para o colo de adversários dentro da própria sigla. E com uma desvantagem que será a de que daqui pouco ver que precisará de pelo menos 50 mil votos para ser eleito, o que talvez seja o mesmo de Alexandre Maia e um pouco menos para Cássio Soares.

Se fosse um só, Passos poderia entrar com 40 mil votos. Os outros 10 mil seriam conquistados na região. Divididos em três, saem perdendo de cara e para que um deles ganhe, tem que conquistar pelo menos 25 mil votos.

Uma missão difícil.

No cenário para federal, Renato Andrade e Wagner Caldeira precisam se entender. Dois candidatos é muito em qualquer hipótese, mas que a cidade e a região precisa de alguém dando a cara a tapa para este fim este preciso.

De qualquer forma, tanto Renato Andrade como Wagner Caldeira estão certos em ir para o pleito. Se pudessem se entender seria melhor para a região e este entendimento tem que ser buscado.

Agora mesmo a decisão de Renato Andrade de se candidar lhe deu ânimo novo, como demonstra pela mobilização em torno da questão do pedágio da MG-050 e da gratuidade para os que tem mais de 60 anos no transporte coletivo.

Wagner parece que prefere o caminho da ação discreta, mas temos notícia que esta atrás de pessoas ligadas ao seu partido, fazendo contato por toda Minas Gerais.

De repente, embora a quantidade de votos para se eleger um deputado federal não fique em menos de 65 mil, podemos ter um federal eleito, ainda mais se Melles deixar o flanco aberto, para postular a vice-governadoria, ou o senado.

São elucubrações, mas servem ao debate de como será possível Passos e região recuperarem a representação política, que é um dever de toda sociedade, não apenas de candidatos, senão vamos ter que continuar delegando a São Sebastião do Paraíso nossa representação política, que tem sido frustrante para esta região, notadamente para Passos.

sábado, 28 de novembro de 2009

Palanque

Ontem, 27/11/2009, a AMEG completou 25 anos de existência. Uma oportunidade para quem sabe fazer política se movimentar. Foi o que fez Mauro Zanin, prefeito de São Sebastião do Paraiso e presidente da associação.

Ele homenageou os fundadores, deixando para Cóssimo de Freitas, primeiro presidente da instituição e atual vice prefeito de Passos, para ser o orador oficial da cerimônia. Tratou de nomear um a um os que foram presidentes e que ainda estão vivos.

Depois deixou Carlos Melles falar.

Tanto bastou para a festa tomar um outro rumo e virar palanque. O deputado falou de tudo...do governo Aécio...da intenção do governador de Minas em fazer um último ano de gestão com muitas obras e iniciativas administrativas, quase sempre colocando o próprio Melles como parceiro de grande sucesso.

Há quem diga que Carlos Melles deseja ser vice-governador, ou até candidato a senador, e, por aí, até se justificaria sua fala. Mas ele cometeu uma indelicadeza com a cidade.

Na hora de pedir votos, pediu para Antonio Carlos Arantes, Cassio Soares, citou Nárcio Rodrigues e Zé Maia, mas esqueceu outros nomes que também pleiteiam a mesma coisa, como Alexandre Maia, que está em Brasilia e Dr José Orlando Tuta, presente ao evento.

O que ficou parecendo, e pode até que nãos seja esta a intenção, é que Mauro Zanin, prefeito de São Sebastião do Paraíso, montou um palanque para o seu conterrâneo discursar que, ao fazer uso do mesmo, não conseguiu disfarçar o pouco apreço que tem pela cidade de Passos e suas lideranças.

Uma falha que conseguiu empanar o brilho de um evento que tinha todas as razões de ser feito.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Esparramando mentiras, colhendo ventos

A Folha da Manhã trouxe na edição de hoje o que poderíamos chamar de uma contra manchete, na de ontem (26/11), arrebentou com o ex-prefeito Ataíde Vilela, colocando o como inelegível, num julgamento de segunda instância, o que, outros órgãos de imprensa responsáveis, como a Gazeta Regional de Passos e este Correio dos Lagos Online, conseguiram levantar como mentira com dois breves telefonemas.

Nem é o caso de entrar no mérito se Ataíde terá ou não sua sentença em primeira instância, que o tornou, ai sim, inelegível, confirmada na segunda. O que precisa ser investigado é como uma matéria de alto poder corrosivo sobre a imagem pública do ex-prefeito tenha sido levada ao conhecimento público por gente que conta como vantagem o fato de ser formada, possuir diploma de jornalista, incluindo o diretor.

O remendo de hoje não apaga o prejuízo moral que o jornal já causou. A notícia se assemelha a penas jogadas de uma torre num dia de ventania. Vai cair em lugares distantes e nunca mais essas condições se repetirão. Ou seja, é impossível recolhe-las.

Ao contrário, a notícia que procura desmentir o que ontem foi estampado em letras garrafais só vai despertar a curiosidade de quem ainda não a leu. Desmente, mas confirma, de certa forma, o que já foi noticiado.

Mas há algo que merece que se detenha sobre a informação mentirosa publicada com muito mais destaque do que a confissão tímida e envergonhada do erro, que hoje a Folha da Manhã fez veicular, querendo insinuar que foi levada a erro pelo site do Ministério Público Estadual.

Ora, além de não apurar com rigor o que ia noticiar, ainda joga em cima da instituição MP a motivação pela sua incapacidade de checar informações e verificar a correção dos dados que tinha em mãos.

A Folha da Manhã, diário de Passos, na sua edição do dia 26 de novembro de 2009, subiu na torre e espalhou mentiras. Na edição de hoje, ao tentar corrigir o erro, colheu ventos, porque a notícia não se cobre com um único desmentido.

Se o jornal for corajoso e compromissado com a verdade, deve passar um mês, colocando no seu rodapé: “Erramos: a noticia do dia 26/11, publicada neste jornal, não procede. O ex-prefeito Ataíde Vilela ainda nem foi julgado em 2ª instância, o que aconteceu é que Folha da Manhã publicou uma mentira”,

É o mínimo, embora não suficiente, para recuperar um pouco da credibilidade que se perde com tamanha desfaçatez ao publicar tal matéria.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Monumental Barriga

A queda na arrecadação e a diminuição no ritmo de obras espalhadas pela cidade, que aconteceram simultaneamente à posse do prefeito José Hernani, além da demora para colocar em funcionamento o novo Pronto Socorro Municipal, aliada a crônica falta de médicos para atender na área da saúde, uma área problemática demais em qualquer parte do País, mas tinha solução apontada durante a campanha do atual prefeito, acabaram por transformar Ataíde Vilela numa espécie de unanimidade entre os “arrependidos” do voto dado no pleito passado.

Ainda não faz um ano que José Hernani governa e já há quem ache que a eleição em 2012 é favas contas para o ex-prefeito Ataíde Vilela. Nem tanto ao mar e nem tanto à terra.

De fato o senso comum e a pesquisa de “qualidade”, aquela que os especialistas e observadores da cena fazem acompanhando as conversas e o humor nelas contidas, dá ponto favorável ao antecessor do atual.

Mas é preciso usar da inteligência para não cair na ilusão de que a prefeitura já está de novo no braço de Vilela e que à Hernani não há chance de recuperação.

Pura tolice.

E esta luta política se desdobra em vários campos. Até no jurídico. Agora mesmo a Folha da Manhã parece ter embarcado numa tremenda canoa furada ao publicar matéria dando como inelegível o ex-prefeito Ataíde Vilelal, numa ação por contratação irregular. Na verdade a condenação é de primeira instância e o feito ainda nem subiu para o Tribunal de Justiça. As pesquisas estão sendo feitas aqui na redação e pela equipe de reportagem e, se confirmada, a Folha da Manhã, leva o título de "Barriga do ano", por ter publicado matéria sem confirmação do fato. De outro lado, Hernani tem entrevista coletiva para anunciar um pacote de obras, que vai significar investimentos da ordem de R$19 milhões em Passos (construção de 500 casas populares, restaurante popular e pavimentação de ruas).

Algo que para a situação pode significar motivos para comemorar.

Mas ainda é necessário cautela. Em primeiro porque a Folha da Manhã, se comeu esta imensa e indigesta bola, deu munição para que Ataíde reaja e coloque tudo como uma manobra política para desmoraliza-lo, e, se tiver habiliade, mostrar que esta manobra foi urdida entre adversários, colocando o jornalão dentro desse balaio. Em segundo, porque a população tem uma opinião cristalizada (diferente de formada, é bom que se frise) de que a saúde é um caos e é na melhoria do setor que a população apostou em Hernani. Se isto não vier, ainda haverá muito de negativo a remover da pele grossa do desgaste grudado na situação.
E o pior, no afã de liquidar o adversário de maior envergadura podem é estar o promovendo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A cidade ou política, o que é mais importante?

A Câmara de vereadores viveu ontem (23/11) uma sessão agitada. Primeiro a Cisne, representada pelos seus diretores, foi justificar porque não pode deixar de cobrar dos que têm mais de 60 anos. “Ainda não fomos avisados pelo poder concedente”, disse Hélio Marques, Diretor da Empresa, como se para cumprir uma decisão judicial o executivo estivesse acima. Decisão da justiça é para ser obedecida, ainda mais quando ocorre em última instância, como é o caso.

Para cumprir a determinação legal, o diretor da empresa disse que necessita de subsídios da prefeitura, o que foi defendido pelo vereador Cláudio Fêlix e o que Edmilson Amparado se mostrou disposto a levar ao conhecimento da administração.

Aliás o transporte coletivo em Passos do jeito que está hoje é inviável por si só. O sistema implantado, concebido como circular, está fadado ao fracasso. A própria empresa em reservado admite que o número de usuário já caiu e que a concorrência com o moto taxi é sufocante. “Quem pode pagar anda de moto taxi e os que não podem andam de ônibus”, desabafou Hélio Marques na reunião de ontem.

O fato é que a lei terá que ser cumprida. Mais cedo ou mais tarde. E a viabilização do transporte coletivo passa pelo preço da tarifa, que tem que ser barata e não pode passar de R$1,00. A saída é a implantação do Cartão Cidadão, se isto não ocorrer viverá- se uma lenta agonia do sistema e não se assustem se a Cisne, a exemplo do que fez a TCP, bater em retirada.

A outra discussão que dominou a sessão foi sobre a derrubada do veto que o prefeito fez ao REFIS, que afinal aconteceu.

Antes da votação secreta (6 pela derrubada e 5 contrários), havia um ambiente de dúvida entre alguns vereadores da oposição, que se mostravam favoráveis a manutenção, que indagavam se a cidade estava em condições de perder um recurso buscado no vazio (já que era de devedores pouco dispostos a saldar seus débitos em condições normais).

Prevaleceu a idéia de que a administração estaria punindo quem paga em dia em detrimento de caloteiros de todo porte (pequeno, médio e grande). A Câmara fez média com os pequenos e puniu a prefeitura na chance de arrecadar mais.

Bom para a oposição, que vai continuar cobrando recursos para a saúde, tapa buracos, assistência social. Ruim para a cidade que assiste uma demagogia prevalecer.

Mas a senha para a aprovação foi dada pelo vereador Tuco, líder do prefeito. Ele disse, diante do argumento de que havia parecer jurídico sustentando a constitucionalidade das emendas apresentadas pelos vereadores (diferente do argumento do executivo), que advogados arrumam parecer conforme a encomenda.

A isto somou-se a fala do chefe de Gabinete, tomada como ameaça pelos vereadores de oposição, de que se os vetos fossem derrubados o caminho a seguir seria o de recorrer à justiça.

No frigir dos ovos, depois dos erros de condução do processo e dos equívocos no diálogo com os vereadores (cobrança iniciada antes da apreciação do vetos e ausência do anúncio de compensação para quem paga em dia), não vai restar outra alternativa à administração que recorrer mesmo à justiça. Até há grande chance da tese de inconstitucionalidade das emendas prevalecer, mas como diziam os antigos em cabeça de juiz ninguém consegue entrar com antecedência. Ou seja, o risco de perder também existe. Uma situação que deixa o executivo num beco sem saída.

Ah, quanto a resposta a pergunta que dá título a esta análise parece claro que para a oposição a política prevalece, bem entendido de que ela se insere no velho contexto de quanto pior tiver um governo melhor (para a oposição), que conseqüência isso possa ter para a comunidade pouca importa.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Fissuras na Oposição

A oposição vai ter seu primeiro problema sério. O vereador Jeferson Faria, o Jefinho, oficiou seu desligamento do bloco e passa a agir como fiel da balança. Ele não explicita as razões, mas, com certeza, vai se saber logo logo o motivo deste desligamento.

De toda forma a atitude tomada por Jefinho, comprova o que temos registrado nesse blog. Ele é o vereador de maior independência partidária e desde o primeiro momento tem dito que vota no que for bom para a cidade.
Mostrou-se até agora um crítico de posições não muito republicanos, como foi o caso da Resolve Service, da compra do Contry pela FESP, das horas extras, só para ficar nesses exemplos.

Agora, com este desligamento, torna-se o vereador mais cortejado da Câmara Municipal, mas ele representa a fissura mais séria surgida na oposição até o momento.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Saúde! Saúde....

A enquete que o Correio dos Lagos (www.correiodoslagos.com.br) deixou no ar por mais de 20 dias mostra que a população de Passos sabe o que quer. A necessidade de um hospital público é algo desejado por 95% das pessoas que responderam a enquete. Evidente que isto é necessário.

A Santa Casa de Passos é, sem dúvida, um grande hospital, tem todas as características de uma instituição hospitalar regional, mas, em situações específicas, principalmente no relacionamento com os poderes públicos regionais, impõe condições que muitos julgam draconianas.

A direção argumenta que esta é a única forma de garantir qualidade no serviço e isto pode até ser verdade, mas se não for não há como contra argumentar, porque não há nada para contrapor a esta argumentação.

Observadores, cidadãos antenados com o que acontece ao derredor e que conseguem fugir das loas, tem opinião bem diferente sobre o que acontece na instituição. Nós mesmos aqui no Correio dos Lagos online recebemos, vez ou outra, cartas (e-mails) sugerindo pautas, analisando o contexto do maior hospital de Passos. Uma delas, resguardando a fonte, passamos ao conhecimento de todos.

"Já que traz notícias de Passos e Região (o Correio dos Lagos Online),opiniões, acho que seria legal ter reportagem sobre a área de saúde, que não está nada boa em Passos! Por favor investiguem, vão ver que a reportagem tem fundamento.

A Santa Casa de Passos vive recebendo Creditações, está sempre entre as melhores no setor saúde, mas deixa a desejar no sentido de cargos e salários.Soube de fontes seguras que funcionários estão há mais de 10 anos com a Carteira assinada como auxiliar de enfermagem, sendo que suas carteiras profissionais são de técnicos e os salários pagos são baixíssimos, para auxiliares, técnicos e enfermeiros, além disso, os funcionários fizeram uma prova para serem contratados como técnicos de enfermagem, mas estas provas foram parar na gaveta.

Será que estas Creditações têm conhecimento disso? Em minha opinião estes cargos deviam ter um salário digno, pois o trabalho que eles executam são merecedores de um bom salário, trabalham por escala, alguns não dormem a noite, as atividades são constrangedoras,pesadas e difíceis!

Outro fator a ser discutido são as doações do HRC (Hospital do Cancêr). Todas as verbas, doações estão sendo destinadas ao Hospital?Como são doações de muitos lugares, de muitas pessoas, penso que deveria existir uma Auditoria, ou intervenção MP para checar se existe alguma irregularidade, afinal é o dinheiro da população em prol de um bem maior "o Hospital".”

São questionamentos que merecem uma resposta da Santa Casa, em respeito ao que a comunidade lhe devota. O espaço aqui está aberto para este fim, se a direção da instituição quiser se pronunciar.

Mas o fundamental é que alguém de coragem assuma a bandeira de que em Passos precisa ser erguido um hospital público. Embrião para isso já existe, que é o novo Pronto Socorro, ou UPA, basta ter querer seguir em frente. A cidade agradece.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Acéfalo

Chega até nós a informação de que em Passos não há PSDB. Trata-se do desenrolar da queda de braço entre o grupo de Ataíde e do presidente da FESP, Fábio Kallas. O de Ataíde quer ver o vereador Luiz Carlos Souto Junior, como presidente da legenda. Do lado de Fábio Kallas, a decisão é de emplacar Ézio Joelle. Aliás, esta não é mesmo uma condição para ser presidente de qualquer partido, mas no caso em tela vai mostrar quem tem prestígio junto à cupula tucana de Minas Gerais.

Se a avaliação da densidade eleitoral valesse, Dentinho -ele teve cerca de 950 votos - já poderia ser considerado o novo presidente da legenda, mas o outro grupo quer emplacar um sem (cem?) voto como cabeça da agremiação na cidade. Além de Dentinho, há Ataíde, hoje uma liderança de expressiva densidade eleitoral e, também, o apoio velado do médico José Orlando Tuta, ex-presidente e que só deixou a legenda para se cacifar como potencial candidato a deputado estadual. Para completar o deputado estadual Domingos Sávio, apóia o grupo de Ataíde.

Do outro lado, existe o deputado federal Nárcio Rodrigues, majoritário na cidade e que conta com a simpatia do governador. Ele será o “mediador” do embate, porque a negociação para definir a nova executiva, na verdade comissão provisória, passa por ele.

Se ele quiser respeitar a cidade e a força política do PSDB no município, cede a presidência para o grupo de Ataíde. Caso contrário apóia o grupo de Fábio Kallas.

Sem ouvir ninguém, inferindo apenas pelo conhecimento da política, se a pressão do pessoal ligado ao ex-prefeito não for eficiente, leva Kallas e emplaca quem ele quiser na presidência. Ou seja o PSDB de Passos, pode cair nas mãos de quem não tem voto nenhum, jogando fora quem, numa avaliação simplista, pode chegar aos 40 mil votos.

Por falar em votos, o vereador Renato Andrade acaba de conquistar uma vitória na justiça que o coloca em destaque no cenário. O Tribunal de Justiça considerou constitucional a lei que estende aos que têm 60 anos o direito à gratuidade no uso do transporte coletivo da cidade.

Aliás, os vereadores desta gestão tem se caracterizado pela apresentação de propostas de lei interessante.

Na última sessão, por exemplo, duas delas foram aprovadas. Uma de autoria de Tia Cenira institui o Dia do Evangélico e a outra, de autoria de Paulo Francisco Rodrigues, obriga a publicação na internet das contas públicas detalhadas (Projeto Transparência).

Cada um per si tem o seu valor, mas o projeto Transparência tem alcance maior, já que muda a cultura atual e a aproxima o cidadão ainda mais do poder público, ao lhe permitir instrumentos de acompanhamento da gestão, portanto formas mais adequadas de avaliar os trabalhos dos poderes públicos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Prevaleceu o bom senso

Na reunião da Audiência Pública, convocada de maneira tímida pelo legislativo passense, quando se buscou ouvir entidades da sociedade civil sobre o que gostariam que constassem no orçamento, o radialista e diretor da TV Independência, Marcelo Piotto, pediu que fosse dado fim ao que considera privilégio à Folha da Manhã. Falando como cidadão, Piotto destacou que a TV Independência não recebeu este ano nenhuma verba publicitária por parte da administração, enquanto o jornal tem sido agraciado com muitos recursos, na sua avaliação.

Ontem (11/11/) falei com membro da assessoria de imprensa da prefeitura, que não concordou com a avaliação feita por Marcelo Piotto. Ele disse que a administração tem destinado recursos aos órgãos de imprensa proporcional ao porte, penetração e audiência. Disse ainda que tinha a informação de que a TV Independência estava estruturando sua programação para entrar no ar em dezembro, quando, então, seria tratada da questão das verbas publicitárias.

De qualquer forma faz-se o registro aqui neste espaço que no curto espaço de dois dias, a Folha da Manhã recebeu duras críticas no legislativo. Uma partindo dos vereadores e outra do de um diretor de meio de comunicação. Isto pode significar muitas coisas. Mas no caso do diário local sinaliza para um desgaste de convivência, quando a postura editorial do mesmo deixa transparecer uma maleabilidade regrada nem sempre pelos lados que compõem uma notícia.

Os dias que se seguirão se encarregarão de mostrar a verdadeira face de todos os envolvidos na discussão. A de todos, inclusive a nossa.

O STF, mudando um pouco de assunto, colocou fim a expectativa dos suplentes de vereadores assumirem, sustentado na emenda que amplia vagas nos legislativos municipais em todo Brasil.

Uma decisão sensata, porque seria uma interferência indevida do Congresso Nacional numa decisão que o cidadão tomou em 2008, quando votou para eleger a atual composição e não a outra proposta agora.

O STF reconheceu o direito do legislador em fazer leis, mas elas têm o tempo certo para serem colocadas em prática. No caso em tela, as mudanças na composição nos legislativos municipais passam a valer para o ano de 2012. A partir deste ano, Passos vai contar com 17 vereadores.

Prevaleceu, enfim, na decisão do Supremo Tribunal Federal, o bom senso satisfazendo a expectativa do cidadão comum, que aguardava ansioso que esta agressão à Constituição, por tabela, à cidadania, não fosse levada adiante.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

REFIS e o desabafo contra a Folha da Manhã

A reunião da Câmara Municipal de Passos, como já mencionamos algumas vezes aqui, tem um momento reservado para a fala dos vereadores, o chamado Grande Expediente. Nesta hora, quando cada um se expressa livremente, fica fácil identificar quem é quem e como cada um realmente age politicamente e como cidadão, porque não deixa de ser uma expressão cidadã a fala de cada um.

Por isso, enquanto fala a situação, o posicionamento é sempre na defesa da administração, uso de palavras cuidadosas, mas mesmo ali se percebe quem é quem. Tenha-se o caso de Edmilson Amparado. A postura dele é sempre altiva e não disfarça nem um pouco que conhece o regimento , o que faz questão mesmo é de “ditar” as regras e “lições” a seus pares. Esta postura, embora tenha o reconhecimento de outros vereadores como verdadeira –ele conhece mesmo – causa irritação em alguns, até com certa dose de razão.

Foi o que aconteceu na sessão da última segunda-feira, quando Tia Cenira usando da palavra mostrou-se insatisfeita com uma fala do vereador da situação. “O Edmilson disse que, naquela sessão em que a situação tinha maioria, poderia ter barrado requerimentos da oposição”, lembrou ela, destacando que a oposição é sempre maioria” e nunca barrou “projetos vindos da situação”, entendendo a fala do vereador como ofensiva.O vereador, ao usar da palavra, separou um tempo para comentar a fala da vereadora, embora tenha ressaltado o clima de harmonia existente na casa, não desceu do salto e disse que Tia Cenira não entendera a sua fala. “Eu disse poderíamos, mas não o fizemos, portanto fui mal entendido”. Não houve aparte nem da Tia Cenira nem de outros vereadores da oposição, que se calaram diante da verve oratória de Amparado, mas a este repórter que acompanha as sessões até o final todas as segundas, ficou a impressão que era disso mesmo que Tia Cenira reclamara.

Aliás, foi ela – Tia Cenira – quem conclamou os vereadores de oposição a derrubar os vetos do prefeito José Hernani. Ela disse que o apelo feito aos vereadores de oposição caíra por terra – que se não aprovassem o REFIS não haveria recursos para pagar o 13º- diante da declaração do secretário de Fazenda, Edson Toledo, de que estes recursos já estavam separados.

Hernani estabeleceu veto à emenda que previa o limite de inclusão no REFIS para quem deve ao erário até R$ 4 mil reais, argumentou que todos são iguais perante a lei. A oposição entende que a intenção oculta é beneficiar grandes devedores da prefeitura.

Na fala da Tia Cenira está a expressão mais legítima da oposição. Ela lembra o que dizia Sêneca,o senador romano no Parlamento de Roma, a respeito do papel dos senadores, já naquela época tido como pouco importantes. “Os senadores são gralhas, fazem ruídos e com isso assustam o César”. A vereadora exerce seu mandato cumprindo o papel que a população lhes outorgou, como minoria. Sabe que pode ser vencida (embora a oposição seja maioria no plenário), mas não deixa de ser a gralha que alerta a situação de seus possíveis excessos e erros. O parlamento municipal tem mesmo pouca coisa a fazer, mas este papel lhe cabe muito bem e ela o exerce com denodo.

Já Jefinho age na Câmara como o cidadão indignado. Nem sempre se posiciona com clareza como oposição, preferindo, apostar no bordão "o que for bom para a cidade tem meu apoio", mas as circunstâncias o tem levado quase sempre para o posto oposicionita. Tem sido veemente nas suas falas. Mostra coragem. Na sessão do dia 09/11, lembrou que já tinha dito que a compra do Country pela FESP podia ser questionada na justiça e está sendo.

Mas foi no seu posicionamento quanto a Folha da Manhã que se mostrou por inteiro como cidadão. Excetuando os momentos em que quase beirou a ira, abordou com propriedade o papel que o diário tem exercido na comunidade passense. Ele avaliou que o jornal não valoriza nenhum político de Passos e que o espaço positivo está sempre reservado para os políticos de São Sebastião do Paraíso. Destacou que não teme ataques e disse que sempre vai se posicionar contra a imprensa que tenta denegri-lo, numa referência direta à Folha da Manhã.

No ensejo de Jefinho, o presidente da Câmara, Nivaldo Chaparral, fez um dos pronunciamentos mais contundentes contra o jornal. “Sabe quem mais ajudou a Folha da Manhã?”, perguntou aos seus pares, dando ele mesmo a resposta: “o deputado que dá nome a este plenário, Neif Jabur, e ela enterrou o deputado”, fuzilou. Agora vem “cobrar transparência da Câmara, como se não fossemos”. Por que ela não “cobra transparência da prefeitura? Será que é por causa do que ela recebe de publicidade de lá? Por que não cobra transparência do SAAE? Da Santa Casa?”, em seguida afirmou que “eles não têm caráter, se julgam os donos da verdade”, completando que dormiria tranqüilo, porque “tenho a consciência tranqüila e sou como parafuso do Paraguai, se apertar espana”, dizendo que não iria polemizar com o jornal. “Deixa pra lá, não vão me atingir”, concluiu. O posicionamento contra a Folha da Manhã levou até ao sempre comedido vereador e médico Cláudio Félix a se pronunciar. Ele acusou o jornal de formar uma imagem negativa dos políticos de Passos. “O jornal só elogia os políticos de São Sebastião de Paraíso, em Passos ninguém serve e isto contribui para que a região não vote em nossos candidatos”, disse.

Há quem diga que brigar com a imprensa não é bom caminho. Mas não se pode negar o direito que alguns órgãos de imprensa as vezes negam de dar oportunidade das pessoas atingidas mostrarem o outro lado. Para isto, escondem atrás da chamada “linha editorial” e deitam e rolam, uma hora abrindo a boca contra quem daqui a pouco podem estar apoiando. Quase sempre estas mudanças de humores acontecem ao longo da história diretamente proporcional ao volume de verbas publicitárias destinadas a eles , o que pode ser uma simples coincidência, não se sabe. Ainda bem que existem as gralhas com seus gritos estridente,porque quem sabe se nenhuma atitude possa ser tomada contra isso, o cidadão comum seja capaz de entender o que os seus gritos querem dizer.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

De novo, as cores

Parece bobagem, mas laranja, como crer a prefeitura em nota enviada à imprensa, vermelho como enxergam a oposição, esta discussão não leva a nada, como diz meu amigo irmão, Luiz Alves.

São cores, que coincidem com a de um partido, de um time de futebol, no caso das faixas pintadas pela prefeitura de Passos, o time do Naútico (PE) é o homenageado da vez, é o que mais se aproxima, mas se isto une um grupo ajuda na coesão do outro e vamos,assim, criando as rivalidades inúteis, enquanto os cidadãos padecem da falta de muita coisa mais importante.

Agora mesmo, o Secretario de Saúde está de viagem marcada para ficar fora a semana inteira, num congresso de interesse de sua especialidade. A saúde aqui continua sem encaminhamento correto, embora em entrevista o Cleiton Piotto diga que vá tudo bem. Apenas a título de exemplo sabe o tamanho da fila para cirurgias eletivas, aquelas que dizem que pode esperar porque a dor é em você e não nele?

É grande, muito grande....por que o atendimento está represado sob a alegação de falta de recursos.

Em outra área, a do transporte coletivo, vai começar a surgir agora um problema sério. A de querer comparar Passos com Sabará. Até que dá, se for levar em conta o tamanho, a cidade é um pouco maior tem 120 mil habitantes, mas é só. Sabará está na região metropolitana de Belo – Horizonte. Passos é a cidade pólo, mas não atrai o mesmo fluxo de passageiros, até porque hoje não falta quem por aqui tenha sua moto e o moto taxi para andar.

Não demora muito e a Cisne Passos vai perceber o tamanho do equívoco. E o primeiro passo é voltar ao que estava implantado, mas isto só não basta. Outras medidas, como a implantação do Cartão Cidadão, que subsidia a tarifa é a principal delas, desde que jogue a tarifa para R$1 real.

O resto é prosa.

Como é prosa também a idéia de manter sobre regulação o serviço de moto taxi com a adoção de capacetes e coletes. O clandestino vai continuar existindo. O que é preciso é criar uma lei adequada e uma fiscalização eficiente. A lei sai, agora a fiscalização é bem mais difícil.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A infância e a juventude pedem ajuda

Há mais ou menos uma semana o vereador Antonio Donizete Mendonça, o Zetinho, promoveu uma audiência pública na Câmara Municipal para tratar da pedofilia. Na verdade para debater um projeto de lei de sua autoria que cria normas para uso de Lan House por parte de menores e também orienta proprietários quanto a alerta que devem ser feitos para o uso correto destes ambientes.

A iniciativa é importante, mesmo porque as chamadas Lan Houses são propícias ao uso da internet de forma equivocada e para assuntos que podem fugir à fiscalização dos pais, entre os quais informações sobre sexo e, em função da pouca idade de um lado e da mente doentia em outra ponta, trazer grandes traumas aos menores.Justificar

O interessante é que no decorrer do debate outros temas foram sendo colocados, não apenas por uma pessoa, mas por diversas, mostrando que os filhos sofrem agressão também em suas próprias casas – agressões sexuais , experimentos de vida nessa área fora de época – praticadas por pais, padrastos e tios, etc.

No frigir dos ovos, os filhos são vítimas das suas próprias famílias. De fato pode ser assim, mas o estado, como ente social, é o responsável pela criação do bem estar, o que inclui segurança às crianças e adolescentes.

Este olhar macro foi enfocado pela vereadora Tia Cenira, educadora e envolvida em ações sociais. Ao lado dela o promotor Paulo Fraklin e Cristina Bechara. O promotor chegou a defender a implantação de uma rede de proteção e tia Cenira propôs transferência de maior recurso para a Secretaria de Assistência Social, hoje na sétima colocação quanto a recurso destinada a ela ( a secretaria).

De novo, o promotor Paulo Franklin frisou que a Constituição trata a infância como prioridade, e esta é a norma que tem que ser seguida.

A prefeitura e o estado, ai como federação, mostrou o que fazem: a prefeitura cuida de 50 famílias. O estado destina R$0,57 para cada criança na creche.

Tratar a questão com seriedade no âmbito do município, com a elaboração e conseqüente execução de uma política pública é urgente, porque isto não é algo que se resolve de uma hora para a outra.

A proposta é que se instale um Fórum Permanente Em Defesa da Criança e da Juventude, envolvendo autoridades, sociedade civil e qualquer cidadão interessado para que, aprofundando o debate, consiga se fazer o que foi proposto pelo promotor: a Rede de Proteção, com a sociedade cumprindo o seu papel e cobrindo a falha que a família, eventualmente desestruturada, possa ter.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Um bom trabalho

Eleições não se decidem de vésperas, por isto o pré candidato a deputado estadual Alexandre Maia teve um bom início ao participar do encontro do PMDB, que trouxe a Passos Hélio Costa e seu candidato a presidente do partido regional, o deputado federal Antonio Andrade.

A peleja dentro do PMDB, como bem frisou o senador, vai deixar seqüelas, mas parece que é isto mesmo que almeja o grupo do PMDB Forte, nome da chapa que concorre com o PMDB da Base, que conta com o apoio de Newton Cardoso. O projeto parece ser o de aniquilar Newtão do jogo político, mas como se sabe fundo de poço de político tem mola. Nunca é demais pensar na composição e também nunca é tarde.

De toda forma, quando, nesse momento, parece que Hélio Costa se firma como candidato ao governo do Estado, Alexandre Maia saiu muito fortalecido dentro do PMDB regional. Na reunião todos os oradores mencionaram seu nome como um candidato necessário para representar a região, incluindo o próprio Hélio Costa.

Mas conta também o trabalho que ele fez para mobilizar as cidades que vieram até Passos. Há que se ressaltar que o humor muda a favor da chapa apoiada pelo senador Hélio Costa, que coloca a vitória do PMDB forte como premissa para se lançar realmente candidato. Um exemplo bom disso foi a presença de Antonio Zeitune, que pode ter comparecido por gentileza, mas que até “ontem” era um dos capitães da campanha do PMDB da Base.

Por isso, Alexandre Maia, que teve contato com todas as mais de 40 cidades da região, pode afirmar que a chapa PMDB Forte leva todos os 48 votos da região. Se já saiu fortalecido com o trabalho que fez, será ainda mais se conseguir o feito de contribuir de forma tão eficiente para a vitória da chapa que é a preferida de Hélio Costa.

Por outro lado, o PSDB de Passos anda mesmo vivendo um mesmo imbróglio. Em reunião em BH, acompanhada pelo deputado estadual Domingos Sávio, que ocorreu ontem, no inicio da noite, chegou-se a conclusão que é preciso ouvir o deputado federal Nárcio Rodrigues.

Se lideranças importantes do partido, como é o caso do ex-prefeito Ataíde Vilela, não se posicionarem o PSDB vai cair no colo do grupo ligado a Fábio Kallas. Pode ser que alguém imagina que é mais forte que o outro, que tem mais votos, mas nessa hora vale a capacidade de articulação interna e se isto não for feito ganha Nárcio Rodrigues e perde o grupo de Ataíde.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Hélio sinaliza

O encontro do PMDB em Passos, que contou com a participação de Hélio Costa, senador da República e nome forte do partido para a disputa da eleição ao governo de Minas, deixou claro para todos que ele hesita em ser candidato. Na sua fala, embora tenha respondido de forma positiva a uma indagação de Telmo Santiago, presidente do PMDB local recém eleito, se afirmaria de peito aberto sua condição de candidato, a análise que fez do contexto não é assim tão favorável à candidatura própria do PMDB.

Hélio Costa começa por colocar uma condição. Para ir em frente o PMDB tem que ter na presidência um nome de sua confiança, apontando como tal o deputado federal Antonio Andrade. Esta condição é importante, segundo ele, porque o partido tem registrado na sua história exemplos de traição explicita quando o contrário aconteceu. O mais emblemático foi o caso de Itamar Franco, com amplas chances de ser eleito, que viu seu tapete ser puxado exatamente pelo grupo que se opõe a ele, senador.

O discurso do líder nas pesquisas de opinião é cauteloso. Não hesita em dizer que é amigo de Itamar e de Aécio Neves e também que conversa com todos. Mostra que para ser candidato quer aliança com o PT e se considera nome natural para compor a cabeça de chapa.

Hélio Costa trabalha com a perspectiva do gato escaldado que tem medo de água fria. Duas vezes candidato ao governo de Minas, duas vezes foi alijado da disputa no segundo turno. Agora mesmo viu acontecer algo semelhando quando Leonardo Quintão foi ao segundo turno como favorito e perdeu para Márcio Lacerda contando com um apoio impensável para o candidato do PSB, que foi do prefeito Fernando Pimentel.

O Senador sabe que esta aliança tem tudo para se repetir, com Aécio e Pimentel unindo forças para o segundo turno. E este racha pode ser consolidado pelo próprio PMDB, quando o grupo de Newton Cardoso mostrar a tendência que têm e a vocação pela sobrevivência do mesmo, acima do PMDB.

È por essas e por outras, como a de que a divergência do no PMDB virar desconfiança, que Hélio Costa quer construir as condições para vencer no primeiro turno. E ele sabe que só vai conseguir isso com o partido pacificado. Para isto precisa vencer antes da convenção acontecer, porque lá será a rendição de um grupo para o outro e, neste caso, como bem lembrou o próprio senador, sempre sobram seqüelas, feridas que demandam tempo para serem curadas.

A fala de Hélio Costa sinaliza claramente que ele está mais ser candidato a reeleição ao senado do que a governador, principalmente se este cenário de hoje permanecer. A mudança desse humor ocorrerá de forma abrupta se o PT aceitar compor como vice na chapa em que Costa seja a cabeça.

Mas o encontro em Passos, que trouxe a cidade 25 das 44 cidades convidadas foi muito positivo para Alexandre Maia. Ele foi citado como pré candidato a deputado estadual por todos os que usaram da palavra, com exceção do prefeito de Passos, que, mesmo assim, ressaltou que na mesa de trabalho estavam os líderes mais importantes do PMDB, entre estes estava Alexandre Maia, eleito 2º vice presidente dó PMDB de Passos e um dos organizadores do encontro. Sem dúvida uma demonstração de força interna junto ao partido por parte de Maia e isto deve ajudar na sua candidatura, se ela se tornar oficial.