O prefeito José Hernani veio a público, através de sua assessoria de comunicação, para responder a denúncia de que está havendo perseguição, improbidade administrativa e nepotismo em sua gestão. O caso veio à tona depois que o SEMPRE – Sindicato dos Empregados da Prefeitura representou contra Hernani no Ministério Público.
A resposta dada, veiculada na edição de 29 de maio (sexta-feira) do Correio dos Lagos On Line, edição que também veiculou a denúncia do Sindicato, mais parece uma confirmação do que apontou o sindicato do que “rebate” como quer fazer parecer a assessoria do prefeito em seu release, publicado aqui e no jornalão.
Apesar da bravata do prefeito, ao afirmar que vai processar Nelza Ifigênia em razão dos ataques à sua “moral”, a resposta foi mesmo pífia. A começar, analisando de forma aleatória, pela resposta à acusação de nepotismo, que teria sido caracterizado porque a coordenadora do PSF Mirian Picardi Esper seria sua nora porque é mulher do seu filho. Não é isso, diz a assessoria, "ela não é nora", mas sim "namora o filho do prefeito", admite e ressalva: "ela mora com os pais".
E daí cara pálida! Vamos raciocinar juntos: se uma menina namora meu filho, como que devo considera-la, no âmbito da minha família e para os meus amigos fora desse círculo? Hein? O que? Não ouvi direito? Nora? Ah, então tá.
No caso de Simone Maia, ela não é "contratada para ser enfermeira e sim assessora especial I", mas como ela é enfermeira, foi “deslocada” para tal missão. Como? Foi deslocada? Não seria “desvio de função?” E isto pode? Pelo que se sabe, desvio de função é uma irregularidade passível de punição, mas será que na gestão de Hernani isso poodíí?
Para as pessoas que foram transferidas para outos pontos de Unidades Básicas de Atendimentos nos PSFs o argumento para isso não é exposto. Apenas aquela que, digamos, foi transferida compulsoriamente é trazida a público a palavra tranqüilizadora para a população: "ela já esteve com a coordenadora do PSF e está muito satisfeita no novo local de trabalho". O que será aconteceria com ela se dissesse que não estava?
Será que teria o destino de outras cinco que receberam o comunicado de que, a partir de 31 de maio, estão dispensadas porque o “perfil” delas não se enquadra na função que até então exerciam?
Quem define este perfil? Quem avalia estas profissionais? Como esta avaliação é feita? Bom, aí é melhor ficar de bico calado para não entrar mosquito, deve ter pensado a assessoria do prefeito. E por isso, embora questionado pelo Correio dos Lagos On Line, nenhuma resposta foi enviada para estas perguntas.
Na segunda-feira, dia 1º de junho, outros servidores, mais os 17 contratados pela Única, que entrou no lugar da Resolve, para serem recepcionistas, estarão trabalhando no lugar das dispensadas. Foram chamadas pela sua colocação no concurso 001/2005? A assessoria diz que sim. Será?
A Câmara Municipal de Passos poderia começar por debater este problema, já nesta sessão desta segunda. Aqui não é um caso de situação ou de oposição, como também não são outros, como a questão das diárias, das horas extras e do nepotismo na atual da gestão. Estas coisas deveriam ser objetos de investigação – seja pela própria Câmara como pelo Ministério Público, mediante provocação documentada de qualquer vereador – para que sobre a cidade não pairasse dúvidas de como se zela pelo patrimônio e dinheiro público. Ainda mais por uma gestão que diz fazer a diferença por “honrar Passos”.
O que não se pode permitir é que alguém que deve satisfação ao povo ainda se jactei como defensor da moral e dos bons costumes e ameace processar quem o questiona.
É por isso que, por ter escolhido o caminho da escamoteação, da bravata inútil, que a resposta de Hernani, mesmo que vindo através de sua assessoria de comunicação, é pífia. Antes tivesse ficado quieto.