quinta-feira, 30 de abril de 2009

Fumaça no ar

Hoje, de novo, o assunto de nosso comentário é o semanário Gazeta Regional, aqui mesmo de Passos. O editorial é instigante. Aborda a questão das fundações no Brasil e não menciona nenhuma delas em especial, mas quase que dá para gente sentir o cheiro de quem se imagina esteja o texto tratando.

Fundações que existem são milhares, mas dirigidas por gente autoritárias são poucas. As que são administradas por gente relapsa, que não medem conseqüências, se endividam fazendo expansão na hora que deveriam estar trabalhando a contenção de despesas, também existem e não deviam ser tratadas com tanta benevolência.

Bem, como dissemos, não dá para saber quem o editorialista descreve. Mas bem que os alunos da FESP podiam estar mais atentos ao que acontece à sua volta, principalmente no que se refere a desenfreada “expansão” que vem ocorrendo pelos lados daquela instituição.

É público e notório que as fundações de Minas (aquelas optantes pela UEMG), depois que o STF decidiu que elas não são mais públicas, mas privadas, não podem mais receber recursos via Universidade do Estado de Minas Gerais.

Agora mesmo as bolsas de estudo que o governo destinou à FESP, e que mantém a instituição de pé, tiveram que percorrer outro caminho, diferente daquele que percorreram em outras épocas e no lugar de virem via UEMG , salvo melhor juízo, vieram por convênio.

É importante e, neste sentido está de parabéns o editorial da Gazeta Regional, que olhos permaneçam aberto em torno dessa gente, em cima do que fazem e para onde mandam recursos que têm a obrigação de bem gerir.

Só para se ter uma idéia: imagine o quanto de alunos não poderiam estar freqüentando um curso superior se a mensalidade fosse mais baixa? O que precisa ser feito para que elas pudessem ter um valor menor?

Para começar, deixar de alugar tanto espaço e pensar com responsabilidade em construir uma sede própria para a instituição. Mas, como tudo leva a crer, esta não é prioridades de tais dirigentes.

Ainda bem que a Gazeta Regional se soma àqueles que mantém-se vigilantes e dispostos a erguer a voz contra os que cometem abusos contra a paciência e o patrimônio dos quais deviam cuidar. E pela leitura do editorial, há fumaça no ar.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

‘Tá tudo dominado

A sessão da Câmara Municipal, em sua última edição, mostrou que o vereador Edmilson Amparado é o líder de fato do governo municipal. O cargo oficialmente é conferido a José Antonio de Frreitas, o Tuco, mas a atuação desastrosa dele frente à responsabilidade que a missão exige, acabou por colocá-lo em quase completo isolamento.

A constatação de que Tuco não exerce liderança nenhuma ficou demonstrada em três episódios que aconteceram na sessão passada. O primeiro deles diz respeito a uma emenda proposta à lei que autoriza os moradores do conjunto habitacional Professor Toniquinho negociar seus imóveis.

A articulação para que o apoio à emenda (que permite que os proprietários disponham do imóvel da maneira que melhor aprouver) pudesse ser aprovada veio de próprio Edmilson, que convenceu inclusive a oposição a voltar a favor do projeto. Em outro momento, ele também articulou a retirada de uma emenda que o executivo fez à lei que institui a cobrança de taxa de embarque e desembarque na rodoviária de Passos. O executivo propunha abrir pontos em vários locais da cidade, mas ao preço da passagem seria acrescido uma taxa de embarque, como se o passageiro tivesse embarcado na própria rodoviária.

Percebendo o desgaste, Edmilson agiu rápido e conseguiu que fosse feita a retirada do projeto. A gente nem sabe se foi Tuco quem fez o pedido oficialmente à mesa. Mas deve ser para isso que sua liderança serviu.

No outro episódio, foi preciso que o secretário de assistência social, Auro Maia, fosse à Câmara para conseguir que a votação do Conselho Municipal Anti-droga, fosse aprovado em regime de urgência urgentíssima. Mais uma vez, o líder ficou a ver navios, talvez nem isso.

A cena nas hostes da bancada da situação, que tem hora que parece ser formada por quase todos os vereadores, está totalmente dominada pelo vereador Edmilson Amparado.

Bolas nas costas

O semanário “Gazeta Regional” traz matéria em que denúncia que uma empresa – não citada – estaria sendo investigada sigilosamente – agora nem tão sigiloso assim – por ter cobrado da prefeitura municipal marmitex e outros gêneros alimentícios bem acima do aquilo que realmente entregou.

O periódico faz a linha investigativa e diz que quem está colhendo dados sobre o assunto é a Controladoria do Município, mais à frente diz que não conseguiu mais informações na própria controladoria. Mas a informação, ao que parece, vazou de lá.

A Gazeta Regional cumpriu papel importante na campanha de Hernani. Era o informativo distribuído gratuitamente na cidade com amplas reportagens sobre a gestão de Ataíde, com 99% delas de cunho negativo.

Agora traz uma reportagem em outro contexto, que merece ser analisada e acompanhada pelo resto da imprensa. Se não estiver sendo usada por adversários políticos com a intenção apenas de eliminar um ou outro, presta um bom serviço ao trazer à luz fatos que nunca poderiam acontecer mesmo.

Há um senão que precisa ser registrado: o outro lado não teve vez na matéria “Controladoria investiga mais uma possível irregularidade da administração passada”.

Agora vamos ver como reage o grupo político da administração passada. Se vão esboçar reação ou se vão se conformar em levar mais uma bola nas costas.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

É preciso agir



Há uma discussão que tem permeado a questão da segurança pública em Passos. Trata-se da criminalidade provocada pela ação de menores. As notícias recentes mostram que os menores infratores estão agindo com desenvoltura e a reincidência tem sido a norma.

É preciso agir para que a sociedade não pague o preço da omissão das autoridades. Antes de qualquer coisa o debate deve ser colocado no foco certo e o trabalho de combate a estes criminosos seja feito em cima de políticas públicas e o tema não seja desviado para o aproveitamento político oportunista e fora de hora.

A atual gestão, que tem à frente da Secretaria de Ação Social, o ex-vereador Auro Maia, que já se prestou ao papel de assessorar um deputado federal(Odair Cunha) que nem escritório tinha na cidade – o que lhe valeu a alcunha de ‘fantasma’ – tem realizado, como secretário municipal, um bom esforço no setor, mas não resiste à tentação de “politicar” em cima das questões que lhe são propostas,

A mais fácil delas é cair de críticas em cima da ex-secretária Wanda Vilela que, para não perder tempo em análise de sua ação frente à pasta, nunca deveria ter deixado os afazeres de prendas domésticas.

A outra é tentar mostrar que a desativação do centro de internação Despertar Tais de Melo Andrade foi um erro e que, por isso, a criminalidade por menores tenha aumentado. Na verdade este foi um dos poucos acertos da ex-secretária. Não é a desativação do Centro que fez a marginalidade entre menores crescer. A impunidade é o fato preponderante que causa este distúrbio.

Sobre isso está certíssimo o delegado regional, Dr Fábio de Oliveira, que deixou claro em entrevista ao site http://www.correiodoslagos.com.br/, que funcionário público municipal não tem preparo para lidar com menor infrator. Mais certo está quando frisa que este é um papel do Estado e que ao município compete trabalhar polítcas que possam atender as necessidade de inclusão social, educacional e de reorientação profissional, qualificando meninos para o futuro, inserindo-os na vida social, esportiva e comunitária.

De um trabalho como este toda a sociedade estaria disposta a participar e Passos tem boas iniciativas neste sentido, como é o caso do CAPP e da SAMP. O apoio do setor público só ajudaria no sentido de fortalecer ações como esta.

Faz muito mal a atual administração em querer desviar o foco do tema, procurando , através de discussões paralelas, culpar o passado pela falta de projetos para resolver um problema que aflige a comunidade agora.

Aliás, é ,muito tarde para que quem administra a cidade ficar em cima do palanque. Esta hora já passou. O momento agora é para enfrentar os problemas, foi para isto que foram eleitos.


Nesse sentido só há uma expectativa para quem vê menores assassinando, traficando, fazendo às vezes de pistoleiro. Para estes a ressocialização passa por outro caminho: detenção e pena.

E aí não é uma política pública municipal que vai resolver, é preciso reconhecer. Isto passa por mudanças importantes no Estatuto da Criança e do Adolescente. Ainda assim, a discussão pode muito bem começar no município.

sábado, 25 de abril de 2009

Passos em falso

A última enquete realizada pelo site http://www.correiodoslagos.com.br/ e encerrada hoje, depois de 20 dias no ar, mostra que a população de Passos anda insatisfeita com o cumprimento da principal promessa do prefeito José Hernani: a melhoria do atendimento na área de saúde.

São 61,2% que afirmam que a situação da saúde está bem pior hoje do que era antes. Para outros 24,7% a saúde não melhorou nada depois da posse do atual prefeito. Já 12,9% dizem que o atendimento na área da saúde está bem melhor do que era antes e 1,2% afirmam que está melhor.

A ressalva que precisa ser feita é de que a enquete não é uma pesquisa, com amostra definida e critérios estatísticos para definir como deve ser investigado o público alvo. Mas serve de sinalização para o rumo que as coisas estão tomando naquilo que foi a principal bandeira do então candidato José Hernani.

Não é possível precisar os motivos que fazem com grande parte da população considera a administração atual “bem pior” que a anterior no que diz respeito a área de saúde, mas é possível cogitar hipóteses que apontem para uma conclusão.

Apenas a título de propor o debate, vamos lembrar o caso do Programa Remédio Em Casa e do Combate à Dengue e também da falta de ação na eliminação dos caramujos africanos – que existem aos montes em alguns bairros da cidade - hospedeiros de doenças sérias para os seres humanos.

Outra atitude ruim foi a de desacelerar o andamento da finalização da obra do novo PS e, em conseqüência disso, o precário atendimento que a população recebe no antigo Pronto Socorro.

São passos em falso, no momento que a área deveria ter sido mantida funcionando adequadamente, como estava, antes que a atual gestão pudesse implementar os seus projeto para o setor.

Um outro ponto que merece ser abordado é o que diz respeito a abordagem política que o prefeito José Hernani dá ao tema, quando discute o assunto em público. Ele diz sempre que houve um desmonte da área, algo que demorou mais de 20 anos para ser construído e que em quatro foram desfeitos.

Isso é tolice. É desacreditar da Inteligência das pessoas. A verdade não desaparece só porque quem quer que seja que esteja no poder queira que ela suma. Durante os quatro anos da gestão anterior foram desenvolvidas ações – algumas certas e outras nem tanto – mas a população sabe discernir e sabe, por exemplo, que foi o Hernani que pôs fim a um programa que atendia muito às suas expectativas: o Remédio em Casa.

Este é o principal passo em falso da atual gestão. No lugar de resolver os problemas, implantar projetos novos, tenta desqualificar a gestão anterior para justificar a pouca capacidade operacional que tem demonstrado até o momento.

Ao que parece, o atual prefeito é muito bom de palanque, mesmo porque até agora sugere que ainda está em cima de um, mas pouco eficiente nas atribuições de gestor da coisa pública. Deve ser por isso que, em tempo tão curto, a credibilidade de sua gestão se insinua velozmente para o ralo.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Os erros perpetuados

Dizem que para mudar a cultura de um povo é preciso haver uma catástrofe e, a partir daí, este povo ressurgir das cinzas, como Fênix.
Talvez, mas na gênise daquele povo, encoberto pelas cinzas, ainda haverá algo do que foi a antiga civilização. É emblemático neste sentido os exemplos da Alemanha e do Japão do pós segunda guerra mundial.
Os dois povos guerreiros mudaram a forma de gastar suas energias belicosas e a dirigiram para a construção de uma nova Nação, tão forte e poderosa quanto fora pelo poder que as armas lhes puderam conferir.
É. Isto pode ser válido para a política, quando ela é feita com grandeza. Mahatama Ghandi libertou a Índia sem um tiro sequer, embora tenha apanhado muito até chegar ao ponto de ver seu povo livre. Aí prevaleceu a cultura de um povo, místico, espiritualista, que soube manter a sua identidade cultural.
Ali no caso da Índia, aqui no caso da Alemanha, lá no Oriente, como ocorreu no Japão, refez-se uma nova ordem, pelo rompimento do passado.
Em outras situações também se viu que as transformações profundas na sociedade exigiram doses de sacrifício enormes, como são exemplos a construção das sociedades ditas socialistas, embora seja necessário enfatizar que nenhuma dela de fato se concretizou.
Ou ainda quando foi necessária a luta surda para que as ditaduras militares pudessem ser varridas do cenário da América Latina.
Enfim, a democracia voltou imperar, mas como a dor que houve não foi da massa, mas de uma elite política e cultural, hoje todos – mesmo os que lutaram de armas em punho para que o Estado de Direito Democrático pudesse prevalecer – se dão ao desplante de fazer perpetuar o erro.
Confira aí, os escândalos que rolam congresso afora, com pagamentos de passagens para mulher, filhos, namoradas, auxilio moradia, por aí afora.
Bateu no nariz
Não podia ser diferente por aqui.
A democracia pressupõe que a vontade popular seja respeitada. O eleitorado quando escolhe um candidato, vota na sua proposta, no que defende na campanha. Se não cumpre o que promete, na próxima eleição é apeado do poder.
Assim toda eleição é um sopro de renovação e todo mandato parece ser o palco por excelência para a perpetuação dos erros.
Tome-se o caso de Passos. Durante muito tempo Pato e Peru, UDN e PSD (com a força do PTB antigo), depois ARENA e MDB e por fim PFL (DEM) e PMDB se digladiaram pelo poder, revezando-se na consciência do povo como uma alternância salutar na condução dos destinos da cidade.
Mas o povo cansou disso. E elegeu Ataíde. Na época valia a crítica ao nepotismo, ao clientelismo, e Ataíde se elegeu prometendo acabar com tudo isso.
Não é que, uma vez no poder o prefeito Vilela, percebeu que o certo era fazer como fazia o seu antecessor (Hernani) e empregou mulher, sobrinhos tortos e, para completar, criou pelo menos 35 cargos de “confiança”?
Hernani se indignou e disse, quando fora do poder, que se voltasse a prefeitura acabaria com tudo isso.
Voltou. Não empregou a mulher e nem voltou com o filho para o Gabinete (Mas parece que ele- o filho - trabalha da FESP e o Darcio Martins, Diretor Executivo da FESP virou procurador adjunto e agora se sabe que o sócio do Erick, este o nome do filho, é também controlador geral do município, mas isto não tem nada haver... ou será que tem?).
O nepotismo esta agora escamoteado e há quem garanta que os cargos são ocupados legitimamente. Mas averiguar isso do ponto de vista da legalidade é tarefa para o Ministério Público e, por certo, isto vai acontecer. Ainda mais que o vereador Tuco disse que o executivo tem uma parceria com o MP para tratar desse assunto.
Ah, um parentesis, este, líder do prefeito na Câmara, parece tem a mulher trabalhando na FESP (Seria tráfico de influência?)

Mas continuando e para finalizar, os cargos de confiança que antes seriam extintos, não mais se cogita que isto ocorra, como disse ao site http://www.correiodoslagos.com.br/ o assessor de imprensa Marco Túlio. Ou seja era só um jogo de cena.
E assim, abusando da paciência do povo, os políticos, instrumentos de criação da sociedade, perpetuam o erro um do outro e formam um povo de caráter duvidoso, onde um dia ser chamado de sem vergonha vai soar quase como um elogio, no lugar de ser uma ofensa menor.
Poderão dizer: é assim mesmo. Mas o certo é que a fedentina que se exala ao longe, lá no congresso, anda batendo nos nossos narizes, pela falta de respeito que tem os nossos políticos locais com a própria palavra empenhada.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Não escapa um, meu irmão

A ética foi para as cucuias!


É uma expressão antiga, que ouço desde menino. Não sei onde fica, mas pelo uso da expressão a nítida impressão que temos é que deve ser um lugar distante e, quem vai para lá, não volta mais.

Então, as notícias, agora primeiro nos sites, nos dão conta que os congressistas brasileiros se locupletaram todos. Os da “banda ética” e os da “banda podre” que já estavam lá em cucuias e por lá continuam.

A propósito dessa viagem tão distante, que ninguém sabe qual o meio de transporte para lá chegar, é necessário que se investigue se não foi com dinheiro do contribuinte que a passagem foi comprada, já que para mulheres, sogras, filhos e namoradas tal era useiro e vizeiro fazer.

A política é uma arte! Era para ser a arte de construir uma sociedade melhor e mais justa. Já houve quem pregasse que a política exercida pelo status quo dominante apenas era um jeito de manter a classe dominante no poder e só a força os “poderosos” sairiam de seu “trono”.

Mais à frente, aprendemos que as substituições de fato podiam ocorrer pelo expediente da força, mas em pouco tempo se conhecia que apenas se fazia a substituição das moscas, mas o modus operandi de um era igual ao de outros e todos, de novo, iriam acabar mesmo em cucuias!

Portanto, os congressistas brasileiros não estão de todo errados quando querem, a título de “trabalharem com transparência” , aumentarem o salário que recebem de R$16 mil para R$24 mil. Uma das primeiras medidas, asseguram, é eliminar o pagamento de passagem com dinheiro público, que seria feito assim que os salários forem aumentados.

É brincadeira! Onde estamos? Será que em Cucuias?

É brincadeira!

Por aqui, na aconchegante Aldeia do Senhor Bom Jesus dos Passos, o cenário não é muito diferente. O que é diferente é que ninguém precisa ir para as cucuias para assistir perplexo os nossos agentes públicos brincarem com coisa séria.

Por exemplo, como é que pode uma instituição de ensino superior, no caso a FESP, que tem o curso superior de pedagogia, ter um coordenador pedagógico, no caso o senhor Fábio Kallas, que nem este curso tem? Isto também não deveria ir para as cucuias?

Ou como pode alguém que nunca levantou a voz em favor da universidade pública estadual, destino inexorável da FESP, ser de repente um árduo defensor da estadualização? É um caso de súbita conversão à causa ou outra hipótese para ir parar em cucuias?

E aquela outra? Aquela da prefeitura ter uma parceria com o Ministério Público para tratar assuntos seríssimos entre os quais se incluem a análise se emprego de marido e mulher, sobrinhos, filhos e noras é ou não nepotismo? Aí também não é algo inusitado que só deveria existir em cucuias?

E a lista do nepotismo de Hernani? Que era para estar colocada como “exoneração” no quadro de aviso da prefeitura e que ninguém acha. Deve estar em cucuias, mas em local bem secreto para que assim permaneça, mesmo nessa terra de ninguém e que só a sabedoria dos antigos conseguiu nomeá-la.

Ou será que terra de ninguém é aqui mesmo!?

Sim, temos imprensa

Diante dos últimos episódios em Passos, envolvendo principalmente algumas notícias veiculadas pela nossa imprensa, é importante ressaltar que pelo alguns meios de comunicação cumpriram com o seu papel de informar com correção à população sobre o que estava acontecendo na cidade.

Na primeira polêmica, gerada no início da semana, a divulgação de matéria sobre a inscrição para o programa de casas populares do governo, pela Rádio Transamérica, que deveria ter o cadastrado iniciado em 13 deste, causou tumulto.

A razão foi que a prefeitura não percebeu que muita gente na cidade estava fora dos cadastrados porque deles não constavam pessoas com até três salários mínimos como prevê o plano atual do governo federal. Resultado comeu bola e onde poderia ter tirado até um proveito político, amargou um desgaste por pura incompetência organizacional.

Culpa de quem? Da imprensa. Pelo menos foi assim que reagiu a prefeitura.

No outro momento, no dia seguinte, foi a vez da rádio 947 FM colocar no ar a gravação de um assessor especial de Hernani, César Tadeu Elias, deitando falação contra seus colegas de assessoria. Ele resumia a ópera assim: “Eu sou o idiota que trabalha, eles são os que ganham”.

Aqui no site www.correiodoslagos.com.br veiculou-se a notícias de que os nepotistas de Hernani, que o próprio prefeito havia dito que teriam sido demitidos, estavam todos nos seus cargos, a espera de uma reunião com o promotor Paulo Márcio para ver se podiam ou não ficarem nos cargos de gordos salários.

À frente dessas notícias o trabalho dos repórteres Marcelo Augusto, Leonardo Serra e Gerson Siqueira. Nenhum deles se enfureceu ao fazer os textos, levar ao a matéria como ela deveria ser.

Leonardo Serra, da 947 FM, diante do deboche de César Tadeu ao se referir ao salário que ganha como assessor – “uma bobagem” – segundo o Quinta Coluna, César Tadeu – foi fulminante com a indagação chave: “Por que então não pede demissão?”.

Gerson Siqueira, do site, com seu jeito calmo, foi indo até que tirou da boca de Marco Túlio, a lista dos supostos nepotistas está preservada, “vamos ver com os promotores se pode”, como se fosse necessário lembrar que nepotismo vem do compadrio, do emprego de parentes entre si e para beneficiar politicamente os que pertencem a determinado grupo político.

Marcelo Augusto, da Transamérica e Rádio Globo, levou o prefeito até a emissora. Deu a Hernani a oportunidade do cara a cara e se manteve altivo, ético, a ponto de ver o prefeito concordar que o programa se iniciava mesmo no dia 13.

É! Passos tem imprensa.

Pena que desta “lista” não pode fazer parte o jornalão da cidade que, a título de postura editorial, faz da omissão uma regra de conduta e, por isso, em suas páginas, até agora, o leitor não encontrou nenhuma linha com nitidez sobre alguns assuntos que tomaram conta do noticiário da imprensa local.

É certo que, por trás de cada veículo, há uma direção. Umas mais sintonizadas com os interesses da população. Já outros parecem que nem podem confessar seus interesses.

Mordeu na língua

Na noite em que os funcionários da JSD foram até a Câmara de Vereadores de Passos para pedir apoio dos parlamentares passenses para que possam continuar trabalhando em outra empresa, já que a atual terceirizadora de mão de obra da prefeitura fechou as portas, outras notícias foram passadas a eles que, mesmo sem querer, tiveram que ouvir que o chefe do executivo local, Dr José Hernani, que denunciava o excesso de cargos na época do prefeito Ataíde faz o mesmo e ainda carrega nas tintas, quando resolve contratar, como assessores, maridos e mulheres, sobrinho, noras, por aí afora.

Uma pena mesmo! Enquanto os vereadores se articulavam para ir ao SAAE e à CEMIG para pedir que a água e a luz dos trabalhadores não fossem cortadas, alguns se locupletam com dinheiro público e nem se vexam em afirmar que vão pedir ao promotor Paulo Márcio se podem contratar o que, se súmula vinculante 13 não impedir, deveriam estar moralmente impedidos de fazer.

Nem é só isso. Além dos nepotistas da Lista de Hernani (Tido como exonerados em notícia veiculada pelo jornalão local), agora confirmada da Tribuna pelo vereador Dentinho- e também pela própria assessoria de imprensa da prefeitura- um assessor, exatamente o mais loquaz e falante, mordeu na língua e falou e falou, falou até o que não devia.

O que ele pode até dizer que não sabia é que tudo estava sendo gravado e muito menos imaginar a decisão corajosa do repórter Leonardo Serra que levou ao ar, pelas onda da 947 FM, o que disse, já que é de relevante interesse público saber que na administração de Hernani tem uns “idiotas” que trabalham e outros assessores que “ganham”, como deixou nítido e claro a voz gravada, quase sem suspeita nenhuma deve ser mesmo de Cesar Tadeu Elias, titular da coluna de sugestivo nome (Quinta Coluna, Folha da Manhã, Passos).

Ao dizer que alguns assessores não trabalham, citando nominalmente Alexandre Maia e Alexandre Dentista, pode ser que Cesar Tadeu, perca o cargo, para qual diz não ter o menor apego, mas deixa claro, como também já o tinha deixado Edvar Andrade, que as coisas não andam bem funcionalmente e operacionalmente no campo de atividades dos atuais gestores.

O que todo mundo espera é que cidade não venha sofrer maior revés do que pode se supor que venha acontecer em razão da crise mundial, por causa da inoperância de quem administra os destinos de Passos e em quem tanta gente se fiou.

Tem perna curta

É um velho ditado, dito muitas vezes pela minha avó, quando me admoestava me ensinando a seguir o caminho da verdade. Uma lição que não me parece ter sido aprendida pelo prefeito de Passos José Hernani. E se o prefeito, que é o chefe de todos, escamoteia a verdade, os assessores parecem seguir a fila

Outro dia mesmo, quem teve a paciência de ler o jornalão, diário tímido nas críticas e bem comportado nos elogios, entendeu que José Hernani teria dispensado, na fila puxada por Samir Haddad, outros apaniguados ligados por fortes graus de parentesco. Seriam maridos e muheres, ou mulheres e maridos, sobrinhos, noras, etc, etc, etc, naquilo que se convencionou chamar de nepotismo, antes já utilizado pelo próprio Hernani que, no afã de ganhar uma eleição, resolveu que isto era coisa do demo e, por fé, condenou os que usaram de tal artifício enquanto no puleiro do poder.

Ora, mas a conversão à condenação do uso nefasto do instrumento, aliás muito apropriado para aumentar a renda familiar, durou o tempo suficiente que a luz da súmula vinculante 13 pode permitir que se anteveja aqui e ali uma brecha para que parentes nem tão parentes assim possam ser alçados à condição de profissionais úteis ao mister de “fazer a diferença” nessa aldeia, onde o que mais as pessoas querem é ser tratada com igual consideração e oportunidade de vencer na vida.

Pois é. Hernani pego com a boca torta pelo uso do cachimbo, quis salvar as aparências e pegou Cristo o meu amigo Samir, que aprendi respeitar pela fidelidade às causas que defende, e disse para efeito de cortina de fumaça que já havia mandado embora os outros. Aí contando com a benevolência do jornalão, informou que não divulgaria os nomes dos outros em razão do afeto que tinha por eles, velhos e queridos amigos.

Nós aqui da redação do site do Correio dos Lagos, conhecedores da rotina que a lei obriga cumprir nesses casos, fomos até ao mural da prefeitura, local que costumeiramente são colocados os atos oficiais do município, inclusive os de exoneração.

Ué onde estão, se não estão aqui e aqui deveriam estar? Fomos atrás do Secretário de Administração que entre respeitar a obrigação da transparência e o que para ele parecia ser mais certo, foi submisso ao chefe e disse: isso é o com o Hernani. Esquiva também usada pela assessoria de Comunicação, na pessoa de Marco Túlio. Uma dança orquestrada para fugir da negação da verdade: ninguém fora exonerado.

Hoje, depois que a lista dos cargos comissionados foi entregue à Dentinho, sabe-se que todos foram mantidos no cargo (lei a matéria “Lista enviada à Câmara desmente demissão de “apadrinhados”).

A saída foi outra, diante do mesmo questionamento: onde estão os exonerados? “A resposta só será dada depois que uma reunião entre procurador do município e o promotor Paulo Márcio, analisarem o que diz a súmula vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal”. E aí vem as entrelinhas: se puder contratar os parentes que não são tão parentes assim, ficam todos (vejam a lista lá no site na mesma matéria já mencionada). E eles que se locupletem!

Quanto aos cidadãos, resta assistir a cena, se ninguém tiver a coragem de reagir aos desmandos, ora no início.

A primeira queda

Em Passos o secretário de saúde, Edvar Batista de Andrade, agora na condição de ex-secretário, deixa o cargo e é substituído pelo médico Cleiton Piotto, que não tem filiação partidária. A alegação ofiicial, sempre ela, por parte de quem sai é a incompatibilidade entre as atividades empresariais e as responsabilidades públicas. Na argumentação de Edvar algo merece registro: “gosto de fazer as coisas bem feitas”.

Edvar falou em público algumas vezes. Nessas poucas ocasiões bateu de frente com o modus operandi de quem hoje detém o poder político na cidade. Em uma delas elogiou o Programa Remédio Em Casa, detonado pela atual gestão, que voltou ao velho sistema do remédio no bolso do jaleco dos agentes de saúde. Em outra, disse que era difícil fazer voltar ao trabalho original os desviados de função (no caso da zoonose) e deu a entender que são muitos os padrinhos para sustentar a locação errada daqueles que deixaram a “bolsa” e foram se esconder do sol em gabinetes mais assombreados que as praças e árvores de nossas ruas.

Há quem diga que Edvar não concordava muito com o jeito revanchista de fazer política que muitos vêem no atual prefeito e há notícias, não confirmadas oficialmente, que, em pelo menos uma ocasião, houve alteração de vozes entre ele e o mandatário.

Agora que ele deixa o cargo, faz-se as vezes de que tudo ia bem no quartel de Abrantes. Mas o pouco tempo de sua permanência no cargo –quatro meses – deixa antever que as coisas não são bem assim.

A saúde, carro chefe da atual administração, não anda bem das pernas. O sinal maior é a pouca vontade de colocar em funcionamento a obra do novo Pronto Socorro, pronta e acabada. Outros sinais estão espalhados pelos PSFs e ambulatórios, distribuição de remédios e a dificuldade em contratar médicos.

Não basta o anúncio da contratação se a população não sente a presença do benefício. De que adianta dizer que melhorou se quando a pessoa precisa de atendimento depara com uma situação de caos, como é o caso da infra-estrutura do velho Pronto Socorro?

De que adianta afirmar que a distribuição do remédio em casa hoje é mais eficiente, se na hora que o paciente precisa do remédio tem que mandar alguém bater na porta da agente de saúde?

A sensação de que houve piora, principalmente por parte de quem apenas busca o serviço e não tem nenhuma paixão política, é inevitável.

Assim quem caiu não foi apenas o secretário de saúde. Sua saída evidencia a queda da credibilidade na principal promessa de campanha do atual prefeito: transformar a saúde para melhor. E nem resolve, para tentar justificar, afirmar que houve desmonte do setor nos últimos quatro anos, para tentar manter o palanque em pé. Esta é a pior escolha que pode ser feita.

O que a população espera de quem governa é mais ação e menos conversa.

Transparência não é só uma palavra

O prefeito José Hernani da Silveira assumiu o mandato com o signo de honrar Passos. Era pelo menos o ponto forte de seu slogan de campanha. A outra ponta não precisava nem dizer: servir ao povo, já que isto é o mínimo que a população espera de seu governante.

Ainda é cedo, evidente, para o julgamento de sua gestão. O que se tem até agora são linhas de um rumo que vem sendo seguido e que não é nada animador.

Na área da saúde está emperrado o funcionamento do novo Pronto Socorro, enquanto o velho superlotado não suporta mais o atendimento. Ainda na mesma área, o fim do Programa Remédio em Casa, mostra a distância entre a eficiência e o discurso. E quanto mais longe esta deste, pior para a população.

Poder-se-ia fazer uma lista destes equívocos iniciais, mas nem vale a pena, porque há de se acreditar que a população, diferente do que imaginam os políticos, sabe dar tempo ao tempo, embora também saiba perceber a direção que as coisas estão tomando.

É necessário no entanto, agir com respeito ao que se disse, porque isto em última instância significa respeito ao próprio eleitor.

Ora, senão vejamos!

José Hernani combateu de forma veemente os cargos comissionados, criados na gestão de Ataíde, realmente uma excrescência, que poderiam ter sido dinamitados. No lugar disso foram ocupados, estrategicamente ocupados, ao que parece, para surtir o efeito político de agrado a aliados e, por outro, organizar arranjos de bastidores, onde uma instituição aliada ajuda a outra. E assim a caravana segue.

E olha que, neste caso, não nem o barulho dos que poderiam, acompanhados dos cães de guardas vigiar e denunciar, se ouve.

Vê-se aqui, antigas vozes que eram contra hoje ocupando galantemente, sem esforço nenhum, o cargo de assessor especial, como é o caso do ex-vereador Alexandre Dentista.

Vê-se também que o combate do nepotismo não foi tão ferrenho que pudesse significar, por exemplo, a não nomeação de quem o próprio prefeito supusesse ser nepotista. Tanto é que logrou demiti-los. Mas a transparência para por aí. A lista da exoneração não apareceu e o vereador Luis Carlos Souto aguarda a relação ser enviada para a Câmara e, passado o prazo regimental, necas de catipiriba de lista.

No caso do site (www.correiodoslagos.com.br) os assessores do prefeito , secretário de administração e assessoria de imprensa, nada têm a dizer e vão logo desconversando: isto é só com o prefeito.

Uma semana depois, procurado novamente, os assessores do prefeito, voltam a lenga-lenga: só daqui a duas semanas, o prefeito está muito ocupado.

Quem será que eles pensam que estão enganando? Com quem eles pensam que não estão sendo transparentes?

Nem é preciso dizer, que essa engabelação tem um preço, porque há muito se sabe que transparência não é só uma palavra, mas uma questão de atitude.

É o que anda faltando para os atuais donos do poder.

Atirador de pedras

Tem um colunista destas paragens do Senhor Bom Jesus dos Passos habituado a atirar pedras. Aliás, ter a perspectiva de uma boa fofoca parece ser o suficiente para que viperina “pena” se esmiúce em textos maldosos, sem qualquer preocupação com a verdade. Pelo menos é o que se depreende de seus textos, quando se percebe que isto é o que menos importa. Vale mesmo o veneno espalhando no ar, mesmo que depois tenha que ressarcir o prejuízo moral causado, pagando a pena (desta vez por determinação judicial) em centenas de cestas básicas.

Pois bem, agora mesmo, a título de criticar um belo discurso feito na saudação ao vice-governador, o tal se meteu a querer diminuir o que foi dito, quando o que foi falado apenas se diferenciou das babações de ovos tão comum em casos como este. A oradora se comportou (Tia Cenira) com altivez

É certo que quem ouviu – e quis entender direito e não distorcer – percebeu os elogio onde havia e o pedido de co-participação na solução de problemas críticos da cidade onde isto cabia, ainda mais para quem, a partir daquela hora, passou a ser um cidadão passense.

O triste é que este colunista, tão hábil naquilo que muita gente considera maledicências, tenha sido tão grosseiro ao sugerir personal stylist, desrespeitando uma condição pessoal e, que não raro, oriundo de algo ligado à saúde pública. Afinal, a obesidade tem sido objeto de programas governamentais visando o seu combate. E quem não tem problemas desse tipo na família com certeza conhece alguém que tem.

Por outro, o estilo de ser, de vestir ou de vida, quem faz é cada um. Há até aqueles que, ao abusar da cor, da variação delas nos componentes de sua indumentária, mais parecem, quando desfilam pelas ruas, uma raia colorida livre e solta voando pelos céus. Nem por isso pode se dizer que estão erradas em sua opção.

Mas para quem gosta de atirar pedras, a torto e a direito, é bom observar que tal colunista hoje perdeu uma das miras. Se alguém quiser perder um pouco do seu tempo não verá nada dito naquela coluna tão bem batizada sobre, por exemplo, o método utilizado pela direção da FESP para obter comparecimento maciço na aula inaugural do vice-governador no último dia 27 no CPN (cinco pontos para os alunos e ponto obrigatório para os professores).

Também não verá nada de errado, nem mesmo que mereça questionamento, no fato da atual administração ter deslocado para a roça dois profissionais que, por estranha coincidência, são, uma a mulher de um vereador de oposição, o outro, filho do ex-líder na Câmara do ex-prefeito. Ambos concursados e preparados para exercer função na sede do município.

Também não se viu uma linha sequer que mencionasse a “Lista do Nepotismo do Hernani”, tão combatido por ele antanho e sob o que agora guarda um silêncio absoluto.

São figuras que, ao se travestirem, ao que parece por dinheiro, já que hoje tem no prefeito o patrão – pelo menos é o que dão entender, já que não se ventila nenhuma crítica contra o atual chefe do executivo – mostram exatamente o que são, pequeno e tacanho.

Deu culpa dela

A enquete encerrada ontem (01/04) no site www.correiodoslagos.com.br mostra que a percepção dos que a responderam evidencia que para eles a culpa pela demora do fim das obras do novo Pronto Socorro Municipal é da atual administração (62,5%). A minoria aponta que a culpa é da administração anterior (37,5%) e ninguém acha que a culpa é do governo do Estado.

Ainda bem que há informações de que todas as obras estão prontas, incluindo as que efetivamente faltavam para serem concluídas, que são as externas. Vamos ver se agora vai e ele entra em funcionamento logo, porque no velho o atendimento está pela hora da morte.

A hora do troco

Até parecia que a reunião da Câmara Municipal de segunda-feira (30/03) iria transcorrer sem qualquer menção ao episódio de bastidores que tirou do anfiteatro dela a aula magna da Faculdade de Direito e a levou para o salão nobre do CPN, ao que parece, por pura birra do senhor Fábio Kallas, presidente do Conselho Curador da FESP.

A prudência com que o presidente do legislativo passense tratou do assunto também merece registro. Agora, que ele demonstrou, contando com a parceria dos demais vereadores, que o legislativo é respeitado em Passos e região, conseguindo atrair centenas de pessoas para o evento, era chegada a hora de lavar a roupa suja.

A questão foi abordada de forma tímida pelo vereador Dentinho, inicialmente, para em seguida ser colocada de forma contundente pelo vereador Jefinho.

Menos mal, já que a atitude de Fábio Kallas merece mesmo ser repudiada de forma veemente. Não se pode conceber que nos dias de hoje ainda se usem expediente que a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), partido que os generais ditadores de 1964 usaram como instrumento de pressão em cima da sociedade, para forçar aplausos aos “líderes” do golpe militar, como o expediente de colocar escolares nas ruas com bandeirolas patriotas verde e amarela.

Naquela época de chumbo os “ditadores de plantão” e alguns “déspotas esclarecidos” coagiam as professoras a levar para a rua as pobres crianças que nem sabiam que eram massa de manobra dos dirigentes autoritários de então. Não há notícia de que alguns daqueles inocentes e pueris estudantes tenham deparado com um general nu e dado o grito: “o general está nu!”.

Foi a sociedade civil organizada, em comum trabalho junto a políticos esclarecidos do valor da democracia, que desmacaram a “revolução de 64″, colocaram nela a vestimenta a certa, a da ditadura militar, e fizeram a vida dos brasileiros correr no leito natural da democracia.

Mas, voltando ao assunto, por aqui, em tempos mais modernos, o Fábio Kallas tomou a medida “administrativa” de conceder a cada aluno que comparecesse ao evento cinco pontos como bonificação e aos professores a obrigação de assinarem o ponto.

Uma pena que tenha sido assim e não pelo convencimento da necessidade de ver alguém com a envergadura de Antonio Anastasia falar sobre uma obra, não de concreto, mas de inteligência que colocou o Estado de Minas na vanguarda do controle gerencial do Estado, o choque de gestão.

Mas o destino também reserva suas ironias. No dia do evento preparado para a consagração do presidente da FESP no seu apogeu anfitrionista, eis que um problema de saúde o tirou da festa armada a “ferro e fogo”, pela força de expedientes muito próximos da coerção e grande contundência.

Alguém pode até dizer que o castigo veio no garupa do desejo de ser o único com sucesso entre todos, algo bem típico das índoles autoritárias, que um dia será devestida e colocada às escancaras aos olhos de todos, apenas para que todos saibam com quem sempre esteve a razão.

Errando o alvo

Vem agora, depois que o vice-governador Antonio Anastasia esteve em Passos, à tona os bastidores de como foi agendada sua visita à cidade. Vamos fazer o registro para a posteridade e para que, sendo o caso, nosso povo esteja informado sobre quem é quem nos meandros do poder na ”aldeia”.

O que conseguimos apurar é que a aula magna na faculdade de Direito foi o estopim de tudo. A iniciativa de realizá-la com a presença do vice-governador teria sido da direção da Faculdade de Direito, dirigida por Solange Agostinho Megda Peixoto, ex-juiza de Direito, e do advogado Adilson Peixoto, seu marido e atual presidente da 51ª Sub-seção da Ordem dos Advogados do Brasil – Passos.

Ocorre que a Câmara Municipal aguardava um momento oportuno para entregar à mesma personalidade o título que lhe fora outorgado pelo legislativo passense ainda na legislatura passada, por proposição do vereador Tião Bacada. Eis, então que a oportunidade parecia propícia com a possibilidade de unir o útil ao agradável e, a partir daí, seria apenas uma questão de agendar o roteiro e acertar o horário.

Mas não é que algo que poderia ter sido resolvido com fidalguia e gentileza se transformou num cabo de guerra? O professor Fábio Kallas teria se insurgido contra tal possibilidade, aventando até, segundo fontes ouvidas por nós, que os vereadores estavam sendo oportunistas ao quererem ser razoáveis e fazer a entrega do título de cidadão exatamente na mesma data em que a aula magna seria proferida. Então tomou a decisão unilateral de comunicar à faculdade de Direito, inclusive com a divulgação ampla nas salas de aula do curso, de que competia à direção da dita faculdade a organização pedagógica da escola. Assuntos administrativos seriam tratados por ele, Fábio, presidente da FESP.

Uma vez tomada esta medida o passo seguinte foi mudar de local a aula magna, passando-a para os salões nobre do CPN, avisando, assim de chofre, a Câmara Municipal que não precisaria mais do anfiteatro para o evento.

Há quem veja na atitude do professor uma exacerbação de sua maneira de administrar, sem muita disposição para o diálogo e com grande verve autoritária. Outros imaginam que a decisão tomada era para dar uma lição nos vereadores passenses – estes “oportunistas”, segundo dizem, é o que pensa dos que representam o poder legislativo de Passos Fábio Kallas – quando teriam, na entrega do título, o anfiteatro esvaziado, passando pelo vexame de entregar o diploma com ninguém assistindo, isto ainda tendo a certeza que o mesmo não ocorreria no CPN, com o público garantido pelos alunos da faculdade de Direito e reforço de outros cursos, se fosse necessário.

Será que não passou pela cabeça do presidente da FESP que ele estaria contribuindo para apagar o brilho de uma recepção a uma autoridade que, ao ser recebida pelos vereadores, estaria representando a maneira como a própria cidade recebe os seus visitantes ilustres?

Uma tremenda bobagem, que deixa visível a face oculta de quem quer se aparentar superior em tudo – se eu estiver errado professor Fábio, o espaço ai embaixo está reservado para o seu comentário , se esta for sua vontade – mas que na verdade diminui o status de uma instituição de ensino superior que deveria primar pela formação acadêmica de pessoas de larga visão, capaz de enxergar amplos horizontes.

A resposta silenciosa, sem alarde, foi dada pelos vereadores de Passos, aqueles comprometidos com o poder legislativo, como quase todos o são: a casa estava cheia e a ela compareceram as lideranças políticas dos mais diversos níveis, inclusive o prefeito José Hernani, além de toda a região.

Fábio, ao tentar ridiculizar a Câmara, se este era mesmo o seu intento, errou o alvo e expôs o quanto é pequena a sua visão política, permitindo que mais gente conheça bem que está atrás da figura que insinua-se como a mais competente entre todas.

Não assinou

O presidente da Câmara Municipal Nivaldo de Souza, o Chaparral, entregou ao vice-governador Antonio Anastasia, ofício assinado por dez vereadores reivindicando a instalação em Passos do Batalhão do Corpo de Bombeiros. A assinatura que falta é a de Edmilson Amparado. A razão ou as razões para tal atitude deve ser explicada por ele na sessão da Câmara de hoje.

A lista

O prefeito José Hernani da Silveira ainda não divulgou a lista de dispensa dos cargos comissionados,que poderiam ser enquadrados como nepotismo. A nossa reportagem vai procurar a assessoria do prefeito para conhecer e depois dar ciência aos nossos leitores dos nomes dispensados.

A Volta

Depois de uma semana de intenso trabalho de bastidores, quando deixamos até mesmo de produzir textos para este blog, já que o vinculamos ao site www.correiodoslagos.com.br, estamos de volta. Como já está explicado no próprio site, tivemos a necessidade de buscar outra banda já que a que então utilizávamos não suportava mais a quantidade de acesso. A transferência acabou causando transtornos só superados já no final desta semana. Lamentamos o transtorno e pedimos desculpas aos nossos anunciantes e leitores. Mas aguardem, novidades vêm por aí!

Os vereadores

A abordagem de hoje da reunião da Câmara Municipal de Passos será mais sucinta, mas não vamos deixar de faze-la para não perder o hábito. Logo de início quero dirigir-me a dois vereadores: Primeiro ao Jefinho, que disse, não a mim, como deveria ter feito, mas a outros que colocando-se como diplomatas me alertaram, estar aborrecido com uma intervenção que fiz na audiência pública que a Câmara promoveu para discutir o Núcleo de Zoonose.

Jefinho levantou a lebre do desvio de função no órgão que tem a obrigação de fazer a prevenção da dengue na cidade e acabou por provocar a volta – ou pelo menos a tentativa de – de 15 agentes que estavam em função diferente da que originalmente exerciam. Mas o vereador disse que, embora constatado o desvio, não havia percebido descontrole no serviço de combate à dengue. Discordei, porque acho que se o órgão exige 43 para fazer o trabalho 28 não podem dar conta dele com eficiência.

Uma hora a casa cai. Foi só isso e reafirmo aqui que Jefinho é um dos vereadores mais atuantes da atual legislatura, nem por isso isento de questionamentos. Bom, se fizemos questionamentos na época da ditadura militar e, por isso levamos algumas cacetadas, não será agora, em pleno estado de direito que deixaremos de faze-lo. Mas sei que Jefinho, pelo seu elevado espírito público, irá compreender que isto é parte do jogo democrático que, com sua atuação, está ajudando construir.

Sensível

Outro que se disse irritado comigo – mas também não veio me dizer pessoalmente – foi o vereador Zetinho. Ele não gostou do comentário feito aqui a respeito de um aparte feito ao líder do prefeito, Tuco. Na nossa conta teria sido uma ironia – o que não quer dizer que a fala não fosse sincera. Nosso entendimento foi de que, em razão da forte resistência de Tuco, segundo fontes, a ida de Zetinho e comitiva à Brasília, a resposta também tivesse esta perspectiva.

Em tempos de “boas” relações com o poder executivo, qualquer interpretação que possa “piorar” esta relação não é bem aceita.

Em respeito ao trabalho que o Zetinho fez a Brasília a reportagem do site www.correiodoslagos.com.br vai procura-lo para produzir a matéria e informar direitinho aos internautas quais os benefícios o secretário da Câmara de Passos conseguiu para o município com sua ida à capital do Brasil.

Fiscalizando

O vereador Edmilson Amparado usou da tribuna para criticar a JSD. Disse que a empresa não age direito e não paga o que deve aos órgãos governamentais. Afirmou que a prefeitura está agindo para mudar a empresa. O presidente da Câmara, Nivaldo Chaparral disse que é a mesma empresa que fornece mão de obra para o legislativo e com uma afirmação tranquilia mostrou o caminho das pedras para que a prefeitura resolva o problema: “Só pago a JSD quando ela demonstra que recolheu todas as obrigações legais”.

Na mesma linha Edmilson apontou que o trabalho da Limpebraz (que faz o serviço da coleta de lixo e limpeza de ruas na cidade) não está sendo bem feito. Colocou em dúvida se quantidade de containers é a correta e por aí afora. Disse que é preciso fiscalização. Uai, mas quem fiscaliza não é prefeitura? Ou será que o discurso era só para dizer que a licitação do lixo, deixada já finalizada, será anulada e tudo vai começar do zero? É, certo está o Chaparral que, com sua falas, mostrou que as coisas são mais simples do que os discursos querem aparentar. Já está passando da hora desse pessoal descer do palanque e começar a fazer.

Outra do líder

Ainda no afã de explicar o desmonte do Remédio Em Casa, o líder do prefeito da Câmara, Tuco, andou levando mais uma na testa. Rebatendo a contestação que o remédio não pode ser entregue por agentes de saúde, como já afirmou Dentinho na Câmara. Uma objeção é que em cada posto teria que ter um farmacêutico. Na base da ironia, Tuco disse “então em cada moto deveria ter um farmaceutico?” A resposta veio de pronto. “Não estou entendo nada, vimos agora mesmo a prefeitura dizendo que vai fazer licitação” e continuando rebateu o raciocínio de Tuco afirmando que, se fosse para levar a sério a palavra do Tuco que seria necessário a contratação de um farmacêutico para acompanhar as motos de entrega, tascou: “se fosse como ele diz, todas as farmácias que fazem entrega em domicílio teriam que ter um farmacêutico acompanhando as motos”.

A lista do nepotismo de Hernani

Tem gente entendendo que o prefeito de Passos José Hernani está agindo com muita lisura ao demitir amigos e parentes de amigos -e, possivelmente, até seus parentes - que foram empossados em cargos comissionados. Há até uma lista. Antes de irmos a ela- que até pode ser diferente dessa, com mais ou menos nome – é preciso algumas considerações, digamos de caráter reflexivo: 1) Se era ilegal por que nomeou? 2) Estava o prefeito obrigado a quitar alguma dívida de natureza eleitoral? 3) Se era para ser transparente e “fazer a diferença” por que não extinguiu os cargos comissionados de assessores especiais tão criticado por ele na campanha eleitoral?

Tem gente que pensa que o povo não enxerga e não vê as manobras por trás dos atos. Não é bem assim. Para tudo tem seu tempo e hora. Agora, por exemplo, é a hora da gente exercitar nossa imaginação, e, analisando caso a caso, esperar para confirmar ou não, se a lista do nepotismo de Hernani é igual ao que o leitor vai acompanhar.

1) Attos Esper - Controlador Geral tem a esposa Ariadine nomenada como chefe de divisão de Tesouraria

2) Samir Hadad - Assessor III já demitido, primeiro amigo degolado do cargo, tem o filho Samir Hadad Junior como Diretor de Departamento de Abastecimento

3) Mauricio Vilela - Diretor do Dpto. de Estatisticas e Informações tem a esposa Deniara Aparecida como Chefe de Divisão de Transporte Público

4) Antonio Chaves Neto - assessor III tem a esposa nomeada para cargo em comissão

5) Zinete -Diretora do Depto. de Educação emplacou o marido Fernando Rattis como a Assessor I

Tem outras hipóteses que podem não estar na lista, mas bem que mereciam uma investigação do Ministério Público, através do promotor Paulo Márcio, a quem se atribui a repentina consciência pública de José Hernani, já que na última vez que foi prefeito, antes dessa, é claro, tinha o filho assentado bem próximo no Gabinete.

É o caso Myrian Picardi - Assessora III, noiva de um dos filhos de Hernani. Esta vive uma situação difícil. Se casar perde o cargo. Se terminar o namoro também corre o mesmo risco. Uma dura decisão na avaliação da relação custo/benefício.

Uma outra situação que merece investigação é de Erik Silveira, filho do prefeito, nomeado como Coordenador de Estágio (Direito) FESP, afirmam fontes fidedignas ouvidas por nós. Em troca o advogado Dácio Martins virou Procurador Geral Adjunto da Prefeitura . Seria uma troca de favores? Seria clientelismo? Seria nepotismo Cruzado? Quem se habilita a uma explicação? Quem puder, poderia aproveitar para apontar que horário o procurador adjunto cumpre na prefeitura, já que a rádio corredor diz nunca te-lo visto por lá.

Ah, tem também Cynara, nomeada assessora Juridica da FESP, por acaso, ou não seria tão por acaso assim? Esposa do líder do prefeito Hernani na Câmara, José de Freitas Campos, o Tuco. Será que o agora, meigo, vereador poderia confirmar ou desmentir isso da tribuna da Câmara na próxima segunda-feira, dia 23/03?

Dra Talita Jabace ( prima do Hernani) dizem que não cumpre horário. Será que vai ser desligada do cargo de confiança? Ou será que alguém vai explicar como é o horário de trabalho dela?

Tem ainda a Cintia Freitas, Diretora do Departamento Administativo, dizem que ela tem dois empregos no mesmo horário. Como é que faz para dar conta disso? Trabalhar em dois empregos muita gente faz, mas no mesmo horário? É verdade isso? Se for explique-nos como é possível?

Para finalizar, bom que Hernani tenha tomado providências para agir dentro da legalidade, ruim que tenha nomeado primeiro, pior ainda que queira sair-se como impoluto de uma história que ele mesmo fabricou e que ainda pode ter desdobramento.