Começo por pedir desculpas aos que perdem um pouco do tempo para acessar o nosso blog. O envolvimento na realização do Empresas 10!, que realizamos em sua sétima edição deu pouco espaço para que eu pudesse fazer as coisas com o cuidado que gosto. Quero agradecer as palavras de apoio e a demonstração prática de solidariedade que as empresas que aderiram demonstraram ao participarem. Valeu!
Mas neste meio tempo algumas coisas aconteceram no cenário político e que vamos abordar em outro momento.
Hoje, neste retorno, gostaria de refletir sobre um assunto que domina as rodas de conversas em toda cidade: a decisão do advogado Jeferson Faria em ser o interlocutor da rendição de Rider, assassino confesso de uma moça em plena luz do dia no centro da cidade. Um crime passional. Um crime horrível, que não merece perdão e que foge a nossa capacidade de entendimento, que nos levanta a ira e a vontade de praticar a justiça com as próprias mãos.
Ocorre que Jefinho não é apenas o advogado. Ele é também vereador. E já foi da ROTAM, como ex-cabo da PM. E dá para separar uma coisa da outra?
É muito difícil.
Será que o homem público tem o direito de defender um assassino cruel como demonstrou ser Rider? Será que o policial que fez parte de uma temida seção da PM agora virou defensor dos direitos humanos dos bandidos? E os direitos da vítima? Como ficam?
As dores que consomem a sociedade neste momento não se reparam. Nem as da família da moça. Nem as da família do assassino. Uma perdeu a vida ao se envolver com uma pessoa sem sensatez. O outro perdeu a vida e vai continuar vivo para pagar pelo que fez.
E o Jefinho?
Foi o único julgado até agora e condenado como se estivesse errado em se comportar dentro do limite da lei e de trabalhar para que Rider se entregasse, assumindo o compromisso de lhes dar as garantias constitucionais.
Ninguém separa o homem do que ele é no todo. Pode ser que advogado se confundiu com o político e que este, de repente , pensou ainda como militar que um dia fora.
Na verdade, é importante ressaltar a coragem de Jefinho em ter assumido a postura que assumiu, colocando em risco um mandato, para fazer valer o que é um direito: a ampla defesa constitucional.
Jefinho mostrou com esta atitude a coerência na ação de um homem público. Parlamentar tem como primeira obrigação defender a democracia e o estado de direito. Foi o que ele fez.
Policial tem a função de defender a sociedade de bandidos. E as notícias que temos é que Jefinho nunca hesitou em faze-lo, mesmo colocando a vida em risco e sem medo de atirar, quando se viu obrigado a isso.
Advogado não titubeou em cumprir o que lhe outorga o diploma: a defesa da pessoa humana, por maior que seja o pecado cometido, sabendo que isto evita a barbárie e nos coloca na condição de uma civilização e não de uma horda hunos.