terça-feira, 30 de março de 2010

BR 146, MG-050, SAMU, Tucanos e Acreditação

A Câmara Municipal de Passos teve ontem uma reunião rápida. Foi mesmo uma daquelas para assinar ponto. Estavam todos se preparando para ir a uma reunião no Passos Clube, quando seria comemorado o fato da Santa Casa de Misericórdia de Passos ser acreditada no nível 2, um patamar acima do nível 1. A acreditação é uma forma de avaliar os serviços que hospitais prestam aos usuários. No Brasil são poucos os hospitais que buscam se inserir nesse sistema. A Santa Casa de Passos é a primeira do Brasil que recebeu a acreditação de nível 1 e agora recebe o de nível 02.

A participação dos vereadores, daqueles que foram (Tia Cenira, Nivaldo Chaparral, Dentinho, Zetinho, Marquinho Salutti e Renato Andrade), era necessária, como forma de demonstrar o apreço da população pela busca de qualificação do maior hospital de Passos e região.

Mas ontem os vereadores foram surpreendidos pela informação, dada pelo prefeito José Hernani em articulação com o deputado federal Odair Cunha, de que a BR-146 fora incluída no PAC 2. Acontece que no final de semana a Câmara mobilizou prefeitos, vereadores e deputados para discutir exatamente isso.

Para Nivaldo Chaparral a inclusão das obra no PAC 2 aconteceu em razão da pressão dos legisladores e da região. No fim, é assim mesmo que acontece. Uns pressionam, outros agem e se a obra sair mesmo, quem ganha é a região. Acho que está passando da hora de nossas lideranças amadurecerem e pensar que unidas poderiam fazer muito mais por Passos e região.

Renato Andrade disse que os vereadores conseguiram, da mesma forma, acelerar o organograma da MG-050. E Dentinho anunciou que o secretário Danilo de Castro anunciou obras da MG-050 para a região de Passos.

E o SAMU vem mesmo. Há os que torcem para que ele saia antes da eleição. Outros querem ele só seja viabilizado depois, para não gerar benefício para a candidatura possível de Alexandre Maia a deputado estadual. Olha a cabecinha dos nossos políticos de novo.

O secretário de saúde em conversa com este jornalista, disse que será necessária a formação de um consórcio próprio e que vai brigar para que mais cidades adiram ao programa, Hoje já são 24, das 17 iniciais. Ele argumenta que quanto mais cidades aderirem mais baixo fica o custo para as prefeituras.

O risinho solto de políticos de oposição presente á prosa não esconde um fato, mesmo que haja divergências entre os que hoje brigam para que o SAMU seja realidade em Passos, que é o que aponta Alexandre Maia como alguém que primeiro pelejou para que o sistema fosse implantado por aqui.

Os que tentarem explorar a demora terão que ouvir que o SAMU já esteve por aqui e foi devolvido pelo ex-prefeito Ataíde Vilela, num erro político crasso, muito ligado a um velho ditado: “quem pariu Mateus que o embale”. Ataíde aceitou o jogo, mas não conseguiu sustentá-lo. Ou seja não conseguiu embalar Mateus.

Aliás Dr Cleiton está entusiasmado com a implantação do protocolo de Manchete, um método que estabelece critérios de prioridade no atendimento nas UPA’s. Ou seja todos podem bater a porta do Pronto Socorro, mas serão atendidos de imediato quem esteja precisando ser atendido de imediato. Os outros poderão esperar muito ou serem triados para equipamentos de atendimento à saúde.

É o caminho. Mas é preciso ter médicos prontos para fazer isso. E este é o nó, reconhece o secretário de saúde. Eles sempre são em número insuficiente e pelo espírito corporativista agem em todo instante na defesa de seus interesses econômicos. Há até a história da operação de varizes, inclusa nas cirurgias eletivas, para o que não se consegue cirurgião. Sabem por que? Os que ai estão querem ganhar mais que a tabela aceita pela maioria dos seus pares.

E para finalizar, já que a prosa se estende, Ataíde Vilela vai ser o presidente do PSDB em Passos, derrotando Fábio Kallas, que mesmo assim vai manter seus apaniguados na executiva. Menos mal. Apenas um reparo: Dentinho estava preparado para assumir, mas Ataíde se “prontificou” a ser o presidente, aí o vereador fez bem em guardar a viola no saco,

sábado, 27 de março de 2010

Ponte para o futuro

O governador Aécio Neves, acompanhado do vice Antonio Anastasia, esteve em Passos e São Sebastião do Paraíso. Inaugurou obras, prometeu outras e fez política em favor de Antonio Anastasia.

Primeiro aos fatos. Ao descer no Aeroporto José Figueiredo descerrou placa pela ampliação da pista de 1300 para 1500 metros. Foi para o município de São João Batista do Glória. Lá, em palanque próprio, recebeu o titulo de cidadão honorário, honraria concedida também ao vice Antonio Anastasia.

Aécio disse que a ponte da integração não ficaria nisso apenas e que estava autorizando a elaboração do projeto de pavimentação asfáltica entre São João Batista do Glória e Definópolis.

Findo a solenidade, partiu para São Sebastião do Paraiso, quando liberou recursos para o Hospital do Coração e inaugurou a Arena Olímpica, uma obra que atravessou décadas, finalizada agora quando as lideranças políticas de lá tentam emplacar Melles como vice de Anastasia.

Por aqui, as saias justas de sempre.

Dr Gleisson Martins, dentro de seu território, foi aplaudido como o pai da obra. O prefeito de Passos nomeou outros tantos, além do ex-prefeito do Glória. Nem uma menção, claro, a Ataíde Vilela, que estava no palanque.

Aécio Neves, ao discursar, disse que a obra não era algo feito por uma pessoa apenas, mas que contou com o apoio de muita gente, inclusive sem mandato, e nomeou Dr Gleisson para representá-los.

Ao longo do discurso de Aécio, o ex-assessor de comunicação do prefeito anterior de Passos, Júlio Mattar, sentindo que o nome de Ataíde não seria dito, falou, pelo menos, por três vezes, ao deputado federal Nárcio Rodrigues, se o nome do ex-prefeito não seria citado. A reação do presidente do PSDB de Minas foi a de dar de ombros, dando a entender que não cabia tal citação.

Um fato que passou despercebido e que não empanou o brilho de ver a ponte inaugurada e o povo caminhando sobre ela como se tivesse indo de encontro ao futuro. E quem viver verá que é exatamente este papel que ela vai cumprir.

Ontem foi um dia de festa para os que foram lembrados, para os que nem tanto assim, mas que também tiveram o seu papel. Todos ajudaram a abrir as portas do desenvolvimento do turismo com faceta profissional e com o caráter de empreendimento.

No aspecto políitico, além do entusiasmo de Aécio Neves, houve a pacífca manifestação dos professores, que lutam por melhores salários e estenderam faixas de protesto contra o governador. Nada mais justo e certo do que a manifestação feita, porque de verdade os trabalhadores na educação estão longe de terem o valor que merecem.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Alex Reis

Ontem, quarta-feira, 24/03, fui a festa da 47ª EXPASS. O público era pequeno, como me disseram que tem sido todos os dias até agora. Mas havia no ar algo de familiar.

Parecia que as duas mil pessoas que lá estavam se conheciam, tinham alguma intimidade.

Não demorei descobrir porque. No palco, bem arrumado, num cenário cleam, mas eficiente, subiu Alex Reis.

E cantou. Sua voz transitou nas músicas que todos os dias ouvimos por aí, cantadas por outros nomes mais famosos.

Mas ele soube cantar e agradou.

Agradou ainda mais porque dá para perceber que ele corre atrás do sonho e vai assim, aos poucos, moldando a realidade, construindo seu público.

Ontem foi um dia de Alex e ele soube cativar a todos que apareceram no Parque de Exposição Adolpho Coelho Lemos.

terça-feira, 23 de março de 2010

Dados nas mãos

A Empop, empresa que tem a nossa direção e que há 16 anos tem realizado pesquisa em Passos e na região, sempre com alto grau de acerto e precisão. A diferença final, sempre é muito pequena para o que as urnas apontam. Essa credibilidade conquistada é a melhor referência para os dados que a pesquisa divulgada pelas ondas da Rádio Globo, com exclusividade, no dia de hoje, (23/03), traça do cenário eleitoral, ainda incipiente em Passos.

A Empop realiza a pesquisa como ponto de partida para mostrar ao eleitor como andam as posições dos possíveis candidatos e para que a reflexão seja feita a partir do eleitorado e não das elites políticas, estas têm muitos problemas entre si para resolverem antes de pensar no eleitor.

Se quiserem fazer uma ilação do que falo, recordem as eleições passadas que não deveriam influenciar, mas vão. Naquela o prefeito José Hernani fez de tudo para se viabilizar, mas o contexto lhe foi desfavorável. Há quem diga que por esta razão ele não teria um grau satisfatório de afinidade com o pré candidato a deputado estadual de seu partido, Alexandre Maia.

Nada aponta para isto de concreto, mas as comadres falam.

Agora o que é preciso analisar é que Alexandre Maia sai na frente e é obrigação que seus partidários trabalhem para o sucesso de sua possível candidatura, mesmo porque há mais interesses envolvendo esta história do que a simples decisão de apoiar ou não o nome de Maia.

No caso de Tuta, a situação tem outras nuances. Ele é o ungido de Ataíde. Ou era. Ou será um ungido meia sola. A necessidade de Ataíde apoiar Nárcio Rodrigues melou a articulação com Domingos Sávio e quem conhece Tuta sabe que ele não vai deixar Sávio falando sozinho.

O problema é que a forma do grupo de Ataíde fazer política coloca em risco a viabilidade da candidatura de Tuta. Deixam antever fissuras que evoluem para fraturas expostas. O cuidado que o PR deve ter é preserva-lo, porque os aliados de hoje, se conseguem ter nomes fortes, são os competidores de amanhã.

Dentro da análise dos candidatos da terra, Cássio Soares mostra-se com uma densidade, insuficiente para dizer que está na disputa para valer, mas não deixa de ter significado se o prisma olhado for o daquele em que se vê um candidato novo, sem presença cotidiana no eleitorado.

Ele pode surpreender, principalmente se Tuta e Alexandre partirem para um confronto. Por outro lado, os dados iniciais podem abrir o caminho para que os dois ponteiros abram caminhos, articulem alianças fora de Passos. Quem for o mais competente nesse quesito e souber convencer o eleitorado que tem mais força regional, leva o voto útil do município e desencadeia um processo radial de soma de mais e mais votos.

Não é difícil para Passos e região ver acontecer algo agora impensável: dois deputados estaduais eleitos. Se as campanhas forem focadas no interesse do eleitor e não da elite partidária é uma tese próxima de ser comprovada.

terça-feira, 16 de março de 2010

Licitação é o melhor

A reunião da Câmara Municipal de Passos, na reunião de ontem, (15/03), abordou dois assuntos interessantes. O primeiro enfocou o caso de professoras que estão dando aulas como contratadas. A presidente do SEMPRE Nelza Ifigênia defendeu a efetivação daquelas que fazem parte da lista de concursados, em vagas já existentes. Segundo a avaliação que é feita por quem está envolvido no assunto, cerca de 17 vagas poderão ser preenchidas por este critério.

Mas tem bem mais e elas não tem a vaga, mas se não derem aulas muitos alunos ficariam sem aprendizagem. É uma situação atípica que precisa de solução rápida.

O outro tema abordado foi a da transferência do Frigom para uma empresa particular pelo prazo de 25 anos, prorrogáveis por mais 25, ou seja, 50 anos.

O FRIGOM, frigorífico municipal de abate de suínos e bovinos, é da prefeitura. Ocupa uma área importante e nela se montou uma infra-estrutura de frigorífico de médio porte. Não é uma atividade própria para uma prefeitura, mas sua instalação teve o papel de regular o abate, que era, na época em que foi colocado para funcionar, quase que uma rotina.

O “abacaxi”, como cheguei a ouvir ontem na Câmara, queima as mãos de muita gente, gestão vai gestão vem, e ninguém consegue se livrar dele.

Prefeitura, açougueiros e coperpassos tentaram geri-lo, mas não conseguiram. Em caráter excepcional uma empresa assumiu e agora, através de um projeto de lei, a prefeitura quer passar o “abacaxi” para ela.

O que gira em torno dessa iniciativa em termos de falação – e não debate – nem dá para relatar, apenas por um detalhe: a lei não prevê a licitação. E sem ela, o sentimento é de que a legislação a respeito está sendo burlada.

Pode não ser, mas cheira assim, E na política a versão as vezes ganha mais importância de que o fato como ele é.

Ainda é tempo e, sem alarde, as coisas podem mudar, seja por iniciativa de um vereador, seja por decisão da prefeitura, mas algo é inquestionável, a concessão de um bem público necessita de licitação para que a transparência, regra essencial, seja obedecida.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Saúde!

A semana acaba com a cidade envolvida numa epidemia da dengue. Mas disso nem é preciso falar mais. Alguns leitores do nosso blog, entre eles o meu amigo Conrado, acredita que eu esteja de marcação com o secretário da saúde, o médico Cleiton Pioto. Ele avalia que se o secretario é ruim é porque a escolha foi ruim, definindo que a culpa é do prefeito Hernani. No seu comentário insinua que falta, da minha parte, critica ao prefeito.

Com todo respeito à opinião do Conrado e outros, a questão é outra. O prefeito Hernani sofre as conseqüências, para o bem e para o mal, da ação de qualquer de seus secretários. Ele sabe disso.

Mas o caso é de implementação de uma política de saúde pública. O caso é que temos em Passos um secretário de saúde que tende ao burocratismo, vai à secretaria para assinar papéis e ver relatórios elaborados pela assessoria no cumprimento que o SUS exige.

Não propõe e nem pensa soluções para as questões locais da saúde. Não cumpre o seu papel como gestor político. A saúde vai mal e vai mal porque o secretário é assim.
Sinceramente, o prefeito Hernani tem um encontro com seu eleitorado e se verá como agirá o eleitorado.

As pessoas, pobres mortais comuns, continuam batendo nas filas, na falta de médicos, sendo picadas por mosquitos e isto é da competência de um secretário. Será que mudando o secretário as coisas podem mudar? Não se sabe. O que é fato é que o atual não se mostra competente para gerir o sistema.

Enquanto a situação continuar assim, vamos continuar defendendo a sua saída, se mudar para melhor, saberemos reconhecer. O exercício da liberdade de expressão tem o objetivo de fazer a crítica cidadã e nunca com o propósito de fazer política partidária. Isto fica para as viúvas de todos os lados, com o direito sagrado que têm de fazer o seu choro.

terça-feira, 9 de março de 2010

Inútil

O Secretário de Saúde de Passos, o médico Cleiton Piotto, esteve na reunião da Câmara. Foi até o plenarinho. Lá se instalou a comédia. Questionamentos leves...vídeos que demonstraram o desleixo com as ações de combate ao mosquito. E uma atitude do presidente da casa, Nivaldo de Souza, em confronto aberto com Tuco.


O secretário de saúde gaguejou, disse o que todo mundo está vendo. Falta médico, falta dinheiro, falta ação, falta política pública. Mas ele jura que tudo está bem.


Uma pena...a dengue continua aí.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Parece sério

O governador Aécio Neves, quando ontem inaugurava a cidade administrativa em BH, disse que não pretende mesmo ser vice e que o tempo de ser candidato a presidente passou. Pareceu sério e quanto mais sério parece mais deixa entrever que pode ser tanto uma coisa como outra.

O buxixo em Passos, entre pré-candidatos correu por conta de pesquisas que teriam sido realizadas. É meio como cabeça de bacalhau. Todo sabe que existe, mas ninguém viu.

Os “resultados” agradaram a uns e incomodaram a outros. Não é para tanto, se caso se confirme mesmo a existência de tais dados. Pesquisas são retratos instantâneos de momentos e como tal devem ser entendidas.

Ninguém ganha eleição ou perde por causa de pesquisas, mas que são instrumentos guias elas são. É preciso saber le-las.

Enquanto isso a dengue continua assustando. Mas nem tanto quanto deveria. Apesar do aparato de guerra que a prefeitura montou notificando instituições, empresários e moradores, as vistorias mostram que a preocupação é mínima com as notificações recebidas.

Seria bom que atenção maior fosse dada. Afinal a dengue só pode ser combatida de modo eficaz se houver cooperação de todos. Então, deve chegar, e isto já na semana que vem, a hora da ação da promotoria e ai poderá haver choro e ranger dentes, mas, nesse caso, é importante que se faça, mesmo que custe R$30 mil para os infratores que não entenderam que era melhor cooperar para o próprio bem estar deles.

quarta-feira, 3 de março de 2010

E agora José?

Olha José era bom quando você levantava bandeiras.


Lembro muito bem, porque nem tanto tempo faz assim, de ver você encabeçando a proposta de amor pela cidade.É mesmo muito bom amar Passos....a gente se acostuma e, sinceramente, é um lugar que merece todo amor que podemos lhe dar.


Confesso que achei bonito, mas pela natureza de minha profissão e porque não sou poeta, embora Carlos, desconfiei e fui investigar.


Olha José, assustei quando vi que uma lei de origem popular, que pretendia regulamentar o tema nepotismo (que ironia!) tinha a assinatura até de defuntos. Por isso deixei de crer na sua honradez de homem público, porque já se sentia o odor do oportunismo e da falta de compustura.

Ora direis (tento a veia poética, pode ser que cole), o mundo político é assim mesmo. Os governantes têm que fazer alianças, senão não governam. É verdade, e nesse sentido, os articuladores do atual executivo têm lá suas razões, afinal o governo anterior fez algo semelhante.

Mudar este modo de pensar, só mesmo com a prática da democracia por anos a fio e todos sabemos que paises centenários nesse mister ainda cometem suas gafes.

Mas falo a você José.


Muita gente creu no que dizia defender e se decepcionou em vê-lo assumindo uma função que muitos desconfiam que não tem preparo para assumir. Para isto pelo menos terá tempo de mostrar o contrário.

José vale a pena a mudança de rumo?


Esse cargo lhe serve para que? Para o PSB ser situação. Mas para isto não era preciso tal atitude, quem acompanha as sessões da câmara via sempre o partido afinado com a situação e ninguém pressentia erro nisso. Ainda mais que quase sempre o voto dado era em favor de projetos em favor da cidade.


E agora José?


A palavra não tem valor José?


Os princípios existem para ser enterrados?


José por que dizia que amava Passos, quando na verdade demonstra apego por aquilo que condenava nos outros?


E agora? O que quis ensinar com seu gesto ao aceitar o cargo ofertado?


Que tudo é mesquinho quando a alma é pequena?


E agora José Geraldo? Você ainda tem coragem de olhar na cara dos que confiaram na sua palavra?


É José

“.. tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

terça-feira, 2 de março de 2010

Sinal de alerta

Na reunião da Câmara Municipal de ontem (01/03), além do normal embate em torno da saúde, ainda mais quando se observa que a dengue é mesmo uma epidemia na cidade, outro assunto abordado foi o da segurança pública.

O vereador Jeferson Faria, o Jefinho, tomando como base de argumento o recente assassinato de um jovem de 16 anos, encontrado num bueiro, pediu apoio mais eficaz da administração municipal ao setor.

Tuco saiu em defesa da administração municipal. Lembrou que a polícia militar hoje é bem equipada e destacou que a civil conta, falando apenas de pessoal, com quinze funcionários cedidos pela administração municipal. E que policia militar também recebe ajuda da prefeitura. Ainda se falou da criação de uma nova Cia de Polícia Militar que será instalada no bairro da Penha.

Jefinho retrucou: a prefeitura precisa destinar mais recursos para a segurança pública, como forma de garantir bem estar e qualidade de vida aos moradores dos bairros da cidade e citou as emendas propostas com este objetivo.

De qualquer forma quando o galo canta na Câmara Municipal, na expressão de qualquer vereador, é bom ficar alerta porque isto é sinal de que as coisas estão fugindo de controle.

Foi assim com a dengue. Edmilson Amparado, que é vereador da base de sustentação de Hernani, pediu até que a Câmara Municipal fizesse uma audiência pública em torno do assunto. Isto não faz mais que 20 dias. De lá para cá a epidemia explodiu em Passos e tudo tem sido tratado como se fosse uma rotina. Não é.

Atento para esta situação está Rogério Queiroz, que dirige o CEREST, que trabalha problemas relacionados à saúde do trabalhador. Ele, que também dirigiu a Vigilância Sanitária, resolveu articular o combate à dengue dentro de um esquema de “guerra” e de ações que visam mobilizar a comunidade para a sua responsabilidade no combate a proliferação do mosquito vetor.

Rogério lembra que a zoonose elimina focos encontrados, mas volta só depois de 40 dias, tempo suficiente para a realimentação dos criadouros. O especialista lembra que há instrumentos legais que obriga a “comunidade” a desfazer dos focos e cuidar do ambiente para que não sejam criadas situações adequadas para que o mosquito venha se procriar. É disso que uma equipe criada por ela vai cuidar.

Divididos em grupo, os 20 trabalhadores do CEREST e da Vigilância Sanitária (14, sendo quatro estagiários), vão trabalhar os locais de risco (comercio, casas) com uma planilha que estabelece os cuidados e os prazos para a realização das tarefas que evitem a dengue. Outro grupo da equipe faz a avaliação e vê o cumprimento da determinação feita pelo grupo anterior.

Caso as determinações não sejam cumpridas, aplica-se a lei, incluindo comunicado ao promotor Éder Capute. As penalidades previstas prevêem multas de até R#30 mil reais.

A decisão do grupo do CEREST e Vigilância Sanitária nasce dentro do espírito do velho Osvaldo Cruz, de mobilização social e de imposição do que deve ser feito, nesse caso, para defender a saúde pública. Educa-se pela dor (do bolso, ainda melhor que a da dengue), se for necessário, embora bastasse aos pais de ter a consciência que os filhos têm hoje, adquirida nas escolas.

O curioso é que a iniciativa é do grupo, sem qualquer participação do secretário de saúde, Cleiton Piotto, por exemplo. Isto aí é apenas para mostrar que em Passos não há política de saúde pública, e não haverá enquanto permanecer no comando alguém que pensa que gerenciar a saúde de um município do porte da cidade que vivemos, é a mesma coisa que gerenciar uma empresa particular focada nos resultados sociais da mesma. Não é. Saúde pública exige presença para efetivar ações, muito mais do que olhar dados, conferir tabelas e observar resultados estatísticcos, antes é preciso saber interpretá-los com foco na realidade e mudá-la para melhor. Já deu para perceber que esta não é a praia do Dr Cleiton Piotto. Os dados estão ai nas casas dos passenses, representado pelo epidemia da dengue, incontestáveis.