A boa notícia que merece ser comemorada é a que informa que Renato Andrade é Subsecretário de Políticas Urbanas. Não é muito importante saber que papel lhe caberá no exercício da função, mas sim a certeza de que Passos e região aumentam seu cacife político e passam a ter mais poder de fogo para trazer os benefícios que a região precisa. Agora ter-se-á a oportunidade de ver o ex-candidato a deputado federal empunhando suas bandeiras mais caras, como o término da BR-146 e a aceleração das obras da MG-050, principalmente no esquecido trecho que percorre o município de Passos.
Em outra ponta, o deputado estadual Cássio Soares forma em Belo Horizonte a Frente Parlamentar pela Estadualização da FESP, uma iniciativa importante e que acontece por dentro do governo do Estado já que ele é da base de sustentação do governador Antonio Anastasia. Em Passos, a Câmara Municipal, através da presidência, se prepara para artiucular um movimento em apoio a estadualização, que extrapolaria as fronteiras do município.
Mas há polêmicas também. O vereador Dentinho preparou um projeto de lei que prevê que os shows realizados em Passos não podem ultrapassar das duas da manhã. A idéia é conter a juventude no seu horário de permanecer na rua e também interferir na venda de bebidas alcoólicas, enquanto o show não vem.
Um dos mais respeitados promoters de shows em Passos, o Japão, se insurge contra a idéia. Ele diz que a cidade perde com essa exigência. Para ele o que acontece é que os shows começam mais tarde hoje porque a cultura mudou. Antes os jovens saiam as sete da noite para chegar em casa à meia-noite. Hoje saem a meia-noite para chegar às 5 da manhã. É por isso que há um aparente atraso. Os hábitos são outros.
Por outro lado, a máquina que movimenta o espetáculo pára. Não se teria mais as moças trabalhando, a produção de peças publicitárias, as montagens dos palcos, sons, uma movimentação de geração de renda que a cidade perderia, avalia Japão.
A lei proposta por Dentinho é cheia de boa intenção, mas pode não gerar o resultado esperado. O problema maior é que o único espaço para show de porte em Passos fica no centro da cidade. Enquanto for assim, o barulho, uma hora a mais ou uma hora a menos, vai continuar. Já o costume só tempo muda, como nós mesmos de outra geração podemos constatar.
Ontem, sexta-feira (25/02), constatei exatamente isso. Freguês assíduo e amigo do Luiz Junior, bem como de toda a família, vivi com eles a tensão pós assalto a mão armada que aconteceu no Bar do Mutchur, aqui em Passos. Foi-se o tempo em que o Bar podia ficar aberto sem cisma até altas horas da madrugada. Tradicional ponto de vendas de ingresso para espetáculos em Passos, o local ficou visado e de-repente viu-se na mira de marginais.
O sufoco passado por Luizinho, que teve a arma apontada para a cabeça, esta virando rotina na cidade. É o posto de gasolina que é assaltado, são os malotes de empresas capturados no trânsito, são os supermercados. Os bandidos sabem. Têm estratégia. Conhecem o horário mais adequado para agir. E a polícia?
Não se tem conhecimento de políticas públicas para a prevenção, porque depois que o leite foi derramado recuperá-lo é díficil. De que adianta tantas viaturas? De que adianta as motos guardadas? Por que não se estabele rondas, mapeia-se pontos visados, quer pelo movimento cotidiano ou por eventos excepcionais? Onde estão as câmeras de vigilãncias em pontos estratégicos da cidade, em área de grande movimento?
Creio que isto pode acontecer. Hoje a cidade tem força politica para isso. Não dá para se conformar com a idéia que os tempos de hoje estão violentos. Governos existem para proteger o cidadão e promover a cidadania. Em uma ponta tem que agir contra os marginais e na outra atuar pra que as pessoas não precisem roubar e nem matar. E nem que sejam roubadas.
O amigo Luiz teve a companhia dos amigos, a solidariedade deles, mas o que defendemos aqui são políticas públicas que afaste a violência e não nos faça esquecer que moramos numa tranqula cidade do interior. Vivemos aqui porque optamos por ter esta tranquilidade.
Para finalizar, não podia deixar de expor as coisas lá pelo lado do CISMIP, Consórcio Intermunicipal de Saúde da Microrregião de Passos, como havia prometido no texto anterior.
Prestem atenção. O prefeito que preside o CISMIP é o Edinho do Oswaldo, de Alpinopolis. Ele andou batendo boca com o prefeito de Passos, Dr José Hernani, e começaram a levantar lebres passadas, mas esqueceram o próprio rabo de fora.
Alpinopolis deve ao CISMIP, documentalmente, parcelas de setembro de 2010 a janeiro de 2011, no valor de R$1.259,68 cada, total de R$9.902,98. Carmo do Rio Claro deve a Taxa de Manutenção de dezembro de 2010 e janeiro de 2011, no valor de R$2.527,64 cada. Total R$5.055,28. Passos deve serviços prestados mais taxa de manutenção de dezembro de 2010 (R$53.580.59) e e os mesmos item em janeiro de 2011 (R$34.941,69). Na ponta do lápis o CISMIP tem para receber dessas prefeituras R$R$103.480,64.
Entenderam? Batem boca para esconder o fato de que juntos parecem ter um objetivo comum: desmonstar o CISMIP. O Consórcio criado pelas prefeitutas com o propósito de contratar serviços médicos e exames especializados, funcionar como regulador de preços, é uma pedra no sapato de grandes instituições que conseguem ter em postos chaves pessoas que trabalham em favor de seus interesses, como secretários de saúde e até prefeitos, que, no lugar de preocuparem-se em oferecer acesso a serviços dignos ao povo de suas cidades preferem privilegiar o compadrio e o clientelismo político. É o que se percebe ao ver concretamente o que estão fazendo com o CISMIP.
O prefeito José Hernani, que tem uma trajetória polítca honrada, não podia chafurdar-se nesse jogo mesquinho de baixo interesse, precisa vir a público, fazer não só o pagamento da dívida, mas puxar o CISMIP para cima e fazer dele um referencial de prestação de serviço para as comunidades das nove cidades que hoje compõem o órgão.
Esses prefeitos não podem de jeito nenhum continuar tratando suas comunidades com desprezo, como acontece também com a segurança pública onde o aparato existente parece ser eficiente para lavrar BO’s, fiscalizar a altura do som dos shows que rola pela cidade, mas será que não possui um serviço de inteligência capaz de identificar um assaltante que ousa invadir um estabelecimento e sair dali com a plena convicção que não será pego?
Se as coisas continuarem assim só Deus tendo piedade de nós.