terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Preparando o cenário

Dois anos de ação política parece que estão sendo suficientes para criar o cenário em que ocorrerá o pleito do próximo ano. Pesquisa feita pela Empop, que serviu de base para alavancar candidaturas a deputado – a quem quis seguir o que foi prospectado – trazia a leitura que o eleitor fazia das suas intenções para a eleição de 2010. Era o uniforme - a vestimenta - proposto para que os candidatos pudessem se apresentar ao público alvo.

Dois candidatos tiveram o privilégio de ler e avaliar esta pesquisa. Lá estava registrado o pouco caso que o eleitor tem com os partidos políticos- o PMDB é o partido em Passos que ainda tem algum peso. Lá também está o que o eleitor esperava de candidatos a deputado, em qualquer esfera, estadual ou federal. Honestidade, dinamismo e capacidade de trabalhar, este é o resumo,

Da administração municipal aguardava ações efetivas na área de saúde e a comparação entre Hernani e Ataíde, destacava em Hernani a honestidade, seu granda aval como homem público e em Ataíde, o dinamismo.

No que diz respeito às candidaturas a deputado Renato Andrade – o único que teve a pesquisa em mãos – vestiu o figurino e Cássio Soares, também. Nos outros casos, Alexandre Maia – com quem trabalhei – procurou se colocar no perfil, mas não foi feliz na tentativa e Tuta, ao fazer uma campanha municipalizada com foco na precariedade que a populaççao entende estar a saúde, foi bem, mas não o suficiente para sair eleito.

São as nuances que sinalizam para onde vai o pleito municipal.

O recado é este: o eleitor quer alguém honesto, dinâmico, trabalhador e preocupado com a saúde. No que diz respeito ao emprego, a cidade tem a média de desemprego maior que a do Brasil (em torno de 10%), mas não é avassaladora como já o foi por aqui a uma década atrás.

A situação tem Hernani e outros nomes que podem se colocar no pleito. Mas se não melhorar a sua capacidade de operação política está entregando a palha com a rapadura antes da hora. Nem é preciso dizer da área da saúde, que não melhora e quando se implanta algo que pode ajudar nesse rumo, a falta de infraestrutura pode pôr a perder a iniciativa, caso da implantação do protocolo de Manchete, que tem o digno propósito de dar atendimento prioritário para quem realmente precisa dele.

Fora isso Henani não demonstra nenhuma disposição de ocupar a posição que lhe cabe neste microcosmo do cenário macro: ser o prefeito secretário de saúde. Some-se isto uma CPI que apontou possíveis irregularidades feitas pela diretora de saúde Tânia Garcia na falsificação de assinaturas em recibos destinado a pagamentos de pessoal que particpava de campanha de combates a dengue, campanhas ditas como realizadas e que não ocorreram, envolvendo, além de Tânia outros servidores de confiança que deveriam pela envergadura do cargo agir para proteger o erário público e não o fizeram. Mas ainda é tempo. Diante da apuração da CPI- até para desmentí-la - é necessário que se instale o competente processo administrativo e, por consequência, uma sindicância apure os fatos. E aí, como disse o próprio Heranni “doa em que doer”, tome-se as medidas necessárrias. Em jogo, nada menos nada mais, que o patrimônio que o eleitorado aponta como sendo o maior que o atual prefeito tem a seu favor: a honestidade.

Do outro lado, flutuando em céu de brigadeiro, está Ataíde Vilela, que vem colhendo o fruto de uma administração que não consegue comunicar com eficiência seus feitos e que não atua de forma a reverter um quadro tido como precário na saúde. Além do que os processos propostos contra o ex-prefeito, que buscavam manchar sua reputação, começam a ruir, incluindo um em que o promotor Paulo Márcio é obrigado a pagar a ele indenização e outro em que a Folha da Manhã se vê na mesma enrascada. Estão vestindo em Ataíde, seus mais ferrenhos adversários, a roupa de honesto (que lhe faltou no pleito passado) e colocam por cima o manto do perseguido, a vítima que sabia trabalhar em prol da coletividade e que, na sua época, fazia da cidade um canteiro de obras.

Mas este cenário é parcial. Ainda deve completá-lo Renato Andrade, que pode mesmo ser vice numa chapa com Taquinho, embora o canto da sereia sinalize que ele pode ser o cabeça de chapa, mas quem o conhece sabe que Renato Andrade não é de romper palavra dada e se assumir a cadeira de deputado federal, como parece que a sorte esta lhe sorrindo, ai fica consolidada a proposta de candidatura de Taquinho a prefeito. O vice pode ser Nelson Maia e que ninguém se assuste com isso, porque é uma possibilidade real, o que pode arrastar para a candidatura de José Eustáquio do Nascimento o apoio de Cássio Soares.

Isto seria um revés para a candidatura de Fánio Kallas, outro que se especula que pretende ser candidato a prefeito. A maior bandeira dele deve ser a estadualzação da FESP, algo com que, pelos sinais de fumaça que temos, nunca foi algo seriamente almejado por ele, mas, claro, se for útil para uma candidatura a prefeito será abraçada com satisfação.

Taquinho é o nome, entre os que se colocam agora no páreo, com mais possibilidades de se encaixar no perfil que o eleitorado deseja: honesto, dinâmico e trabalhador. Seu nome tem repercussão popular, já que foi dirigente do Esportivo em uma época de glórias. Para Fábio falta este apelo. É eletista, tem índole autoritária e viés pouco popular.

2011 será o ano da montagem efetiva do cenário para 2012. Agora, ao finalizar 2010, apenas se prepara a montagem deste cenário, mas já dá para antever quão aguerrida será a disputa para a prefeitura no ano de 2012.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A vitória do reconhecimento

A Chapa 1 venceu a Chapa 2 no Sinrural. Isto quer dizer que a situação venceu a oposição e deu a Leonardo Medeiros mais um mandato à frente da entidade classista dos ruralistas de Passos. As duas chapas tinham programas parecidos, mas prevaleceu, numa votação que chegou a mais de 900 votos, o ponto de vista que mudanças não são necessárias na forma de conduzir o sindicato patronal. A vitória foi expressiva por 600 contra 300 votos.

A argumentação central da Chapa 2 – Tão Porto à frente – era o questionamento à Leonardo também presidente da Casmil, o qie impossiblitaria uma ação independente deste em relação a defesa de interesses da classe, já que um – o sindicato – tem que cumprir este papel – e a outra – a cooperativa – é um órgão de relação com o mercado e produtores.

Era uma boa linha de raciocínio, mas que não foi capaz de sensiblizar a maioria que preferiu manter as coisas como estão.

Certo está Taquinho, que teve papel importante na definição dos apoios a Chapa 1. Agora é hora de unir a classe, apagar o discurso de confronto e pensar em quem as duas entdades servem: o produtor rural.

De priviléhgios e direitos.

A Câmara Municipal, na última segunda-feira, esteve lotada por diretores da prefeituta municipal. São cargos de confiança que lutam por um reajuste de 46%. Para isso é necessário que os vereadores aprovem o reajuste de IPTU que, em alguns casos corregeria o valor venal de alguns imóveis em 300%, o que implicaria num aumento significativo a ser pago por quem fosse enquadrado na nova sistemática.

Os diretores querem, dessa forma, se diferenciar de forma profunda dos outros servidores que tiveram 5% de reajuste, A presicente do SEMPRE, Nelza Ifigênia, estrilou. “Temos uma defasagem acumulada de 93% e o executivo pretende dar aumento de 46% para diretores”, afirmou explicando porque não condorda com a idéia.

Há quem acredite que os vereadores atenderão ao executivo, mesmo a oposição sendo maioria,

Erra, nessa iniciativa, primeiro o executivo. Soa como esperteza atrelar o aumanento dos diretores a mudanças no cálculo do IPTU. Corre o risco de desagradar os eleitores, que não gostam de impostos, muito menos de ve-los aumentados. Mas erra também o legislativo ao tratar da questão com lentidão, esticando a corda, para negociar algo aqui ou ali. Os vereadores que entrarem nessa cantilena vão acumulando desgastes que depois não consiguirão se livrar.

É o que vem acontecendo com os repasses aos agentes de saúde colocados debaixo do balaio. Os recursos que pagam o salário deles vêm do governo federal. Era ´so sacramentar isso. Mas estão preferindo discutir o sexo dos anjos. De novo, executivo, por falta de uma articulação política e legislativo, pelo principio da negociação individual, erram e serão penalizados pela opinião pública. É esperar para ver.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Veio para ficar

Na segunda-feira, dia 6 passado, a Empop – Pesquisa de Opinião e Publicidade realizou a oitava edição do Empresas 10!. A idéia de realizar uma pesquisa que destacasse as empresas da cidade foi colocada em prática em 2003 pela primeira vez. Naquela ocasião, o jornalista Carlos Parreira e Clébio Hipólito, o Cléber da Folha, se uniram ao projeto. A intenção era premiar, com base na pesquisa da Empop, quem de fato estivesse em primeiro lugar.

Em pelo menos mais duas edições, se não me falha a memória, contei com a participação excelente de Cleber da Folha, um amigo até os dias de hoje. Já Parreira não participou da segunda edição em diante.

O diretor da Folha da Manhã objetivava barrar o que até hoje, a julgar pelo que publica no seu diário, considera errado que outras empresas fazem, ao “venderem certificados”. Até aí há uma coincidência de pensamento. É assim que penso também. Por isso até hoje quem é escolhido pela população como o Primeiro na Memória do Consumidor recebe o certificado do ano em sua mesa participando ou não da solenidade de entrega que acontece todos os anos,em jantar dançante, com coquetel e o certificado na moldura.

Todos os anos, de uns tempos para cá, quando me proponho a realizar o evento me sinto como se tentassem jogar no balaio dos “picaretas”, “vendedores de diplomas” e outros quetais. Um colunista, talvez frustrado pelo seu fraco desempenho eleitoral, pífio mesmo, completa as notas dos informes, tentando desqualificar um trabalho feito com seriedade e respeito aos que são mencionados na pesquisa estejam em primeiro lugar ou não.

Este ano, a ação veio de outro pólo. Resolveram realizar uma pesquisa aos moldes da que fazemos. Fizeram no primeiro semestre do ano – ao contrário da que a Empop fez, que foi agora na 2ª quinzena de outubro – e tinha a intenção – pelo que se ouviu – entregar o prêmio em janeiro de 2011. Repentinamente mudaram de idéia e marcaram a data do evento deles (Folha da Manhã, FESP e ACIP) para o mesmo dia do Empresas 10! Dia 06 de dezembro deste ano.

Algumas pessoas estranharam a coincidência.

Eu não estranhei nada, já que acho que é direito das pessoas tentarem ganhar a vida da forma que acharem melhor, desde que honestamente.

Mas algumas perguntas precisam ser feitas. Mesmo que ninguém lhe dê as respostas.

Qual a razão de uma instituição de ensino superior trabalhar uma pesquisa do tipo dessa? Estágio dos alunos do curso de administração? Será que a FESP foi uma das parceiras no pagamento do coquetel oferecido aos empresários que foram lá receber o prêmio? Em que este coquetel tem de serventia para os alunos da instituição? Se a pesquisa pode ter uma justificativa acadêmica, que valia cientifíca tem um coquetel que, se contou mesmo com a participação fincanceira da FESP, para os alunos, a não ser o de aumentar o custo dos cursos?

Perguntas não muito diferentes podem ser feitas a ACIP- Associação Comercial e Industrial de Passos. Se a ACIP for outra parceira que bancou o evento, que beneficio isto traz a seus associados? Não teria a ACIP de procurar estimular o comércio e a indústria, propondo formas de crescimento da atividade no lugar de entrar numa área onde empresas poderiam estar atuando gerando emprego e renda? Não é este o caso das empresas que promovem este tipo de atividade? No caso do Empresas 10! só no dia do evento cerca de 25 pessoas estiveram envolvidas na sua realização. A ACIP, através de seu presidente, Carlos Renato Lima Reis, o Renatinho, não estaria indo na contra mão da função estatutária de fomentar a atividade comercial e industrial na cidade?

No que diz respeito a FESP, já é de velho conhecido de todos como ela é dirigida pelo seu presidente Fábio Kallas. Há quem aprove. Mas há os que não condordam com o método, no mínimo anti-democrático, entre os quais me incluo.

Bem na fita, ao que parece, saiu-se a Folha da Manhã, que tem sido prestigiada por publicidades que vão da meia a página inteira com mensagens publicitária da FESP. Pode ser coincidência, mas que soa esquisito isto soa.

Por outro lado, torço para que o evento deles continue a ser realizado todos os anos, porque o Empresas 10!, enquanto força eu tiver vai acontecer e quero aproveitar para agradecer os 70 empresários e personalidades que aderiram ao evento. Foi por eles que a festa foi feita e foi graças a eles que ela saiu magnífica e intensa de alegria!!!

Obrigado!