Dois anos de ação política parece que estão sendo suficientes para criar o cenário em que ocorrerá o pleito do próximo ano. Pesquisa feita pela Empop, que serviu de base para alavancar candidaturas a deputado – a quem quis seguir o que foi prospectado – trazia a leitura que o eleitor fazia das suas intenções para a eleição de 2010. Era o uniforme - a vestimenta - proposto para que os candidatos pudessem se apresentar ao público alvo.
Dois candidatos tiveram o privilégio de ler e avaliar esta pesquisa. Lá estava registrado o pouco caso que o eleitor tem com os partidos políticos- o PMDB é o partido em Passos que ainda tem algum peso. Lá também está o que o eleitor esperava de candidatos a deputado, em qualquer esfera, estadual ou federal. Honestidade, dinamismo e capacidade de trabalhar, este é o resumo,
Da administração municipal aguardava ações efetivas na área de saúde e a comparação entre Hernani e Ataíde, destacava em Hernani a honestidade, seu granda aval como homem público e em Ataíde, o dinamismo.
No que diz respeito às candidaturas a deputado Renato Andrade – o único que teve a pesquisa em mãos – vestiu o figurino e Cássio Soares, também. Nos outros casos, Alexandre Maia – com quem trabalhei – procurou se colocar no perfil, mas não foi feliz na tentativa e Tuta, ao fazer uma campanha municipalizada com foco na precariedade que a populaççao entende estar a saúde, foi bem, mas não o suficiente para sair eleito.
São as nuances que sinalizam para onde vai o pleito municipal.
O recado é este: o eleitor quer alguém honesto, dinâmico, trabalhador e preocupado com a saúde. No que diz respeito ao emprego, a cidade tem a média de desemprego maior que a do Brasil (em torno de 10%), mas não é avassaladora como já o foi por aqui a uma década atrás.
A situação tem Hernani e outros nomes que podem se colocar no pleito. Mas se não melhorar a sua capacidade de operação política está entregando a palha com a rapadura antes da hora. Nem é preciso dizer da área da saúde, que não melhora e quando se implanta algo que pode ajudar nesse rumo, a falta de infraestrutura pode pôr a perder a iniciativa, caso da implantação do protocolo de Manchete, que tem o digno propósito de dar atendimento prioritário para quem realmente precisa dele.
Fora isso Henani não demonstra nenhuma disposição de ocupar a posição que lhe cabe neste microcosmo do cenário macro: ser o prefeito secretário de saúde. Some-se isto uma CPI que apontou possíveis irregularidades feitas pela diretora de saúde Tânia Garcia na falsificação de assinaturas em recibos destinado a pagamentos de pessoal que particpava de campanha de combates a dengue, campanhas ditas como realizadas e que não ocorreram, envolvendo, além de Tânia outros servidores de confiança que deveriam pela envergadura do cargo agir para proteger o erário público e não o fizeram. Mas ainda é tempo. Diante da apuração da CPI- até para desmentí-la - é necessário que se instale o competente processo administrativo e, por consequência, uma sindicância apure os fatos. E aí, como disse o próprio Heranni “doa em que doer”, tome-se as medidas necessárrias. Em jogo, nada menos nada mais, que o patrimônio que o eleitorado aponta como sendo o maior que o atual prefeito tem a seu favor: a honestidade.
Do outro lado, flutuando em céu de brigadeiro, está Ataíde Vilela, que vem colhendo o fruto de uma administração que não consegue comunicar com eficiência seus feitos e que não atua de forma a reverter um quadro tido como precário na saúde. Além do que os processos propostos contra o ex-prefeito, que buscavam manchar sua reputação, começam a ruir, incluindo um em que o promotor Paulo Márcio é obrigado a pagar a ele indenização e outro em que a Folha da Manhã se vê na mesma enrascada. Estão vestindo em Ataíde, seus mais ferrenhos adversários, a roupa de honesto (que lhe faltou no pleito passado) e colocam por cima o manto do perseguido, a vítima que sabia trabalhar em prol da coletividade e que, na sua época, fazia da cidade um canteiro de obras.
Mas este cenário é parcial. Ainda deve completá-lo Renato Andrade, que pode mesmo ser vice numa chapa com Taquinho, embora o canto da sereia sinalize que ele pode ser o cabeça de chapa, mas quem o conhece sabe que Renato Andrade não é de romper palavra dada e se assumir a cadeira de deputado federal, como parece que a sorte esta lhe sorrindo, ai fica consolidada a proposta de candidatura de Taquinho a prefeito. O vice pode ser Nelson Maia e que ninguém se assuste com isso, porque é uma possibilidade real, o que pode arrastar para a candidatura de José Eustáquio do Nascimento o apoio de Cássio Soares.
Isto seria um revés para a candidatura de Fánio Kallas, outro que se especula que pretende ser candidato a prefeito. A maior bandeira dele deve ser a estadualzação da FESP, algo com que, pelos sinais de fumaça que temos, nunca foi algo seriamente almejado por ele, mas, claro, se for útil para uma candidatura a prefeito será abraçada com satisfação.
Taquinho é o nome, entre os que se colocam agora no páreo, com mais possibilidades de se encaixar no perfil que o eleitorado deseja: honesto, dinâmico e trabalhador. Seu nome tem repercussão popular, já que foi dirigente do Esportivo em uma época de glórias. Para Fábio falta este apelo. É eletista, tem índole autoritária e viés pouco popular.
2011 será o ano da montagem efetiva do cenário para 2012. Agora, ao finalizar 2010, apenas se prepara a montagem deste cenário, mas já dá para antever quão aguerrida será a disputa para a prefeitura no ano de 2012.