“Não vemos fila no ambulatório odontológico”. Esta foi a resposta principal que o secretário de saúde deu aos repórteres que acompanhavam sua explanação perante a Comissão Municipal de Saúde, na última terça-feira, quando indagado sobre o material odontológico para a constituição do CEO – Centro de Especialidade Odontológicas, amparado com recursos do SUS, que foi entregue ao município no fim do ano passado.
De certo falou sem pensar. O material que está encostado em algum depósito da prefeitura há mais de seis meses, e que urge ser mostrado para a população, tem um propósito bem mais avançado do que simplesmente ser um consultório odontológico.
A proposta do Ministério da Saúde é que tais centros especializados realizem, no mínimo, diagnóstico bucal, com ênfase na identificação do câncer na boca; periodontia; cirurgia oral menor dos tecidos moles e duros; endodontia (tratamento de canal) e atendimento a portadores de necessidades especiais. Tem, portanto, o caráter de dar qualidade ao tratamento dentário e não apenas o papel curativo e de eliminação da dor, via extração do dente, como usualmente se faz no serviço público.
Dr Cleiton não deve saber disso para dar a resposta que deu. Ou se sabe concorda com a prática. Ele está correto em determinar como prioridade o funcionamento do novo Pronto Socorro e a realização de cirurgia eletivas. Mas está totalmente errado ao não dar atenção ao CEO.
Neste caso, não se trata de dinheiro a ser gasto, mas de implantar o que a cidade já tem à sua disposição, inclusive com recursos para contratação de profissionais dentistas. É bem mais em conta do que, por exemplo, implantar o SAMU, que vai custar aos cofres públicos municipais algo em torno de R$100 mil/mês.
O Secretário de Saúde não tem o direito de dedicar este descaso à coisa pública e política pública para o caso de uma cidade não pode ser segmentada. É necessário que haja um planejamento e que em cada área exista metas bem definidas para atender a demanda geral.
Agora mesmo, com a desculpa de implantar a ostomia regional, o secretário nem corou ao “tomar emprestados” equipamentos do novo Pronto Socorro. Para a saúde pública é necessário bem mais do que voluntarismo.
É fundamental visão holística. E saber que o povo não tem direito apenas ao tratamento emergencial, mas também de receber tratamento, por exemplo, odontológico digno, que livre a população de ser desdentada, mas que possa ostentar a estética que hoje só os endinheirados pode ter.
O governo federal, ao instituir os CEOs, caminha nesse rumo. Já o Secretário de Saúde de Passos, o médico Cleiton Piotto, ao não dar a devida importância ao assunto, caminha no sentido contrário, rumo ao atraso, como de resto, parece caminhar a atual administração como um todo.
o jornalista diz:
ResponderExcluir"Agora mesmo, com a desculpa de implantar a ostomia regional, o secretário nem corou ao “tomar emprestados” equipamentos do novo Pronto Socorro. Para a saúde pública é necessário bem mais do que voluntarismo. "
no seu ponto de vista não ve o quanto é imporante a implantação deste serviço no municipio?
vejo que as duas coisas são importantes... e cada coisa no seu tempo.