A enquete do Correio dos Lagos On Line, que geralmente fica à disposição dos internautas por pelo menos quinze dias, desta vez teve que ser trocada de forma urgente. Acontece que a pergunta era se a prefeitura conseguiria inaugurar o novo Pronto Socorro em junho, como havia se comprometido o Secretário de Saúde, assim que assumiu. A descrença dos que responderam a enquete (100% disseram que ele não entraria em funcionamento neste mês), foi confirmada pelo próprio Dr Claiton Piotto: Novo PS só em julho, disse através de sua assessoria, já que não quis falar do assunto.
Este é um episódio até menor, se for para analisar como a saúde está sendo gerenciada. Parece que juntou a fome com a vontade de comer. Dois médicos, o prefeito e o secretário, não conseguem pensar a saúde dentro de suas limitações orçamentárias e, diante da excessiva demanda, não atuam com a ênfase necessária e nem tratam a área como prioridade.
Não são casos isolados. São casos que nascem do descaso do poder público com a população, que bate as portas dos equipamentos que lhes colocam como aparato para ser atendida.
São programas extintos (nem vamos mencionar nomes para não sermos repetitivos), são pessoas contratadas para, ao que se deixa denotar, atender a clientela de cabos eleitorais, que não tem o que fazer, não porque não queiram, mas porque não são profissionais da área. É o inchaço que comprova a infecção profunda do sistema e os dois médicos não conseguem diagnosticar o problema, portanto fica tudo sem solução, esperando melhores dias, que a arrecadação melhore, que o ICMS e o FPM voltem a patamares anteriores.
Não vão voltar. O Brasil está em recessão e isto não se supera em poucos meses. O jeito de superar isto é trabalhar muito. Dedicar à causa pública com afinco. Esquecer os consultórios. Abandonar a clientela e agir com denodo em favor do povo.
O prefeito José Hernani tem esta obrigação. Ele foi eleito, exerce o mandato com delegação popular e com a responsabilidade de resolver o problema da saúde, apontando, com grande dose de razão, o dedo na ferida aberta da saúde da antiga administração e, por causa disso, dizia que tinha a panacéia para resolver todos os problemas da área.
Isto não existe. Nós sabemos e José Hernani também sabe. Mas bem que o povo gostaria de vê-lo “agarrado” no serviço, chegando cedo e saindo tarde, procurando soluções de verdade para os problemas da saúde. Não há quem não saiba que as soluções são difíceis, mas, por certo, a população sabe entender o esforço. No lugar disso, o prefeito, a La Kassab, manda um eleitor “cagar”. Estou usando a palavra com a devida licença, a fidalguia não permitiria que o fizesse, mas a indignação de ver uma autoridade tratar assim o cidadão , me obriga fazer o registro histórico.
Assim vamos... Hernani parece que não gosta muito de pegar no batente cedo e se cansa, é o que também parece, aí sim, cedo.
Seu secretário de saúde, ao contrário, parece que trabalha muito, mas só que no seu consultório, atendendo a sua clientela, aliás, um direito seu. Esta semana a reportagem do Correio dos Lagos On Line constatou exatamente isso, quando quis saber se o novo Pronto Socorro iria entrar em funcionamento. Eram 15:00h. Ele não pode falar com a reportagem porque “hoje Dr Claiton está muito apertado, tem muita gente para atender”, disse sua secretária.
Enquanto isso, no velho PS, as pessoas aguardavam por médicos que não apareciam e curtiam o desespero de ver um direito consagrado na Constituição ser pisoteado exatamente por quem deveria fazê-lo concreto.
Na undécima hora, quando BOs já tinham sido lavrados, o secretário de saúde apareceu, quando nada mais podia ser feito.
A saúde em Passos exige dedicação em tempo integral. O prefeito a população terá mesmo que esperar quatro anos e, se coisas continuarem nesse ritmo, para mandá-lo de volta para casa.
Já o secretário não. Ele pode sair por uma decisão sua ou da administração. E se a opção dele continuar sendo a sua clientela, uma das coisas teria que ajudá-lo a decidir, porque está passando da hora dele jogar a toalha.
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