É um velho ditado, dito muitas vezes pela minha avó, quando me admoestava me ensinando a seguir o caminho da verdade. Uma lição que não me parece ter sido aprendida pelo prefeito de Passos José Hernani. E se o prefeito, que é o chefe de todos, escamoteia a verdade, os assessores parecem seguir a fila
Outro dia mesmo, quem teve a paciência de ler o jornalão, diário tímido nas críticas e bem comportado nos elogios, entendeu que José Hernani teria dispensado, na fila puxada por Samir Haddad, outros apaniguados ligados por fortes graus de parentesco. Seriam maridos e muheres, ou mulheres e maridos, sobrinhos, noras, etc, etc, etc, naquilo que se convencionou chamar de nepotismo, antes já utilizado pelo próprio Hernani que, no afã de ganhar uma eleição, resolveu que isto era coisa do demo e, por fé, condenou os que usaram de tal artifício enquanto no puleiro do poder.
Ora, mas a conversão à condenação do uso nefasto do instrumento, aliás muito apropriado para aumentar a renda familiar, durou o tempo suficiente que a luz da súmula vinculante 13 pode permitir que se anteveja aqui e ali uma brecha para que parentes nem tão parentes assim possam ser alçados à condição de profissionais úteis ao mister de “fazer a diferença” nessa aldeia, onde o que mais as pessoas querem é ser tratada com igual consideração e oportunidade de vencer na vida.
Pois é. Hernani pego com a boca torta pelo uso do cachimbo, quis salvar as aparências e pegou Cristo o meu amigo Samir, que aprendi respeitar pela fidelidade às causas que defende, e disse para efeito de cortina de fumaça que já havia mandado embora os outros. Aí contando com a benevolência do jornalão, informou que não divulgaria os nomes dos outros em razão do afeto que tinha por eles, velhos e queridos amigos.
Nós aqui da redação do site do Correio dos Lagos, conhecedores da rotina que a lei obriga cumprir nesses casos, fomos até ao mural da prefeitura, local que costumeiramente são colocados os atos oficiais do município, inclusive os de exoneração.
Ué onde estão, se não estão aqui e aqui deveriam estar? Fomos atrás do Secretário de Administração que entre respeitar a obrigação da transparência e o que para ele parecia ser mais certo, foi submisso ao chefe e disse: isso é o com o Hernani. Esquiva também usada pela assessoria de Comunicação, na pessoa de Marco Túlio. Uma dança orquestrada para fugir da negação da verdade: ninguém fora exonerado.
Hoje, depois que a lista dos cargos comissionados foi entregue à Dentinho, sabe-se que todos foram mantidos no cargo (lei a matéria “Lista enviada à Câmara desmente demissão de “apadrinhados”).
A saída foi outra, diante do mesmo questionamento: onde estão os exonerados? “A resposta só será dada depois que uma reunião entre procurador do município e o promotor Paulo Márcio, analisarem o que diz a súmula vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal”. E aí vem as entrelinhas: se puder contratar os parentes que não são tão parentes assim, ficam todos (vejam a lista lá no site na mesma matéria já mencionada). E eles que se locupletem!
Quanto aos cidadãos, resta assistir a cena, se ninguém tiver a coragem de reagir aos desmandos, ora no início.
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