Vem agora, depois que o vice-governador Antonio Anastasia esteve em Passos, à tona os bastidores de como foi agendada sua visita à cidade. Vamos fazer o registro para a posteridade e para que, sendo o caso, nosso povo esteja informado sobre quem é quem nos meandros do poder na ”aldeia”.
O que conseguimos apurar é que a aula magna na faculdade de Direito foi o estopim de tudo. A iniciativa de realizá-la com a presença do vice-governador teria sido da direção da Faculdade de Direito, dirigida por Solange Agostinho Megda Peixoto, ex-juiza de Direito, e do advogado Adilson Peixoto, seu marido e atual presidente da 51ª Sub-seção da Ordem dos Advogados do Brasil – Passos.
Ocorre que a Câmara Municipal aguardava um momento oportuno para entregar à mesma personalidade o título que lhe fora outorgado pelo legislativo passense ainda na legislatura passada, por proposição do vereador Tião Bacada. Eis, então que a oportunidade parecia propícia com a possibilidade de unir o útil ao agradável e, a partir daí, seria apenas uma questão de agendar o roteiro e acertar o horário.
Mas não é que algo que poderia ter sido resolvido com fidalguia e gentileza se transformou num cabo de guerra? O professor Fábio Kallas teria se insurgido contra tal possibilidade, aventando até, segundo fontes ouvidas por nós, que os vereadores estavam sendo oportunistas ao quererem ser razoáveis e fazer a entrega do título de cidadão exatamente na mesma data em que a aula magna seria proferida. Então tomou a decisão unilateral de comunicar à faculdade de Direito, inclusive com a divulgação ampla nas salas de aula do curso, de que competia à direção da dita faculdade a organização pedagógica da escola. Assuntos administrativos seriam tratados por ele, Fábio, presidente da FESP.
Uma vez tomada esta medida o passo seguinte foi mudar de local a aula magna, passando-a para os salões nobre do CPN, avisando, assim de chofre, a Câmara Municipal que não precisaria mais do anfiteatro para o evento.
Há quem veja na atitude do professor uma exacerbação de sua maneira de administrar, sem muita disposição para o diálogo e com grande verve autoritária. Outros imaginam que a decisão tomada era para dar uma lição nos vereadores passenses – estes “oportunistas”, segundo dizem, é o que pensa dos que representam o poder legislativo de Passos Fábio Kallas – quando teriam, na entrega do título, o anfiteatro esvaziado, passando pelo vexame de entregar o diploma com ninguém assistindo, isto ainda tendo a certeza que o mesmo não ocorreria no CPN, com o público garantido pelos alunos da faculdade de Direito e reforço de outros cursos, se fosse necessário.
Será que não passou pela cabeça do presidente da FESP que ele estaria contribuindo para apagar o brilho de uma recepção a uma autoridade que, ao ser recebida pelos vereadores, estaria representando a maneira como a própria cidade recebe os seus visitantes ilustres?
Uma tremenda bobagem, que deixa visível a face oculta de quem quer se aparentar superior em tudo – se eu estiver errado professor Fábio, o espaço ai embaixo está reservado para o seu comentário , se esta for sua vontade – mas que na verdade diminui o status de uma instituição de ensino superior que deveria primar pela formação acadêmica de pessoas de larga visão, capaz de enxergar amplos horizontes.
A resposta silenciosa, sem alarde, foi dada pelos vereadores de Passos, aqueles comprometidos com o poder legislativo, como quase todos o são: a casa estava cheia e a ela compareceram as lideranças políticas dos mais diversos níveis, inclusive o prefeito José Hernani, além de toda a região.
Fábio, ao tentar ridiculizar a Câmara, se este era mesmo o seu intento, errou o alvo e expôs o quanto é pequena a sua visão política, permitindo que mais gente conheça bem que está atrás da figura que insinua-se como a mais competente entre todas.
Não assinou
O presidente da Câmara Municipal Nivaldo de Souza, o Chaparral, entregou ao vice-governador Antonio Anastasia, ofício assinado por dez vereadores reivindicando a instalação em Passos do Batalhão do Corpo de Bombeiros. A assinatura que falta é a de Edmilson Amparado. A razão ou as razões para tal atitude deve ser explicada por ele na sessão da Câmara de hoje.
A lista
O prefeito José Hernani da Silveira ainda não divulgou a lista de dispensa dos cargos comissionados,que poderiam ser enquadrados como nepotismo. A nossa reportagem vai procurar a assessoria do prefeito para conhecer e depois dar ciência aos nossos leitores dos nomes dispensados.
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