Dizem que para mudar a cultura de um povo é preciso haver uma catástrofe e, a partir daí, este povo ressurgir das cinzas, como Fênix.
Talvez, mas na gênise daquele povo, encoberto pelas cinzas, ainda haverá algo do que foi a antiga civilização. É emblemático neste sentido os exemplos da Alemanha e do Japão do pós segunda guerra mundial.
Os dois povos guerreiros mudaram a forma de gastar suas energias belicosas e a dirigiram para a construção de uma nova Nação, tão forte e poderosa quanto fora pelo poder que as armas lhes puderam conferir.
É. Isto pode ser válido para a política, quando ela é feita com grandeza. Mahatama Ghandi libertou a Índia sem um tiro sequer, embora tenha apanhado muito até chegar ao ponto de ver seu povo livre. Aí prevaleceu a cultura de um povo, místico, espiritualista, que soube manter a sua identidade cultural.
Ali no caso da Índia, aqui no caso da Alemanha, lá no Oriente, como ocorreu no Japão, refez-se uma nova ordem, pelo rompimento do passado.
Em outras situações também se viu que as transformações profundas na sociedade exigiram doses de sacrifício enormes, como são exemplos a construção das sociedades ditas socialistas, embora seja necessário enfatizar que nenhuma dela de fato se concretizou.
Ou ainda quando foi necessária a luta surda para que as ditaduras militares pudessem ser varridas do cenário da América Latina.
Enfim, a democracia voltou imperar, mas como a dor que houve não foi da massa, mas de uma elite política e cultural, hoje todos – mesmo os que lutaram de armas em punho para que o Estado de Direito Democrático pudesse prevalecer – se dão ao desplante de fazer perpetuar o erro.
Confira aí, os escândalos que rolam congresso afora, com pagamentos de passagens para mulher, filhos, namoradas, auxilio moradia, por aí afora.
Bateu no nariz
Não podia ser diferente por aqui.
A democracia pressupõe que a vontade popular seja respeitada. O eleitorado quando escolhe um candidato, vota na sua proposta, no que defende na campanha. Se não cumpre o que promete, na próxima eleição é apeado do poder.
Assim toda eleição é um sopro de renovação e todo mandato parece ser o palco por excelência para a perpetuação dos erros.
Tome-se o caso de Passos. Durante muito tempo Pato e Peru, UDN e PSD (com a força do PTB antigo), depois ARENA e MDB e por fim PFL (DEM) e PMDB se digladiaram pelo poder, revezando-se na consciência do povo como uma alternância salutar na condução dos destinos da cidade.
Mas o povo cansou disso. E elegeu Ataíde. Na época valia a crítica ao nepotismo, ao clientelismo, e Ataíde se elegeu prometendo acabar com tudo isso.
Não é que, uma vez no poder o prefeito Vilela, percebeu que o certo era fazer como fazia o seu antecessor (Hernani) e empregou mulher, sobrinhos tortos e, para completar, criou pelo menos 35 cargos de “confiança”?
Hernani se indignou e disse, quando fora do poder, que se voltasse a prefeitura acabaria com tudo isso.
Voltou. Não empregou a mulher e nem voltou com o filho para o Gabinete (Mas parece que ele- o filho - trabalha da FESP e o Darcio Martins, Diretor Executivo da FESP virou procurador adjunto e agora se sabe que o sócio do Erick, este o nome do filho, é também controlador geral do município, mas isto não tem nada haver... ou será que tem?).
O nepotismo esta agora escamoteado e há quem garanta que os cargos são ocupados legitimamente. Mas averiguar isso do ponto de vista da legalidade é tarefa para o Ministério Público e, por certo, isto vai acontecer. Ainda mais que o vereador Tuco disse que o executivo tem uma parceria com o MP para tratar desse assunto.
Ah, um parentesis, este, líder do prefeito na Câmara, parece tem a mulher trabalhando na FESP (Seria tráfico de influência?)
Mas continuando e para finalizar, os cargos de confiança que antes seriam extintos, não mais se cogita que isto ocorra, como disse ao site http://www.correiodoslagos.com.br/ o assessor de imprensa Marco Túlio. Ou seja era só um jogo de cena.
E assim, abusando da paciência do povo, os políticos, instrumentos de criação da sociedade, perpetuam o erro um do outro e formam um povo de caráter duvidoso, onde um dia ser chamado de sem vergonha vai soar quase como um elogio, no lugar de ser uma ofensa menor.
Poderão dizer: é assim mesmo. Mas o certo é que a fedentina que se exala ao longe, lá no congresso, anda batendo nos nossos narizes, pela falta de respeito que tem os nossos políticos locais com a própria palavra empenhada.
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