quinta-feira, 23 de abril de 2009

Não escapa um, meu irmão

A ética foi para as cucuias!


É uma expressão antiga, que ouço desde menino. Não sei onde fica, mas pelo uso da expressão a nítida impressão que temos é que deve ser um lugar distante e, quem vai para lá, não volta mais.

Então, as notícias, agora primeiro nos sites, nos dão conta que os congressistas brasileiros se locupletaram todos. Os da “banda ética” e os da “banda podre” que já estavam lá em cucuias e por lá continuam.

A propósito dessa viagem tão distante, que ninguém sabe qual o meio de transporte para lá chegar, é necessário que se investigue se não foi com dinheiro do contribuinte que a passagem foi comprada, já que para mulheres, sogras, filhos e namoradas tal era useiro e vizeiro fazer.

A política é uma arte! Era para ser a arte de construir uma sociedade melhor e mais justa. Já houve quem pregasse que a política exercida pelo status quo dominante apenas era um jeito de manter a classe dominante no poder e só a força os “poderosos” sairiam de seu “trono”.

Mais à frente, aprendemos que as substituições de fato podiam ocorrer pelo expediente da força, mas em pouco tempo se conhecia que apenas se fazia a substituição das moscas, mas o modus operandi de um era igual ao de outros e todos, de novo, iriam acabar mesmo em cucuias!

Portanto, os congressistas brasileiros não estão de todo errados quando querem, a título de “trabalharem com transparência” , aumentarem o salário que recebem de R$16 mil para R$24 mil. Uma das primeiras medidas, asseguram, é eliminar o pagamento de passagem com dinheiro público, que seria feito assim que os salários forem aumentados.

É brincadeira! Onde estamos? Será que em Cucuias?

É brincadeira!

Por aqui, na aconchegante Aldeia do Senhor Bom Jesus dos Passos, o cenário não é muito diferente. O que é diferente é que ninguém precisa ir para as cucuias para assistir perplexo os nossos agentes públicos brincarem com coisa séria.

Por exemplo, como é que pode uma instituição de ensino superior, no caso a FESP, que tem o curso superior de pedagogia, ter um coordenador pedagógico, no caso o senhor Fábio Kallas, que nem este curso tem? Isto também não deveria ir para as cucuias?

Ou como pode alguém que nunca levantou a voz em favor da universidade pública estadual, destino inexorável da FESP, ser de repente um árduo defensor da estadualização? É um caso de súbita conversão à causa ou outra hipótese para ir parar em cucuias?

E aquela outra? Aquela da prefeitura ter uma parceria com o Ministério Público para tratar assuntos seríssimos entre os quais se incluem a análise se emprego de marido e mulher, sobrinhos, filhos e noras é ou não nepotismo? Aí também não é algo inusitado que só deveria existir em cucuias?

E a lista do nepotismo de Hernani? Que era para estar colocada como “exoneração” no quadro de aviso da prefeitura e que ninguém acha. Deve estar em cucuias, mas em local bem secreto para que assim permaneça, mesmo nessa terra de ninguém e que só a sabedoria dos antigos conseguiu nomeá-la.

Ou será que terra de ninguém é aqui mesmo!?

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