O encontro do PMDB em Passos, que contou com a participação de Hélio Costa, senador da República e nome forte do partido para a disputa da eleição ao governo de Minas, deixou claro para todos que ele hesita em ser candidato. Na sua fala, embora tenha respondido de forma positiva a uma indagação de Telmo Santiago, presidente do PMDB local recém eleito, se afirmaria de peito aberto sua condição de candidato, a análise que fez do contexto não é assim tão favorável à candidatura própria do PMDB.
Hélio Costa começa por colocar uma condição. Para ir em frente o PMDB tem que ter na presidência um nome de sua confiança, apontando como tal o deputado federal Antonio Andrade. Esta condição é importante, segundo ele, porque o partido tem registrado na sua história exemplos de traição explicita quando o contrário aconteceu. O mais emblemático foi o caso de Itamar Franco, com amplas chances de ser eleito, que viu seu tapete ser puxado exatamente pelo grupo que se opõe a ele, senador.
O discurso do líder nas pesquisas de opinião é cauteloso. Não hesita em dizer que é amigo de Itamar e de Aécio Neves e também que conversa com todos. Mostra que para ser candidato quer aliança com o PT e se considera nome natural para compor a cabeça de chapa.
Hélio Costa trabalha com a perspectiva do gato escaldado que tem medo de água fria. Duas vezes candidato ao governo de Minas, duas vezes foi alijado da disputa no segundo turno. Agora mesmo viu acontecer algo semelhando quando Leonardo Quintão foi ao segundo turno como favorito e perdeu para Márcio Lacerda contando com um apoio impensável para o candidato do PSB, que foi do prefeito Fernando Pimentel.
O Senador sabe que esta aliança tem tudo para se repetir, com Aécio e Pimentel unindo forças para o segundo turno. E este racha pode ser consolidado pelo próprio PMDB, quando o grupo de Newton Cardoso mostrar a tendência que têm e a vocação pela sobrevivência do mesmo, acima do PMDB.
È por essas e por outras, como a de que a divergência do no PMDB virar desconfiança, que Hélio Costa quer construir as condições para vencer no primeiro turno. E ele sabe que só vai conseguir isso com o partido pacificado. Para isto precisa vencer antes da convenção acontecer, porque lá será a rendição de um grupo para o outro e, neste caso, como bem lembrou o próprio senador, sempre sobram seqüelas, feridas que demandam tempo para serem curadas.
A fala de Hélio Costa sinaliza claramente que ele está mais ser candidato a reeleição ao senado do que a governador, principalmente se este cenário de hoje permanecer. A mudança desse humor ocorrerá de forma abrupta se o PT aceitar compor como vice na chapa em que Costa seja a cabeça.
Mas o encontro em Passos, que trouxe a cidade 25 das 44 cidades convidadas foi muito positivo para Alexandre Maia. Ele foi citado como pré candidato a deputado estadual por todos os que usaram da palavra, com exceção do prefeito de Passos, que, mesmo assim, ressaltou que na mesa de trabalho estavam os líderes mais importantes do PMDB, entre estes estava Alexandre Maia, eleito 2º vice presidente dó PMDB de Passos e um dos organizadores do encontro. Sem dúvida uma demonstração de força interna junto ao partido por parte de Maia e isto deve ajudar na sua candidatura, se ela se tornar oficial.
Que me desculpe o Sr. Ministro Hélio Costa, mas almejar a hegemonia partidária e colocá-la como condição a sua candidatura ao Palácio da Liberdade, me soa um tanto quanto autoritária e dissonante do verdeiro espírito do PMDB, embora plenamente consoante à sua biografia.
ResponderExcluirBiografia essa do repórter, que nos anos de chumbo da ditadura, enquanto verdadeiros emedebistas eram caçados, torturados e até mortos, este estava protegido pelo guarda-chuva da Rede Globo de Televisão.
O PMDB infelizmente tornou-se uma grande confederação de interesses, fato esse que infelizmente enfraqueceu seu espírito democrático e fragilizou a sua unidade ideológica.
Quanto a sucessão em Minas, independente da Chapa que saia vencedora nas eleições internas do PMDB, o Sr. Hélio Costa só não sairá candidato se sua própria covardia e ou conveniência não deixarem.
Sou delegado do partido, votarei na chapa de oposição "PMDB da Base", e votarei na candidatura própria do PMDB, na pessoa do Sr. Hélio Costa à Governador do Estado.
Uma coisa não exclui a outra, quero uma direção partidária que valorize seus militantes, que não se compactue com o golpismo partidário e que dê autonomia aos diretórios municipais, mas também quero que o PMDB vença as eleições estaduais e governe minas com vistas ao seu desenvolvimento humano, social e econômico.
Embora tenha algumas restrições quanto ao político Hélio Costa, reconheço sua inegável capacidade de conduzir esse governo por esses trilhos.