terça-feira, 6 de abril de 2010

Frigom

A reunião da Câmara Municipal na noite de segunda-feira, 05/04, foi de uma nota só. Os vereadores discutiram e alguns deles tinham a intenção de votar o projeto de lei do executivo que passa para a empresa Frigmar, de Marcos Baldini, o Frigorífico Municipal. Na reunião estavam presentes o empresário, o presidente do SINRURAL, Leonardo Medeiros, e pecuaristas como Claudio Simão, o supermercadista Jerônimo Machado entre outros.

O jogo começou a ser jogado nos bastidores. Reunião fechada na sala da presidência. Ânimos exaltados, com alguns vereadores trabalhando pela votação do projeto na reunião que iria acontecer a seguir.

Mas entre o desejo de uns e a disposição de outra (Tia Cenira), havia um obstáculo instransponível. Era necessário ouvir o lado dos empresários, já que antes outro grupo tinha passado por lá e questionaram a transferência do Frigom para quem hoje o administra. A atitude da vereadora garantiu isso.

Cério Tiso bateu com classe, mas bateu na idéia, na outra reunião. No ar ficou a impressão que Marcos Baldini não era tão “imaculado” como os documentos que ele encaminhou para a Câmara queria fazer ver. Era preciso sim que ele comparecesse à casa de leis da cidade e se expusesse publicamente, como fez.

Como bem lembrou a vereadora Tia Cenira não houve nenhuma voz que se posicionasse contra a fala de Cério Tiso, na ocasião. Nem mesmo Jefinho, que na reunião de ontem(05/04) mostrou se indignado com a fala do líder ruralista. Tão pouco Tuco, a quem a se atribui a liderança do prefeito, mas que deixou o plenário, não se sabe com medo dos dedos acusadores às suas costas, bem diferente do que fez na reunião de ontem. Nem Marquinho Salutti, na ocasião, deu o testemunho de ter vendido 1000 cabeças de gado ao empresário e ter recebido tudo certinho (Marquinho, como é feito esta transação do ponto de vista legal? Dá para mostrar para gente?).

Mas na reunião da segunda, foi a vez de Marcos Baldini mostrar a sua força. Levou gente de peso. Não precisava nem tanto. Na próxima segunda o Frigom será dele, se por 5, 10, 20, 25 ou 50 anos ainda não dá para saber, mas quem gosta de apostar pode jogar no 25. Pode dar na cabeça, e ainda pode repetir para mais 25 à frente.

É certo que o Frigom é um abacaxi para o poder público, ainda mais quando envolve questões ambientais.

Ninguém discute que as cirurgias eletivas, como lembrou Edmilson, merecem mais atenção do que gasto com abate de bois e suínos pelo poder público municipal. Mas é uma briga tola esta. A obrigação do poder público é servir a população e se por acaso for preciso o município assumir o Frigom, terá que faze-lo com o zelo necessário. Afinal, no fim e ao cabo, carne saudável na mesa do povo também é um problema de saúde pública.

Por outro lado, a prefeitura não está errada em querer passar para iniciativa particular uma atividade econômica para a qual não está preparada e que pode, pela fiscalização eficiente, exigir um abate criterioso. Não precisa ser dona do Frigom para isso.

Nem dá para dizer, como destacou Jefinho, que o caminho escolhido seja torto, e é, porque os vereadores aprovaram outras doações para outras empresas e o próprio Frigom já passou por outras mãos (açougueiros e Coperpassos), sem licitação, torto assim mesmo.

Mas de tudo se aprende uma lição: o debate é salutar, o projeto foi melhorado, exigências foram feitas, como a criação de pelo mais 50 empregos, o que elevaria as vagas lá para mais de cem. Isto tudo vai estar na lei. Quem garante que ela será cumprida é outra lei, a lei de mercado.

Um comentário:

  1. Porque não coloca o Fabão Kallas pra tocar o FRIGOM já que de carne êle entende!!! Ainda mais carne viva, no ponto de abate!!! Intendeu?

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